quarta-feira, 11 de junho de 2014

Entregues



Lábios, boca,
Peito, abraço,
Beijos, pele que arrepia.

Mãos, toques,
Dedos, deslizando,
Carne que delira.

Sexos ansiosos,
Penetrando, recebendo,
Luxúria emergente
Transbordando sem controle.

Corpos molhados
De saliva,
De suor gotejado,
De tanto nos amarmos.

Almas entregues
Ao delírio do prazer,
Fundidas entre si,
Num sentimento que ultrapassa o ser.


09.Junho.2014

É nesta hora



É nesta hora em que o dia se entrega ao domínio da noite, em que o sol se deixa abraçar pelo mar e a sua luz deixa de brilhar, que as horas mais demoram a passar. Horas longas, feitas de minutos lentos, de ponteiros quase parados contrastando com o fervilhar de gente que regressa ao lar em passos acelerados acompanhados da alegria do riso de crianças.
É nesta hora que o meu corpo relaxa, repousado na cama, nos lençóis onde as marcas do teu corpo junto ao meu, já não se vêem.
Mas eu sinto-as.
Eu tenho-as marcadas em mim. Nesta pele que me cobre. No cheiro que faz parte de mim. No paladar da minha boca. No molhado dos meus lábios. No calor da minha carne. No âmago do meu peito. No bater do meu coração.
Em mim. Em toda o que eu sou. Em cada pedaço deste meu ser. Em cada recanto da minha alma.
Presente. Intenso. Forte. Irredutível. Inesquecível. Eterno. Para sempre.
Marcas que me acompanham e me invadem deste sentir que não tem dimensão, que me enche por completo, que me inunda por dentro e se vê cá fora, no arrepiar da pele, no suspirar sussurrado, no abraço de corpo completo, no deitar a cabeça e deixar-me, no teu peito, adormecer.
E as saudades a nascer. A crescer. A fazer-me ansiar por te ter. Por te ver. Por te envolver. Por te beijar. Por te amar. Por te viver... De novo.
 
05.Junho.2014

XXIII Verdade Irrefutável


É na imensidão da tua indiferença que eu naufrago e percebo o quanto sou pequena.



05.Junho.2014

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Hoje viajo ao som de...


 
 
Skye - Not Broken
 
 
Porque podemos sempre renascer... 
 

 
 
 
Oh no no oh no
Not broken
In two not you

Like the seed you grow
Under it all
You're roots take hold

Smooth out the creases
Then you'll see

And when you fall
Down in between them all
Here you are whole
Not broken

On and on hold on
Not broken
Just loose at the seams

Oh no no don't let go
Just listen
Goodness increases
You will see

And when you fall
Down in between them all
Here you are whole
Not broken

Leave it behind
All of the pain inside
Here you will be
Not broken

Through the crowd, patchwork souls
Move closer
Closer

And when you fall
Down in between them all
Here you are whole
Not broken

Leave it behind
All of the pain inside
Here you will be
Not broken

You will see
You will see

Por mim lutar



Sabes?
Por vezes sinto-me a navegar contra a maré, contra um imenso e invencível mar.
Um mar que não se revolta, que se cala, que não se expressa com ondas que nos agitam as bases, que nos fazem temê-lo e respeitá-lo. Demasiado sereno, demasiado fechado para consigo próprio, demasiado introspectivo e, no entanto, assustador.
Sim, assustador. Como se nada o importunasse, o abalasse, o fizesse reagir.
Como se fosse fácil, demasiado fácil, largar tudo e avançar, mudar de rumo, de vida, de correr no mesmo sentido.
Como se nada importasse.
Como se os dias já partilhados, de felicidade e de sorrisos, valessem nada. Um redondo e vazio nada.
E eu, a lutar contra a inércia desse falar. Contra o deixar passar que remói, que fica preso na garganta e mata, a cada minuto, a cada hora, devagar. Que impede de mostrar o sentimento que vive, tão vivo dentro de mim e de ti. Que fecha os sorrisos nos lábios, que tranca os carinhos em punhos cerrados, que prende os abraços atrás das costas e as palavras de carinho dentro do peito.
E eu, a tentar avançar em frente, a levar-me a aproximar-me, a querer unir-nos.
Sabes?
Por vezes gostava de saber deixar estar, correr e que fosse a tua mão a me procurar, a me tocar e, a por mim lutar.
 
 
02.Junho.2014

XXII Verdade Irrefutável



Porque é na tua boca que desejo aprender o verdadeiro significado de palavras sussurradas.
Porque é nos teus lábios que quero descobrir a que sabem os beijos.
Porque é na tua língua que desejo aprender o que é saborear.
Porque é nas tuas mãos que quero descobrir a força e a delicadeza de (te) amar.
Porque é na tua pele que desejo aprender o verdadeiro sentido do toque.
Porque é no bater do teu coração que quero descobrir o som das emoções.
Porque é na tua alma que desejo prender, fundir a minha.
Porque é no teu corpo que quero descobrir o que é viver.

E,

Porque é no teu abraço, que quando a hora chegar, eu desejo morrer.
 
 
02.Junho.2014

Quando me calar



Hoje o rio avança ao contrário, enche-se de si mesmo e deixa-se acaríciar pelo vento que se se esplana por ele adentro num ritmo que não se define, dançado a dois compassos.
Os passos de quem passa contrariam essa corrente, vagueiam sem destino concreto e sem pressa, sem essa premente vontade de chegar e só o sol de um Verão que tarda lhes dá, aos rostos impávidos e serenos, alguma vida, alguma alma.
Cá dentro, o vento não se sente, o sol não aquece e o rio não mostra a força que tem.
Mas algo me invade. O som do bater deste coração que sente, que deseja e que vive. Um som que me impede de parar, que me hipnotiza o pensar nessas batidas (des)compassadas ao sabor das emoções que são parte de mim.
Por vezes apetece parar, desistir e deixar de me obrigar a ouvir o soar da vida que me pesa nos ombros, que me sobressalta os sonhos, que me faz andar em revés. Deixar que páre de bater, que páre de sentir, que se encolha, pequenino e não se distenda e o sentir que diminiu com ele, quase desaparecido.
Mas há o amor. Esse sentir que nos arrebata, que nos faz olhar a vida e lutar, muitas vezes, numa guerra à partida, perdida. E insistimos. E resistimos. E tantas, muitas vezes conseguimos um amor fortalecido, empenhado e decidido em avançar num futuro de compromisso, de vida partilhada.
E é este amor que me preenche, que desejo e que almejo, com altos e baixos e ajustes a ambos os lados.
Sei que não sei calar quando mais precisas. Sei que não sei falar da forma mais meiga. Sei que rebato os assuntos quase à exaustão. Sei... Sei que não sou perfeita e longe disso fico.
Mas sei que te amo, desta forma que é a minha, intensa e estouvada.
Porque te amo por completo.
Porque me completas.
Porque sei que ao teu lado cresço.
Porque quero que resultemos.
Porque acredito.
Porque quando me calar, nesse momento, nada mais há a salvar. Deixou de haver acreditar.



02.Junho.2014

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Desistir



Por vezes apetece apenas desistir.
Como quando a brisa chega e a folha deixa de resistir. Apenas planar, deixar-se levar.
Apenas viver, deixar de me importar, ver os dias a passar...


02.Jun.2014

É no teu corpo

 


É no teu corpo
Que o meu se entrega,
Inebriada pelo teu cheiro,
No teu gosto viciada.

É no teu corpo
Que o meu se transforma
De menina doce e delicada
Em mulher fatal,
Ousada,
Por ti insana.

É no teu corpo
Que o meu sente
Todos os desejos concretizados,
Fantasias realizadas,
Por entre abraços e beijos,
Por entre as tuas estocadas
Dentro do meu ventre,
Que se entrega descontrolado,
Ao ritmo que imprimes,
Ao sabor do teu desejo,
Vertendo o seu líquido
De prazer incontido.

É no meu corpo
Que te recebo,
Imponente, soberano,
Senhor do meu deleite,
A ti,
Por inteiro,
Eu pertenço.
 
 
30.Maio.2014

Guiada

Quero ser guiada
Pelas tuas mãos presas nas minhas
Por caminhos que desconheço,
Por novas e ousadas estradas
Feitas de sonhos e de sorrisos fáceis,
De um amor que nos dá forças.

Quero perder-me
Por entre os odores
Que te denunciam a presença,
Que te fazem chegar a mim muito antes de ti.

Quero deixar-me ir
Por pensamentos que deixo calados
Em lábios que beijas
Sem medos,
Por entre olhares que falam
De tudo e de nada,
E me confortam,
Protegem,
Me fazem sentir amada.

Quero mais,
Quero tudo,
Quero sempre,
Agora, que logo é tarde demais,
Esse teu me adorar,
Junto com o meu te amar,
E viver,
Sem receio do que há-de vir,
Sem medo do que pode acontecer,
Pois não há nada,
Que contigo não enfrente,
Que contigo me faça temer.
 
 
 
29.Maio.2014