terça-feira, 22 de novembro de 2011

Na mão do Poeta...

Sou pena, sou folha, na mão do poeta
Sou tudo, sou nada.
Sou amor e verdade,
Sou mentira e vaidade.
Sou tua loucura, insanidade.
Sou tua crua e dura complexidade.
Sou pena, sou folha, na mão do poeta
Sou tudo, sou nada.
Cada dia um desejo, um sentir.
Cada dia um anseio, um querer, um desistir.
Sou chegada, sou partida,
Sou Deusa, Musa encantada,
Sou Víbora morta e acabada.
Sou pena, sou folha, na mão do poeta
Sou tudo, sou nada.
Sou mãe, sou meretriz,
Choro hoje, amanhã feliz.
Sou tristeza imensurável,
Sou algria impensável.
Sou palavras de carinho,
Sou o amor de mãe por um filho.
Sou ódio descabido,
Sou castigada sem motivo.
Sou serva dos teus inúmeros quereres,
Sou repartida por mil seres.
Sou pena, sou folha, na mão do poeta
Sou tudo, sou nada.
Mas escreve-me, fala-me,
Dá-me vida, sentimentos,
Ilusões e desalentos.
És poeta meu criador,
Apenas por ti vivo.
Por ti respiro e suporto esta dor
De não ser nada, ser ninguém,
Vazia de tudo e de nada.
Sou tua poeta,
Sou a tua palavra.

16/11/2011

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