sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Hoje viajo ao som de...



Here's your chance
I give you what you want
I am a giver

Here's your chance
To tell me what you want
I'm a forgiver

When nobody's around
I try not to care
I must deliver

When nobody is home
I will not get the door
I'm a pretender

Here's your chance
I give you what you want
I am a giver

Here's your chance
To tell me what you want
I'm a forgiver

When nobody's around
I try not to care
I must deliver

When nobody is home
I will not get the door
I'm a pretender

So here we stand
Like flowers in the cold
Wilt and wither

Here's your chance
Tell me what you want
I'm a forgiver

Gotas


E a noite cai sem medo da lua que hoje se esconde, perdida sem luz no escuro das nuvens que pingam lá fora, na rua.
O cheiro da chuva entra no quarto pela pequena abertura na janela e faz ondular de forma perfeita e constantemente incerta a cortina que me impede de espreitar e ver os passos que correm em rápida e insegura surdina.

E pingam em mim gotas de uma água morna de sal que me escorre pela face e me marca a pele.

São gotas de saudades e de vontades que num estranho ritual se vai incumprindo por mais certas que sejam as voltas que os ponteiros do relógio vão percorrendo sempre certo e certeiro.
E vou cumprindo os dias sem alterar as rotinas desses passos curtos que há muito anseio transformar em saltos e que provocam nas emoções muito mais que vãs e meras ilusões: alimentam-nos e alentam-nos os dias que passam a ser velozes, vorazes carregados de vida!
E as gotas invadem-me agora o corpo em cadenciado ritmo que controlo numa tentativa fugaz e inglória de conseguir que lavem a alma, me tragam a vitória de me libertar das amarras que nunca me prenderam a esta forma de vida.
Escorrem-me na pele sem caminhos traçados e assim em mim, longe de regras que não controlamos, criam novos rumos com um destino que é único: o encontro de todas as gotas num rio que correrá suave até ao seu porto de abrigo.
E aqui, sentindo-as abrirem o caminho, sinto e decido, de corpo e alma lavados, seguros e certos, que quero seguir com elas: na rua, no rosto e no corpo, nas águas de um qualquer rio, desaguar livre, sem medo, no teu imenso e perfeito ser, nesse que é único teu (a)mar.


26/10/2012

III Verdade Irrefutável


... Sei que te pertenço quando me entrego por completo nas tuas mãos.

II Verdade Irrefutável


... É quando me acordas que começa o meu verdadeiro sonho.


I Verdade Irrefutável


... Só nos teus braços o mundo faz sentido.

Marcada

O toque de um dedo,
Um suave sussurro,
E tudo se agita,
E tudo se aviva
Na memória da pele,
Na vontade de ter,
Na vontade de me sentir viva.
O corpo pede
Esse teu cheiro de corpo,
De pele que me toca,
De língua que me molha
E me deixa humidamente
Carregada dessa vontade.
O corpo pede
Que o apertes
Em entre os lábios,
Entre os dentes devagar,
Os dedos nos seios
Enchendo-te as mãos,
Percorrendo-me de arrepios,
Deixando-me a delirar.
O corpo pede
Que o tomes sem medo,
Que o sintas inteiro,
Que o invadas e o proves,
Com os lábios da tua boca
Molhados dos meus,
Que voltas a beijar
Misturando-nos os sabores.
O corpo entrega-se
À loucura dos teus movimentos,
Das tuas entradas no meio das minhas pernas,
Abertas,
Sedentas,
Recebendo-te as estocadas,
Delirando e vibrando,
Contraindo-se sem controlo,
No intenso momento de te sentir
E de por ti,
Deixar-me encher,
Molhar,
E te receber,
E assim ficar,
Do teu licor, marcada...

20/10/2012

O teu rio


O tempo corre escorrido no reflexo de um rio que não corre e que no entanto não se detém. Segue seguro do seu caminho que insiste em nunca se desviar, em nunca saltar das margens e correr solto, livre invadindo ruas e travessas e deixando o seu rasto dessas águas sedentas de novos trilhos.
Mas não.
Segue sem medo de ser igual em todos os dias que este antecederam e os que amanhã se seguirão.
É o espelho das cores quentes e de Outono em que as folhas molhadas seguem pelo ar no vento que se sente e que cheira ao mar, esse que o espera com vontade de o beijar e agarrar num abraçar contínuo de um desejo sem fim.
E a cidade, mesmo que perdida e sem a luz do fim de dia arrefecido do calor do sol já para lá da ténue linha do horizonte, assiste a esta entrega total e completa.
Num sussurro que apenas os amantes conseguem ouvir.
Num gritar silêncioso que não precisa mais do que esse se deixar guiar e levar nessa calmaria premente.
E tu ouves-me o grito preso na garganta querendo soltar-se neste mágico dialecto de surdina absoluta que apenas o teu olhar consegue decifrar e em mim fazer criar novas palavras jamais sentidas.
Sim, eu sou o teu rio que suave se quer dar e por ti, meu mar, ser recebida em intenso turbilhão de quereres e de amar.

19/10/2012

Sem ti...

A noite invade o ar do outro lado da janela sem quase se diferenciar da hora que já foi dia e as lágrimas sem sal mandam e ditam o percurso da água nas ruas.
Salpicos que surgem dos passos que correm apressados, alagados por essa chuva de Inverno, densa e pesada, constante e suturna.
O corpo cansado já seco e agora morno aguarda que o silêncio seja completo e se torne dos seus olhos, o dono.
Não há vontades em mim num dia carregado de perguntas que não tinham fim e que sem resposta se mantêm.
Sim, queria saber de ti, de como estás, por onde andas mas não há vontade desse lado de comigo te partilhares.
O colo que te dava tornou-se pequeno, insuficiente, demasiado apertado para o tanto que sentes.
Hoje, não sou como a chuva: imensa e constante, dona deusa da rua.
Hoje sou nada, vazia sem te sentir, sem contigo no peito adormecer, sem por ti ser compreendida e te entender, de te receber e por ti me despir...

18/10/2012

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Queima

Queima!
Nos lábios o suave roçar da tua língua,
Antecipando o sabor que me vicia,
Queima!
Nos seios o húmido calor
De um trilho percorrido devagar,
Aumentam-me a vontade
E o respirar acelera
Forte como o pulsar
Que o sangue no corpo faz correr,
Queima!
E as tuas mãos em mim
São frenéticas,
Fortes me apertam,
Me puxam,
Me marcam a pele,
Queimam!
E o ventre que se contrai,
Desejo incontido,
Louco por esse teu vai-e-vem,
Molhado de suor sal
E do teu gosto também,
Arde, queima!
E só tu podes apagar
Tamanho fogo que em mim,
No meu corpo,
Na minha carne,
Desta insana forma
Sabes criar,
Fazer-me na entranhas do meu ser,
Bem fundo,
Queimar!
Molha-me de ti,
O corpo por inteiro,
Por fora e por dentro!
Mas apaga-me,
Apaga-me o desejo,
Esta vontade que não controlo,
E que em mim sinto,
Apenas porque
Arde, queima!

17/10/2012

Thoughts XI


E é tamanha a tua presença em mim, que chego quase a sentir-te o cheiro, o toque, o calor, o sabor...

Solto-me

Solto-me,
Das amarras do tempo,
Do que sou e ja vivi,
De sentimentos que me agarram
A estes dias (quase) sem futuro.
Solto-me!
Liberto-me de recordações
Que nada mais são
Ou passaram, de ilusões
Que as poucos,
Carne e pele me foram marcando
Com ausências de toques e abraços.
Solto-me,
Tentando deixar para trás
Essas vivências que de nada passaram,
Que em nada dariam,
Que apenas se iriam transformar
Em mágoas,
Enormes, impossíveis de curar.
Solto-me!
Primeiro a alma que deseja,
Depois o corpo que realiza
E um dia,
Essas marcas de tempo
Que me perseguem,
Ficarão caidas no chão do esquecimento,
Vividas apenas o tempo de meia vida,
Como uma folha caída,
Perene.
16/10/2012

Vivi!

E o escuro da noite traz consigo as sombras de corpos que passam, apressadamente no compasso de passos lentos de quem, na luz do dia vive em intensas correrias.

Vidas que se vão esgotando em horas e minutos mais vazios ainda de histórias carregadas de insignificantes memórias do que o que se gostaria, desejaria.

É o momento de o vento desta hora tardia me relembrar de todas as ocasiões em que fui gente, em que me senti diferente, em que vivi e senti como poucos são capazes ou ter a felicidade de poder acontecer.

Sim, há momentos em que o viver é mais forte que o pensar, em que o hábito com que nos vestimos, cobrindo desejos, esses, os mais íntimos, e sufocando-nos sempre mais um pouco o grito de liberdade porque tanto ânsiamos.
E eu vivi desses momentos em que a felicidade e total, e completa, quase impossivelmente real!
E eu vivi! E senti! E estremeci de tanto o sangue correr em mim! De tanto sentir!
E quando tudo parece desmoronar, são esses momentos que me vem amparar o ânimo quase seco de lágrimas.
Sim, ja vivi e tenciono a cada dia viver de novo cada hora que por mim passe, em êxtase, em constante certeza que vale a pena viver esta vida, por vezes, tão deserta...

15/10/2012

domingo, 14 de outubro de 2012

Percorre


Percorre
Cada recanto de mim
Com o instinto de quem sabe,
Com a certeza de me descobrir.
Percorre
Todos os meus caminhos,
Desenhados em finos fios,
De pontas de dedos dóceis
E delicados.
Percorre
Trilhos novos sem saber
Calcorreados pela língua
Quente e molhada,
Carregada do teu sabor.
Percorre
Cada ponto que me faz estremecer
Deste corpo que te pertence,
Que apenas deseja de ti se preencher,
Em ti se perder,
A ti se entregar,
Nesse teu imenso saber
Como Mulher me fazer...

12/10/2012

O teu beijo


É do teu beijo que mais sinto a falta,
É nele que sonho,
Que vivo e por que,
A toda a hora, anseio.
Beijo que me envolve inteira,
Num abraço de corpo,
Em intenso e concreto devaneio.
Lábios molhados, carentes,
que se entregam nos meus, sedentos desse teu calor.
Língua a tua audaz
Que os lábios lentamente
Me fazes abrir,
Sentindo-te o quente que há-de vir,
Em gotas de saliva,
Com que me vens cobrir.
E cobre-me de beijos!
E cobre-me desse teu sabor!
Desliza-me a boca no corpo,
Concretiza-me todos os desejos,
De tua boca nos meus outros lábios,
Em corpo que ondula,
Ao sabor do teu me tocar
E faz-me te dar,
Assim na lingua,
Todo o meu prazer.
Vem, nao me facas mais esperar,
Pelo teu longo e desejado beijar...

12/10/2012

Faz-me delirar

Corpo que aquece
No sopro das palavras
Descritas,
Sonhadas,
Quase sentidas.
Corpo que se arrepia
Ao toque da ponta dos dedos,
Deslizantes,
Concretos,
Certos de todos os caminhos
Ainda não descobertos.
Corpo em pele que chora
Gotas de água salgada
Que a tua boca,
Pela língua, devora.
Corpo este
Que estremece
Com corpo esse
Que me enlouquece
Em doces e fundas entradas
Em meu ventre perpetradas,
Intensas suaves estocadas
Em que me devoras,
Sem demoras ou receios,
Concretizando-me todos
Os meu loucos devaneios.
Corpo que é teu,
Que te pertence quando és meu,
Que te anseia a todo o momento,
Toma-me sou tua,
Toma-me outra e outra vez,
Faz-me delirar e perder no tempo...
10/10/2012

Em mim, nunca morrer

E a manhã chega lenta e vagarosa no correr de quem lá fora se apressa para mais um dia cheio de inevitáveis encontros com a incerteza das horas passageiras.
O cheiro que a brisa que vem do mar carrega consigo, acende-me o coração com memórias que o espaço na cama vazia não consegue fazer vibrar.
Lembranças que sempre me te fazem recordar e desejar.
Lembranças de dias passados a sonhar te abraçar.
Lembranças de horas estendidas no tempo da tua companhia que não voltam a passar.
Mas as saudades não são fugazes. São eternas e profundas.
São marcas na carne que a minha Alma não tem mas quase sinto.
E falta-me o teu abraço, o pentear-me do cabelo afastando-o do rosto e os dedos deslizando sem saber caminhos, a belo gosto.
E faltam-me todos os beijos que tive oportunidade de sentir nos meus lábios e não te dei.
E faltam-me todos os entrelaçares de dedos que ficaram à porta do receio por conta do medo de me entregar.
Mas o que mais me falta, são as palavras que nunca tiveste para me dar.

Mas o cheiro do mar, esse, vai-me sempre te fazer lembrar e em mim, assim, nunca morrer...
08/10/2012

Sabes? Sentes?



Sabes aqueles momentos em que as horas são eternas nesse tempo que teima em querer passar, veloz, e não consegue correr?
Sabes aquelas alturas em que os minutos são carrascos das horas e as fazem perduram quando tudo o querem e acabar?
E sabes, as ocasiões em que o minutos se travam em compassos demasiados lentos e os ponteiros não fazem andar?
Sabes?
Sentes-lhes o peso do querer e não poder avançar?
Sentes-lhes como custa este imenso e quase eterno arrastar dos dias que não conseguem terminar?
Sentes?
São a minha companhia e o meu inglório e diário lutar para te esquecer, em ti parar de pensar.
06/10/2012

Fazes-me Mulher

E o sonho invade os dias
Carregados de horas que passam
Lentas como o bater do coração
Quando te olham nos olhos
E muito mais quando te dou a mão.
E sinto-me menina
Frágil,
Amparada
E nos teus braços
Me deixo cair, protegida.
E sinto o calor
Do corpo que é teu
Agarrado a um beijo
Que não tem pudor
Que é línguas entrelaçadas
Molhadas dessa saliva
Cheia do teu sabor.
E o corpo estremece
E o desejo comanda
Mãos,
Bocas,
Em insano percorrer
Os corpos suados,
E ventre no ventre,
Compactados,
Penetrados,
Envolvidos
E os loucos e desvairados
Ritmos ensaiados
Em gemidos sentidos,
Ao ouvido sussurrados,
Não mais são contidos,
São agora gritados...
E fazes-me crescer,
Em ti, com este prazer,
Fazes-me... Mulher
 
05/10/2012

O sonho feito palavra


O sonho feito palavra
Que se entende num sorriso
Que sente num abraço
Que se alenta sem saber que é preciso
Nunca sonhar demais
Por ser um perigo
Perder-te do meu aconchego,
Ausentares-te do meu peito,
Faltar-me o teu sossego.
E não sonho nem falo
Por medo do incerto
Que é sentir o adeus
Insano sentimento
Que me gela como esse vento
Que se sente no Inverno
Que não tem forma de fazer
O sangue de novo correr,
Aqui, bem cá dentro,
Dentro do corpo que te pertence,
Onde fazes da tua vinda
Um hábito
Com o qual me alimento.
Não penso nem sonho
Nada para além do que tenho,
O teu corpo no meu ventre,
A tua boca no meu gosto,
O teu toque no meu dedo,
No meu perfume o teu odor,
E (re)viver-te assim,
A todo e qualquer momento.

05/10/2012

O teu gostar

"O meu gostar é equivalente ao degelo dos polos: por mais que queiras travar... Eles continuam a descongelar descontroladamente"

(A tua frase é um sonho Watermelon...)

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Hoje viajo ao som de...

Did I disappoint you or let you down?
Should I be feeling guilty or let the judges frown?
'Cause I saw the end before we'd begun,
Yes I saw you were blinded and I knew I had won.
So I took what's mine by eternal right.
Took your soul out into the night.
It may be over but it won't stop there,
I am here for you if you'd only care.
You touched my heart you touched my soul.
You changed my life and all my goals.
And love is blind and that I knew when,
My heart was blinded by you.
I've kissed your lips and held your hand.
Shared your dreams and shared your bed.
I know you well, I know your smell.
I've been addicted to you.

[x2]
Goodbye my lover.
Goodbye my friend.
You have been the one.
You have been the one for me.
I am a dreamer and when i wake,
You can't break my spirit - it's my dreams you take.
And as you move on, remember me,
Remember us and all we used to be
I've seen you cry, I've seen you smile.
I've watched you sleeping for a while.
I'd be the father of your child.
I'd spend a lifetime with you.
I know your fears and you know mine.
We've had our doubts but now we're fine,
And I love you, I swear that's true.
I cannot live without you.

[x2]
Goodbye my lover.
Goodbye my friend.
You have been the one.
You have been the one for me.

And I still hold your hand in mine.
In mine when I'm asleep.
And I will bare my soul in time,
When I'm kneeling at your feet.
Goodbye my lover.
Goodbye my friend.
You have been the one.
You have been the one for me.

I'm so hollow, baby, I'm so hollow.
I'm so, I'm so, I'm so hollow.
I'm so hollow, baby, I'm so hollow.
I'm so, I'm so, I'm so hollow.

Contigo


E a noite contagia os lugares mais recônditos do caminho que percorro até chegar ao local onde descanso o corpo.
Lá fora já não há passos apressados de quem pretende fazer o dia chegar ao fim mais rápido que o mandar das horas regidas pelos minutos, teimosos, vagorosos, que demoram a passar.
Já não há o canto dos pássaros sob o dourado das folhas de um Outono que chega, dia apos dia, mais forte e carregado.
Apenas os silêncios dos poucos que conversam no banco de jardim e que vão ganhando coragem para recolher e sentir o peso de um novo dia prestes a nascer, dando mais uma hipótese ao vício, de os vencer.
Deito o corpo que deseja tudo menos descanso no leito de um mar de sonhos onde te sinto presente e quente, imaginando-te ansioso pelo abraço da minha pele, pelo beijo do meu gosto, pelo odor do meu despir.
Sempre como no primeiro beijo e toque que contigo é eterno e nunca morre.

E contigo em mim, não há noite que me abrace num vazio sem fim.

02/10/2012

Sempre vivo II



E o vento toma conta da manhã que nasce doce e calma num sol que tem a pressa de não querer aparecer, empurrando os sonhos que a noite teima em criar sob a luz da lua, cúmplice de quem tem quem amar.
E pela janela entram sons que essa brisa forte e fresca transporta de vidas de dias em rotina consumidos em desesperante ansia pelas horas de sossego no aconchego vazio de uma casa que não é lar e onde a palavra amar sabe a fel e a solidão.
E a minha cama é invadida desse gelo de dormir sozinha.
Acabou a hora do sono que me transporta para o teu colo.
O vento chega ao meu rosto e faz-me estremecer o corpo, fazendo-o vibrar em ondas que não são de saudade mas sim de recordar.
E recordo-me de ti, do teu quente e terno toque que e sempre meu ao acordar, que me afaga nesse teu odor e olhar de mar.
E o vento já não é gelo ou frio, é aconchego do teu corpo que em mim esta sempre vivo.

02/10/2012

Teus beijos


E são os teus beijos
Que me despertam
Num acordar
Que não tem hora,
Que me enchem de 
Água com o teu sabor
E de arrepios que se notam no peito.
E são as tuas mãos
Quentes
Prementes
Que deslizam e
Me tocam a pele.
E são
Os toques do teu desejo
Que escrevem
No meu corpo despido,
Como tela branca e nua,
Histórias de entrega
E prazer imenso
Com palavras que não meço
Com traço seguro e certo.
E és tu
Quem me invade de pecado
A carne do corpo
Que não resiste
Ao intenso provar dos corpos
Agora molhados,
Salgados,
Entrelaçados
Num abraço de líquidos e odores,
Que sendo apenas nossos,
São únicos,
Os melhores...

29/09/2012

Thoughts X

Às vezes gosto de me embrulhar no nada que o teu silêncio traz.
Deixa-me com a sensação que me queres despida de (falsas) ilusões.

Libertar


E o céu chora do outro lado da janela, sob o ritmo compassado das horas feitas madrugada de um dia que tarda em chegar.
Pingos de água que lavam as folhas amarelo dourado de carvalhos e plátanos que carregam o suave pó de um Verão que não deixou marcas visíveis ao olhar dos outros.
Gotas que núvens negras libertam aliviando a dor de um céu que é constante e perfeito nas suas cores e tempos.
Chegou a hora de, tal como nesse azul imenso, me libertar das dores de um nunca ter, de um jamais sentir, de uma incapaz partilha e por mim, pelo meu querer respirar sem me sufocar, vou de ti me largar.
Vou misturar-me as lágrimas de sal com as que caiem de cima de mim num corpo que se entrega e rende ao ritmo desse cair.
Vou abrir-me a alma e deixar entrar esse rio que vem para me lavar.
Vou de ti me purgar, desintoxicar e este sentir fazer terminar.
E esperar que ao mesmo tempo que o céu deixe de chorar, eu o possa olhar e por fim, a viver recomeçar.

Sempre vivo

E o adeus regressou,
Num desaparecer sem palavras,
Sem um até já
Mesmo que nunca aconteça.
Cortaste-me de ti.
Rompeste-me o nós.
Arrancaste-me do teu peito.
De forma definitiva,
Sem regresso possível,
Sem me sentires a ausência
Ou companhia,
Sem vontade de voltar,
Com toda essa tua certeza.
E o adeus regressou
Sob forma de um até nunca,
Sem pronunciar palavras
Que nunca ditas são desejadas,
Para poder avancar,
Que ditas são odiadas.
E é este teu afastar
Que me vai fazer crescer,
Que me vai fazer olhar
Os dias com outro parecer,
Mesmo que a dor em
Mim impere,
Mesmo que o amargo sabor do abandono
Me controle,
Jamais te esquecerei,
De ti me separarei,
E assim,
Serás sempre vivo
Em mim.

27/09/2012

Meu vício

Há dias em que me apetece deixar que o Sol se esconda por trás do mar azul laranja e que ali fique mergulhado iluminando outros locais que não os que o meu olhar alcança. Prendê-lo nessa cor e nesse estado, como no tempo parado, perpetuado em sons de ondas de mar constantes desfazendo-se em lágrimas de sal que se confundem e misturam com as que dos meus olhos caiem.
E não deixar que caiam mais.
Não quero sentir que te perdi, que te largaste da minha vida sem retorno.
Quero que o tempo páre e te suspenda neste sentimento que não é perda nem ida, que não é ficar nem ganhar e que nunca avance para a certeza de não te ter.
Mas não tenho forma de o segurar. Nem nas memórias cada vez mais vivas que ficam em mim.
Sabes que jamais te largarei. Que jamais sairás de mim.
Não há forma de te esquecer, de contigo não sonhar.
És um vício do qual não consigo deixar de depender...
26/09/2012

Memória viva

A manhã traz no suave e doce Sol de Outono o toque que me aviva a memória do teu odor ainda gravado na pele que foi amada.

Não importa se agora, se ontem ou há tantos dias que já não se contam porque se esbatem na vida igual de tempos que correm sem mudanças.
Não importa se agora, há memórias que não nos deixam. Que ficam em nós de forma intemporal e eterna.
Como o teu sabor num beijo que mesmo terminado me acompanha como que sentido há apenas instantes.
Como o toque da tua mão sobre a minha deslizando e percorrendo-me de forma que me inspira e desperta para o dia, para a vida.
Como o salgado do teu corpo que com o meu me envolve num entrançado que marca levemente a carne numa intensidade impossível de descrever.
Sim, és tu que vives em mim. Num sentir que feito memória me alimenta e me acorda a cada manhã com a sensação de que nunca daqui saiste, de que nunca partiste.


26/09/2012

Thoughts IX


Há dias em que à chegada já só se sente o amargo travo da partida.

Odeio-te!

Odeio-te!
Como se odeia um odor que se entranha na pele e nos reaviva recordações que desejamos escondidas para lá da memória por não poderem ser repetidas.
Odeio-te!
Como se odeia o sol de Verão que marca a pele com tons dourados de sabor exótico que perduram como parte de nós.
Odeio-te!
Como se odeia o sal do mar que se cola e não se aguenta no gosto da boca e sempre nos tenta de forma intensa e irresistível.
Odeio-te!
Como se odeia a flor que branco imaculado puro tem o cheiro do teu odor num beijo abraçado em corpos despidos de todo o pudor.
Odeio-te!
Como se ama e deseja o mais insano dos sonhos e ilusão que nos completam e deixam no corpo, de todas, a mais doce sensação.

24/09/2012

Perdida V



E não há sonho como o de voar por entre a folhas douradas de um Outono em que caiem sob rios de águas que docemente se entregam ao mar.
A um mar que sabe a um sol intensamente suave que não marca a pele e que num ápice dá lugar a um luar de estrelas escondidas sob o seu suave desmaiar.
Sonho de liberdade que só encontra no vento que vive suave sob os vales das ilusões criadas numa mente que divaga em pensamentos que não são nada para além da realidade.
Pintados em cores de vermelhos castanho que inventam num misturar que nos faz lembrar o agasalho do frio que não tardará a chegar e assim, acompanhar o calor ausente que sente o meu corpo, que coincidirá com o deserto de gelo do coração que é meu.
Mas eu vivo, fria e inerte, com a vã esperança de um dia me libertar deste sentimento que me ofusca e me incendeia num calor sem chama que me deixou perdida, sem saber qual o caminho, desalojada da casa do teu carinho, abandonada num lugar esquecido, perdida...



24/09/2012

Neste vazio

E a tua ausência
É demasiada em mim
É dor que me trespassa
Que me parece nunca ter fim.
É o respirar sem querer
Num querer que não se sente
Num coração a bater
Que apenas está presente,
No decorrer destas horas
Intermináveis sem se deter
O tempo que esta mágoa
Não deixa parar de crescer.
Sim, a tua ausência
É uma falta em mim
É um não ser,
Um não saber viver.
Queria eu saber como a mim voltar,
Queria eu saber como me renovar,
Como renascer na pele
Deste corpo que não sabe mais vibrar.
Ausência do teu beijo fugaz,
Do teu abraço tentador,
Do teu falar por palavras escritas em sonhos,
Ilusões em que um dia me senti
Parte de ti, do teu respirar
A brisa deste imenso meu mar
Revolto,
Docemente salgado,
Agora,
Por lágrimas sem consolo,
De uma ausência incapaz
De me preencher neste vazio.
24/09/2012

Corpo quente


Corpo quente em doce deitar
De sonhos carregados
Num intenso imaginar
O corpo que e teu no meu a abraçar.
Corpo que quer a sede de ter
O teu sentir
No lábios o mel
De um beijo que cola
Os teus nos meus
Para além do teu partir.
Corpo que e pele estremecida em arrepio
Ao som do teu gritar
Meu nome em surdina
No suspiro de um sussurro junto ao ouvido.
Corpo que vive ansiando
Teu apertar de mãos em cuidado
Que marca a tua forma
Em suave carmim rosa,
Na carne que te deseja
Dentro dela, num abraço
De ventre que se contrai
Ao ritmo do teu entrar.
Corpo meu de mulher que por ti desespera
Num pleno sabor de entrega
Quero dar-me apenas, assim, por completo,
Inteira.

22/09/2012