sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Amar




Não há um dia em que não pense naquele sentimento.
Surge como do nada, acompanhado de uma brisa com aroma a mar. Ou com as folhas de cor âmbar caídas no passeio, à porta de casa. Ou com a imagem da cidade no espelho que o rio reflecte naqueles instantes em que a água não procura o seu chegar.
E pensa naquele homem, de olhar doce e profundo, de sorriso franco e libertador, carregado de uma esperança que trazia felicidade no andar.
E naquele sentimento.
E atrás dele, um turbilhão de outros mais.

Sentimentos que não descreve de forma fácil, descontraída ou levianamente.
Pelo contrário: guarda-os.
Prende-os na garganta e empurra-os para baixo. 
Engole-os. 
Mas antes mastiga-os, tritura-os muito bem,  por entre os dentes cerrados, sob os lábios de rubro pintados.
E os seus olhos brilham perante tamanho sufocante esforço. Brilham, primeiro de raiva. E trinca, tritura. Depois de desilusão. E engole, sôfrega, toda a infelicidade. Por fim, a pena. De si e do que não foi. Ou do que foram. E tenta saborear cada mínimo pedaço que ficou na sua boca, por deglutir. Tenta reconstruir os sonhos que teve, em cenários que nunca existiram.
E o olhar, de um instante para o outro, deixou de brilhar, tornou-se vibrante, e o corpo, assumiu, respirando profundamente, as rédeas daquele instante.
E partiu. Resolvida a não pensar, a não voltar a viver aquele sentir que a faz perceber que, muitas vezes,  amar também é partir.
18.Dez.13

Arrepio




Sinto um arrepio,
Feito do sopro de um sussurro
De palavras ditas
Em segredo,
Junto ao ouvido.

Sinto a pele
Que se entrega,
Sem demora,
Ao delírio
De um querer
Que não se conta,
Que é segredo.

Sinto-te o corpo
Quente, vibrante,
Poderoso no tomar,
Intransigente no tocar,
Indulgente no prazer
De me fazer te pertencer,
E tão ardentemente,
Te desejar.
 
17.Dez.13

Palavras




Há palavras que se retêm na boca,
Presas por entre os lábios
Quentes e molhados de beijos
Intensos,
Trocados em momentos
Na memória gravados.

Há palavras que desejam soltar-se,
Gritar todo o sentir,
Todo o sabor
E todo o poder
Deste nosso partilhar,
Deste nosso querer.

Palavras que não descrevem
O doce sabor do beijo
Roubado por lábios
Sedentos desse (teu) gosto
Que (me) vicia e domina.

Palavras que se acanham,
Que são pequenas,
Parcas,
Carregadas de insignificância
Perante tamanho sentimento
Que me une a ti.
 
Palavras que coram
De um rubro carmim
As faces do meu rosto
Após o teu abraço
Dado em todo,
Por todo,
Este meu corpo,
Por esta pele
Que tocaste,
Por esta carne
Que provaste
Tomaste como tua,
Sem que palavras fossem ditas,
E apenas gemidos,
De um louco e insano prazer,
Fossem proferidos.

Há palavras que nunca nos saiem do corpo...
 
 
16.Dez.13

Sem ti




A noite reina num céu carregado de pequenos pontos luminosos em que apenas os solitários, os desesperados se atrevem a olhar e, o frio mostra que está no auge através da nuvens quentes que se formam ao ritmo do respirar.
As pedras da calçada brilham com o gelo sob um luar que não aquece nem o ar, nem uma réstia de esperança.
Aqui, o calor contrasta com a paisagem gravada nas janelas.
Aqui, vive...-se a vida de quem é amado, de quem ama incondicionalmente. E eu amo-te assim: incondicionalmente.
Sem restrições.
Sem razão e consciente.
Sem receio e temente.
Sem porquês e questionando.
Tudo e ao mesmo tempo nada. Nada e ao mesmo tempo tudo.
Um amor que me invade por completo, que me extravasa, que me ultrapassa.
Um amor sem o qual não respiro e que me sufoca.
Vejo-te ao meu lado, deitado e, de olhos fechados, sonhando e tenho a certeza que não vivo sem ti.
E tenho a certeza que te amo mais que a mim.
E tento, a cada dia, matar-te um pouco em mim porque preciso não depender tanto assim, porque preciso amar-te na medida de tu a mim, porque preciso aprender a gostar de mim e a viver só, sem ti.
 
11.Dez.13

Ténue



Ténue o toque
De um sol suave
De Inverno
Que me toca a pele,
Doce,
Ao ritmo de um respirar
Lento,
Que saboreia o passar
Dos segundos de forma
Intensa.

Ténue o som
Da vida no passar
Dos teus dedos
Que me acariciam
O corpo
Despido,
Deitado no leito
Em que nos amamos,
Em que nos pertencemos.
 
Ténue o sabor
Do teu corpo
Suado de me amar,
De me fazer mulher,
De me deixar
Louca
De tanto e insano
Prazer
Que me ofereces,
Quando frenético,
Me penetras,
Me preenches por dentro.

Ténue o bater
Do coração,
Meu e teu unidos,
Compassados,
Num absorver
Desta tão grande,
Imensuravel emoção,
De tamanha adoração,
De tão forte sentir
Que me acalma a alma,
Me desassossega a pele,
Me entorpece o pensar,
Me desperta os sentidos.

Ténue cada palavra
Sussurrada ao ouvido,
Cada lembrança
Gravada na memória,
Cada promessa
Dita olhos nos olhos,
Lábios nos lábios
Num beijo selada
Com a certeza de um amar
Que não vai,
Nunca,
Acabar.

Ténue
Porque te desejo
A cada dia,
Porque te amo
A cada hora,
Porque me entrego,
De corpo e alma,
A cada minuto,
Cada vez mais
Sem medo,
Sem medida!
 
6.Dez.13

Receio

 

Amanhece
Sem que a lua se debata,
Lute,
Pelo seu reino,
Frio, de prata.

Amanhece,
Nasce um novo dia
Próspero em alegrias
Feitas de sorrisos de crianças,
Feitas de amores que se encontram,
De gente que se cruza
Pelos caminhos deste viver.

Amanhece
E a esperança renasce
Para os amantes que, às escondidas,
Sob o fogo da paixão,
Dão asas ao desejo,
Ao prazer da carne,
E ao fervilhar de emoções
Que os invade sem culpas,
Onde o arrependimento não tem lugar,
Onde se criam recordações.
E enquanto o dia nasce,
eu morro por dentro.
Morro, definha-me o coração,
Quando não estás perto,
Quando não respiro o teu odor,
Quando a cama,
Vazia e fria,
Só partilha a tua ausência,
A falta do teu calor.
E cá dentro morro,
Sob a égide de um torpor,
De um receio de te perder,
De uma saudade do teu sorrir,
Do teu falar e do teu ser...
 
30.Nov.13
 

Em ti




É no teu sorriso
Que os dias têm sol,
Que as palavras são de uma doçura
Incomparáveis,
Sem igual.

É no teu abraço
Que as horas voam,
Que o meu coração acelera,
Bate louco, descompassado,
E os sonhos se libertam.

É no teu corpo
Que os minutos são fugazes,
Imensamente curtos
Para todo o sentir que me fazes,
Para todo o desejo que despertas,
Para todo este querer de quem te ama,
Sem limites,
Sem tréguas.

É na fusão dos nossos corpos
Que o tempo deixa de correr,
Que se mantém suspenso junto com este partilhar
De emoções que nos arrepiam por inteiro,
Nesta troca de sabores feita de beijos
Em bocas quentes e cheias de ardor.
Nesta entrega completa
Que me domina e invade,
Que me alucina a vontade,
Que me faz pertencer-te
E reafirmar a minha única verdade:
Tu és a fonte da minha felicidade!
 
29.Nov.13

Beija, beija-me

 
Beija,
Beija-me com o teu olhar
Doce, que me perscruta o ser,
O querer,
O meu pensar.

Beija-me com os teus lábios
Suaves, que me conhecem o sabor
De todas as palavras não ditas,
De todos os segredos partilhados.

Beija-me com as tuas mãos
Fortes, que me descobrem o tocar
Em cada ponta desses teus dedos
Pioneiros que na minha pele
São perfeitos a deslizar.

Beija-me com o teu corpo
Quente, que me invade sem temor
A carne que te deseja,
O sexo que, húmido,
Por ti anseia.

Beija,
Beija-me com todo o teu ser
Imenso, que me completa,
Que me faz a cada dia acreditar,
Ter a certeza,
Que te pertenço,
Sem freio ou receio,
Por inteiro,
De corpo e alma!
 
27.Nov.13

Entrego-me

 
Entrego-me
Rendida ao teu ser,
Ao teu sorriso,
Ao teu falar,
Ao teu me surpreender.

Entrego-me
Nua de todo o passado,
Nua de tudo o que sei,
Nua de tudo o que senti,
Nua,
Como se fosse uma analfabeta dos corpos,
Como se não soubesse ler os sinais certos.

Entrego-me
Despida de todos os medos,
Sem quaisquer preconceitos
A todo o teu saber,
Sem me controlar,
Sem receio de me perder.
Despida de todas as roupas,
Apenas com esta pele,
Que se arrepia
Sob o comando do teu beijo,
Apenas com este corpo,
Que se humedece
Sob o deslizar dos teus dedos.
Entrego-me
De corpo e alma unidos,
Aos teus mais profundos devaneios,
Aos teus mais loucos desejos,
Sedenta do teu tocar,
Ansiosa por te pertencer,
Sem limites, sem tréguas,
Nesta carne que quer pecar,
Desejosa por sentir,
No ventre,
Na pele,
Na boca,
Em mim,
O teu insano e imenso
Prazer!
 
 
23.Nov.13

Abandono




Hoje abandono o corpo
Ao sabor de uma cama fria,
Condizente com a noite,
Sem gente, vazia.
Um abandono sem resistência,
Sem a luta que se impõe
Pelos desejos e quereres,
Pelas vontades loucas,
Intensas dos prazeres.
Um corpo largado,
Sem que obedeça ao pensar,
Como se tivesse deixado,
Por vontade unicamente sua,
Que o coração ficasse parado,
Inerte, sem o sangue bombeado.
Uma pele outrora quente,
Hoje mais que arrefecida,
Hoje insensível,
Adormecida,
Num torpor que me controla,
Que sempre sinto na tua ausência,
Que a alma me desola,
Que me sabe a penitência.
Hoje abandono o corpo,
Até que chegues e me aqueças,
Até que venhas e me invadas,
E o meu corpo,
Por ti, renasça.
 
12.Nov.13

Não há lágrimas em mim



Não há lágrimas em mim.
Secaram com os sonhos
Nunca cumpridos,
Com as vontades
Nunca realizadas.
Escoaram com a desilusão
De um viver,
Não pleno de alegria,
Mas carregado de um pesar
Que nos vai invadindo,
Controlando o pensar.
Esgotaram de tantas e tantas noites
Plenas de solidão,
Companhia desse silêncio
Dono das horas demoradas
E carregadas de incompreensão.
Não há lágrimas em mim.
Tantas vezes vertidas
Em nome de um querer,
De um batalhar,
De um insistir e um lutar
Que acaba por nos vencer,
Que acaba por nos derrotar,
E nos faz desistir,
Acabar por não acreditar.
E cairam,
E voltaram a cair,
Salgadas,
Escorrendo por este rosto,
Espelho do desalento,
Do resignar a um sentir
Que dói,
Magoa cá dentro.
Não há lágrimas em mim.
Acabaram
Como acabou o desistir,
Como terminou o não sonhar,
Como findou o não querer viver.
Contigo, por ti,
Voltei a sonhar,
A sorrir e a querer,
A desejar e a almejar
A felicidade,
Intensa e contagiante,
Que é voltar
A amar!
 
 
9.Nov.13

Desliza




Dispo-me
E a roupa torna-se solta,
Desliza
Na pele que se arrepia.
E o corpo cede,
Desliza
Pelo cetim frio de um leito,
Vazio,
Sem companhia.
E a mente vagueia,
Imaginando que a tua boca
Desliza
Quente pela minha
Num beijo tem o teu sabor.
E a minha mão é a tua,
Desliza
Pelos seios,
Brincando nos mamilos,
Excitando-me os desejos e,
Desliza
Desde o ventre até ao meio
Das pernas entreabertas.
Já o corpo estremece
Nessa ansiedade pelo toque
Que antecede a expectativa
Da tua entrada,
E os meus dedos são os teus,
Deslizam
Para dentro de mim,
Ousados,
Ritmados,
Recordando-me de ti,
Assim,
Deslizando
Forte e bem fundo,
Tomando-me,
Domando-me,
Fazendo-me ceder
A este imenso prazer,
Que sinto,
Mesmo que apenas no lembrar,
Te pertencer.
 
 
8.Nov.13

Aguardo



Aguardo
Que o tempo passe,
Suave e lentamente,
Que me embale
E me faça adormecer,
Sonhar.

Aguardo
Que o meu leito,
Frio e vazio,
Aqueça,
Se torne cheio desse calor,
Que só se sente
Quando o coração,
Em ebulição,
Ferve de amor.

Aguardo
Que o teu corpo
Se junte ao meu,
Que os lençóis sejam soltos,
Se evadam das nossas peles,
Nos libertando de pudores,
E, que sem receio,
Sejamos amantes,
Descobrindo a cada dia,
Novos gostos, novos sabores.

Aguardo
Que o meu corpo
Seja trabalhado
Com os teus dedos arrepiado,
Com as tuas mãos apertado,
Com a tua língua saboreado,
Ao correr do teu tempo,
Das palavras segredadas,
Dos desejos anunciados,
Relevados
E concretizados.
 
7.Nov.13

Quero sentir


Quero sentir
O odor que de ti emana,
Que me desconcerta o pensar,
Que me deixa absorta,
Apenas centrada neste cheirar.

Quero sentir
O sabor que os teus lábios,
Doces e suaves,
Em beijos perfeitos
De bocas coladas,
Me dão a conhecer, a provar.

Quero sentir
A avidez das tuas mãos
Deslizando-me na pele
Com sábios dedos,
Que rumam pelos meus caminhos,
Evidentes ou escondidos,
Num destino que é único,
Numa meta sempre atingida.

Quero sentir
Que me tomas o corpo
Num ritmo vibrante e forte,
Que o meu ventre te acolhe
Entre as pernas abraçado,
Quase me rasgando a carne,
Fazendo-me delirar,
Cheia do teu desejo,
Em ondas de prazer,
Dando-me,
Entregando-me
À tua vontade.

Quero sentir
O teu corpo suado,
A respiração ofegante,
O coração acelerado,
De tanto,
Imenso,
Intenso,
Louco e insano,
Prazer partilhado!


7.Nov.13

Muito mais




Há uma vontade
Que cresce em mim,
Que me invade,
Que me quer dominar
O sentir e o pensar,
O querer e o fazer.
Uma vontade
Que me impele a seguir
Num caminho que faço meu,
Numa rota em que o destino
É somente um.
Uma vontade
Que não se explica,
Que não se entende,
Que não se controla,
Que cresce,
Que aumenta
A cada dia,
A cada hora.
Há uma vontade
De nos teus braços me entregar,
De na tua boca me perder,
De no teu corpo me encontrar
E, no teu peito adormecer,
Com a certeza que és mais,
Muito mais do que alguma vez
Pensei amar.
 
3.Nov.13

Dias

 


A noite avança no seu ritmo habitual e rotineiro por entre o espreitar de uma lua que timidamente se esconde por trás de nuvens carregadas de água.
Os sons são quase nulos, de um silêncio que quase se ouve e apenas interrompido pelo passar de um carro ou de uns passos de alguém que parece perdido na imensidão desta escuridão.
Perdido como eu me sinto.
Perdida e desmanchada de mim.
Há dias em que tudo o que somos, ou pensamos ser, escorre de nós, foge do nosso ser, como a espuma do mar que se dissipa na areia.
Há dias em que me dissipo do que penso que sou por força da análise de outros.
O que pensamos ser, definitivamente, não é o que vêem.
Há dias em que não conseguimos mostrar o que somos, em que a forma de comunicar se esvanece como se esvai o odor de uma flor num dia de chuva que, por mais intenso que seja, não tem força para se fazer notar.
Há dias em que nos obrigam a olhar as nossas atitudes e nos julgam incapazes de mudar, como se fossemos intransigentes e intolerantes. Incapazes de mudarmos de opinião.
Há dias em que me sinto o pior dos seres com todos os defeitos a serem marcados, registados, relembrados e incapaz de mudar.
Não há mudanças, verdadeiras mudanças, repentinas.
As mudanças dão-se de dentro para fora pois para serem realmente realizadas há que querer mudar. E isso demora, requer tempo.
Há dias em que desejo que o tempo avance e traga consigo todas as mudanças de que necessito para, aos teus olhos, eu ser realmente perfeita.
 
3.Nov.13

Ser tudo



E a boca
Sussurra desejos
Cravados na carne feita pecado,
Em gotas de saliva partilhadas,
Em aromas de corpos suados,
Em abraços e beijos trocados.

E os dedos
Descrevem palavras
Desenhadas no correr do tempo,
Em lábios rubros entre-abertos,
Numa pele que se desassossega,
Num corpo que estremece.

E o corpo
Transmite recados
Impulsionados pelo querer
De peles entrelaçadas,
Amassadas,
Sedentas desse te ter
Cá dentro, neste ventre,
Contraíndo-se em ondas de prazer,
Jorrando de mim todo o meu ser,
Fazendo-me perder
Sentido e razão,
Completamente entregue ao teu poder,
De saber como me fazer
Ser tudo o que te dá imenso prazer.
 
 
1.Nov.13

Hoje, sinto

 

Hoje,
Sinto no corpo
O calor de um abraço
Feito de um Sol
Que é ameno,
De um quente que invade,
Que preenche o coração.

Hoje,
Sinto no corpo
O corropio de uma brisa
Que percorre,
Lenta,
Doce,
Suave,
Imitando o afago
Dos dedos de uma mão.

Hoje,
Sinto no corpo
A tua presença
Feita de memórias
Recordadas a cada minuto,
Feita de lembranças
De beijos trocados
Sob o ímpeto do desejo,
Sob a marca do prazer,
Sob o nome do que nos une,
A todo o momento,
Todas as noites em que te reencontro
E nos teus braços,
Nos teus lábios,
No deslizar da tua pele,
Me entrego de corpo e Alma,
E a TI,
Sem receio ou dúvidas,
Por completo
Me dou.
 
30.Out.13

De novo, o silêncio





E de repente o silêncio é quem domina. Não há sons de passos ou de risos de crianças na rua. Não há vento e nem as gotas de chuva têm coragem para interromper o seu domínio.
Um silêncio absoluto, como se a vida ficasse suspensa no tempo, no sopro de um respirar, num bater de coração. Um silêncio que avança poderoso no seu querer, sem piedade de quem se cruza nos seus caminhos.
Um silêncio que me apanha, que se vai entranhando e apoderando-se de mim, conquistando cada pedaço do meu ser, descobrindo os meus sonhos, desfiando as minhas fraquezas, confrontando-me com os meus defeitos.
Um silêncio que me obriga a olhar para dentro de mim, a ver-me tal como sou.
Um silêncio que quase me oprime, quase me esmaga na visão do que não presta e quase me convencendo de que nada mais existe.
E o bater do coração, o bombear deste sangue quente e vivo, trazem ao meu rosto lágrimas salgadas de um arrependimento por falhas no meu ser, por não conseguir ser perfeita e, nesta imperfeição ser incorrecta e magoar quem me rodeia. Mas este silêncio não é mau, não se disfarça de pudor nesta minha crua avaliação. É quem me faz avançar e a cada dia melhorar.
 
 
24.Out.13

XIX Verdade Irrefutável




Meu corpo é feito de perigosas curvas, de relevos estonteantes, de percursos secretos onde, descobrir-me é uma aventura, conhecer-me é domar-me, e esse é um privilégio apenas teu!
 
 
19.Out.13
 

Vem!





Vem,
Espero-te hoje,
Cheia deste desejo
De sentir o teu toque,
De saborear o teu beijo. 

Vem,
Há no meu peito
Esta ânsia do teu abraço,
Do teu odor a invadir-me os sentidos,
Inebriando-me o pensar.

Vem,
Trago na pele o arrepio
De um corpo que se entrega,
Aos delírios do teu saber.

Vem,
Tenho um fogo que me apoquenta,
Uma fome que não se sacia,
Uma sede que não se aguenta!

Vem,
Quero-me tua,
Sem receios ou freios,
Sem preconceitos e sem demora,
Tomada,
Domada,
Insanamente descontrolada,
Num momento de louco
E intenso prazer!
 
17.Out.13
 

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Hoje viajo ao som de...


Lucia - Silence



Stop me
Say you wanna stop me
Say you wanna stop me now!
But I'm leaving
Yes I'm gonna leave you
Yes I'm gonna leave your life
If it's just 'sorry'
I don't want your sorry
I don't want your sorry now
Is too late, you know
Is too late, you know
Wasted time!

Say
Do you wanna play for love?
Do you wanna play for love?
Say,
Do you wanna play for love?
Do you wanna play for love?

Your silence
Your silence
Your silence...aaaah
Silence
Your silence
Your silence

Wake me!
Say you wanna wake me
Say you wanna wake my life
But I know you
Yes I wanna know you
Yes I wanna know your life
If is just teasing
I will be your teaser
I will be your teaser now


Is too late, you know
Is too late you know
Wasted time

Say,
Do you wanna play for love?
Do you wanna play for love?
Say,
Do you wanna play for love?
Do you wanna play for love?

Your silence
Your silence
Your silence!
Silence
Your silence
Your silence

Say, you wanna know me
You wanna know me
And try to let it out

Say, you wanna know me
You wanna know me
And try to let it out

Say, you wanna know me
You wanna know me
And try to let it out

Say, you wanna know me
You wanna know me
And try to let it out
And try to let it out
And try to let it out
And try to let it out

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Hoje viajo ao som de...


Oculto

Há um desejo
Oculto no meio
Do meu peito,
Que se estende
Pela pele,
Que escorre de mim,
Por mim toda.
Há um desejo
Que não controlo,
Que me enche
O pensar,
O querer
E o agir,
Sem tréguas,
Sem clemência.
Há um desejo
Que me comanda,
Me faz delirar
Só de imaginar
As tuas mãos
Nas minhas coxas,
A tua boca entre elas,
A tua língua sorvendo-me,
Degustando-me,
Provando-me.
Há um desejo
Neste corpo,
Nesta carne que anseia
Pelo teu prazer deposto,
Nos meus lábios,
Nesta boca...

7.Out.13

XVIII Verdade Irrefutável



A vida é feita de momentos e os que me são inesquecíveis, são aqueles em que me olhas e me vês perfeita, apesar de todos os meus defeitos.
 
14.Out.13

XVII Verdade Irrefutável



 Não há melhor sensação que a do teu apaixonante desejo a arrepiar-me a pele.

13.Out.13

Desilusão


A noite vive o seu momento de glória: a lua brilha sobre a névoa da madrugada, brincando às escondidas com as sombras desenhadas na calçada.
O cheiro que inunda a brisa é de orvalho e a erva molhada e o silêncio é quebrado pelo cair de uma ou outra gota que escorrem por entre as folhas das árvores ou por algum transeunte perdido no tempo que passa em passos idênticos ao passar do tempo: demasiado depressa.
Aqui, o silêncio é quem comanda, enchendo cada recanto deste quarto. E o corpo, confinado a este leito onde repouso, respira com custo, com o peso desse sentimento.
Esta noite é o silêncio que me acompanha, que me oprime e carrega o peito.
O silêncio de me confrontar com o que sou, com o que mostro e aparento.
O silêncio de perceber que são demasiadas as imperfeições.
Mas sobretudo, esse terrível silêncio que acompanha o receio da (tua) desilusão.
 
11.Out.13

Nostalgia

Há no cair da noite
Uma nostalgia
Que me prende o corpo,
Que me faz pensar
No som do teu abraço,
No sabor do teu beijar.

Há no aparecer das estrelas,
Um simples desejar
Nos teus braços cair,
No teu corpo descansar.

Há no domínio da lua,
Uma vontade a crescer,
Um sentir que tenho de acalmar,
Uma saudade que tem de acabar,
Uma palavra que tem de se soltar,
Num constante te dizer:
Meu amor, apenas vivo
Se for para te amar...


11.Out.13

Desejo insano


Desejo insano este
De te querer o sabor
Dos lábios doces, prementes
Junto ao meus,
Sedentos,
Ansiosos por entrelaçar
As línguas em sedutores
Movimentos.
Vontade louca
De na pele sentir
Os teus dedos a deslizar,
Fazendo-me arrepiar,
Excitando-me os sentidos,
Aumentando-me o querer.
Insanidade esta
De me abrir e te receber,
De me entregar e me perder
Nesse imenso teu me ter,
Me saber e perceber
Como me enlouquecer
De tanto prazer...


29.Set.13

domingo, 29 de setembro de 2013

Quero


Quero o teu olhar,
Deslizando doce e interrogativo
De quem sabe o que perguntar,
De quem sabe o que é permitido. 

Quero o teu respirar,
Soprando-me ao ouvido
Palavras que são desejos,
Plenas de vontade,
À espera de um motivo.

Quero o teu beijar,
Línguas que se tocam,
Beijos que se trocam,
Prenúncio do desejo de amar.

Quero o teu toque,
No meu corpo,
Prendendo-me ao teu,
Num abraço que quero só meu.

Quero a tua pele
Molhando-se com a minha,
Num ritmo alucinado
De dois corpos transpirados,
Por fazeres da tua carne a minha,
Por me fazeres apenas tua,
Nesse louco tomar,
Provar e saborear,
O meu corpo entregue ao teu,
O teu dentro do meu,
E de mim me perder
Em tão intensa e imensa,
Louca e única,
Sensação de prazer.
 
27.Set.13

Presa



Presa
Nesta corrente
De gente incerta
Que pela vida passa.

Presa
Ao sabor dos conceitos
Definidos e impostos
Sem que alguma,
Uma pergunta seja feita.

Presa
Aos olhares de quem condena,
De quem julga
Sem saber o que aqui,
Cá dentro,
Impera.

Presa
Neste corpo
Que não me chega,
Que é ínfimo para
Esta alma que não é pequena.

Presa,
Condenada a não ser
Eu mesma,
A desistir do meu sentir,
Do meu ser e do meu sorrir.

Presa
Por não corresponder
Ao aceite e ao vulgar,
Ao já visto e imposto.
Presa,
Por não ser,
A todos os outros,
Igual.
 
27.Set.13

Acordar e viver


A manhã já se iniciou há longos minutos, hoje carregada de um tom cinza que só as nuvens conseguem pintar.
Caiem do céu gotas de uma água que lava as folhas das camélias e faz brilhar as pedras da rua, unindo-se em pequenos cursos aumentando o seu caudal a cada nova união. O seu barulho desafia o do chilrear, cada vez mais ténue, dos pássaros que abraçam o amanhecer sempre com uma imensa vontade de viver.
As pessoas passam rápidas no seu passo ritmado de quem não quer ficar molhado e, nem o pregão cantado o seu lado as desvia do caminho.
Aqui, apenas uma doce brisa desse barulho distante.
Aqui, apenas as gotas que teimam em cair constantes no vidro da janela.
Aqui, eu e o silêncio dos meus pensamentos que, frustrantemente, tento colocar em palavras.
Um silêncio que sabe a saudade, que cheira a ausência, que me invade e absorve toda a minha força, o meu querer e me faz aqui ficar, deitada e inerte, à espera que a luz do teu sorriso e o calor do teu corpo, me abracem e, deste apenas ver as horas passam, me façam acordar e viver!
 
27.Set.13

sábado, 28 de setembro de 2013

Um querer


Há um querer que não sei explicar,
Um sentir que se demonstra na pele,
Um desejar que me queima a carne.

Pelo teu olhar que por mim passa,...
Deslizando sem parar,
Sem medo de me descobrir,
Ansioso por me encontrar.

As tuas mãos são brasa
Fazendo-me arder
Num desejo tão intenso,
Difícil de conter.

Os teus lábios nos meus,
São vontades perdidas
Num louco frenesim,
São línguas atrevidas
Que se provam por fim.

E o teu calor,
Dessa pele que me rodeia,
Me envolve nesse fervor
De me querer tomada,
Sem medo da entrega,
Sem qualquer pudor.
E a carne que é minha,
Fervilha nesse torpor
Que é ser tua
Sem medida,
Nesta loucura de sentir,
Neste imenso querer
De me dar e te receber,
E de contigo,
Explodir de prazer!
 
27.Set.13

Leio-te

Leio-te,
De forma lenta e demorada,
Desfolhando cada página
Com a vontade da descoberta.
Leio-te, 
Com o toque dos dedos,
Comandados pelos desejos
De te descobrir todos os anseios.
Leio-te,
Cada linha do teu corpo,
Aumentando a cada deslizar
A emoção de te fazer arrepiar.
Leio-te,
Nas entrelinhas do olhar,
Nas metáforas do teu falar,
A vontade de te quereres,
A mim, te entregar.
Leio-te,
A meu belo prazer,
Ao ritmo do meu querer fazer,
Sentindo-te a ele a arrepiar,
Os lábios a humedecer,
À medida que me apetece,
Fazendo-te, de desejo,
Quase enlouquecer.
Leio-te,
Devoro-te as palavras
Ditas ao meu ouvido,
Embrenhando-me,
Desvairada,
Enlouquecida,
No enredo do teu gemido.
Leio-te
Todas as curvas,
Todos os recantos,
Descubro-te todos os dias,
Loucos e novos encantos,
E nunca de ti, de te ler,
Descobrir,
Dar e receber,
Me canso!
Leio-te,
Com todo o nosso prazer!


22.Set.13

Vencer


A noite vai cedendo a sua vez, num passar de tempo coroado de minutos que não querem avançar.
A manhã ainda dorme sob o manto doce de estrelas que suavemente vão perdendo o seu lugar e onde os raios de sol vão beijando a vida com o seu ameno calor.
Os sons lá são de quem desperta num compasso lânguido e lento para mais um dia de horas aparente e essencialmente iguais. Os cumprimentos dos pássaro
s são brindados por gotas de orvalho que deslizam nas folhas já amarelecidas de um qualquer carvalho ou nas pétalas de uma beladona de odor inebriante .
Na rua sente-se o aumentar da vida pelos passos e pelas conversas, parcas e sussurradas, de quem se cruza na calçada.
Aqui dentro, o sol vai ganhando força e pintando as paredes com os seus tons alaranjados transformando o quarto e fazendo lembrar que o dia está quase a iniciar.
Para trás fica a escuridão das incertezas, o vazio de um corpo largado no leito, preso a um destino que, por vezes, parece que é por outros escrito, sem qualquer hipótese de revisão ou nova opção, sem que tenhamos nesse rumo qualquer decisão.
Mas o dia surge pleno dessa luz que nos desperta e no meu corpo, as tuas mãos fortes e quentes beijando-me a pele, são a certeza que não há dificuldade que não vença.
 
17.Set.13

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

XVI Verdade Irrefutável


... Há dias em que me apetece mergulhar no teu amor como se mergulha no mar.
 
14.Set.13


Sem diferença



A manhã vai esgotando o tempo demasiado curto que lhe resta, tentando abrandar e assemelhar o seu ritmo ao do movimento na rua. Quase nulo para um dia de Sábado com sol. Quase inaudível, sem o som do vento nas folhas já a ficarem com as tonalidades de um Outono que sinto precoce. Sem a música dos pássaros e do chilrear forte aquando de uma luta pela posse de umas migalhas de pão que um transeunte habitualmente lhes oferta.
Não há sons de crianças ou passos de gente que passa marcando a sua presença nas pedras da estrada.
Há um som que reina, de forma imperceptível, impondo-se a cada minuto, a cada segundo e fazendo a sua vitória: o vazio de um dia quase parado, quase sem vida, quase morto desse fervilhar de gente que corre a contento da azáfama da vida.
Aqui, dentro do meu quarto e do meu peito, não há diferença, som que não se assemelhe: tudo transborda de um silêncio de horas mortas, passadas sem que tivesse oportunidade de as controlar. Sem que tivesse vontade de as parar e lhes alterar o rumo, pressinto, há muito tempo traçado.
Há manhãs assim, em que o corpo se converte ao desleixo e se compromete em deixar que o vazio, o silêncio e o tempo possam passar sem que o queira apressar.
Há dias em que apenas não quero pensar, desejar ou sonhar.
Há dias em que nada me faz querer viver, apenas respirar e sobreviver, rendida ao que não posso controlar...
 
14.Set.13

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Mais que perfeito

 
Hoje a noite chegou mais cedo do que o habitual para uma noite de início de Setembro. O Verão rende-se às evidências de um sol que já não brilha com o mesmo fulgor e o corpo arrepia-se quando confrontado com a brisa que é já outonal.
Tudo, nesta hora de mudanças, parece fugir, correr, andar depressa demais. Há nas ruas um estranho e hipnotizante ruído, constante e ritmado, de quem deseja o regresso rápido a casa.
E eu, fico parada a observar a avidez de todos os que por mim passam, sem que consiga descortinar quais os motivos do regresso.
Do retorno à tão indesejada rotina dos dias sempre iguais. De horas não desejadas, em locais que não queremos.
E olho para mim, da mesma forma que olho para eles e sinto que há dias em que apetece não regressar. Em que apetece apenas partir e só recordações na mala levar.

Mas há dias, em que olhamos o mundo que construímos, com todo o nosso esforço e a única vontade que nos invade é o regressar e isso é, na maioria das vezes mais que perfeito.


9.Set.13

Há algo...

Há algo no teu olhar
Que me fascina,
Que me compromete
Os movimentos,
O agir e o andar.

Há algo no teu toque
Que me queima,
Que me incendeia a pele,
Mesmo antes de,
Tão doce e levemente,
Os teus dedos nela,
Se deleitarem a deslizar.

Há algo no teu beijo
Que me enlouquece,
Que me faz delirar com esse sabor,
Invasivo,
Viciante e envolvente,
Que se apodera do meu paladar.

Há algo no teu cheiro,
No calor da tua pele,
Do teu abraço,
Do teu amar,
Que me completa,
Que me preenche
E enche de felicidade,
Que faz de mim,
Uma verdadeira Mulher.
 
9.Set.13

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Dicionário de coisas simples XVIII

 


E o viver?
O viver é um não respirar, um não sentir,
E tão-pouco um sorrir,
Senão apenas na tua presença.

E o sorrir?
O sorrir é o imenso prazer
Desferido pelos lábios,
Sedentos e ansiosos
Por sentir o teu sabor.

E o saborear?
O saborear é prolongar no paladar
O gosto do teu beijo,
Do teu corpo,
Das gotas do teu suor
Após o nosso amar.


3.Set.13

domingo, 22 de setembro de 2013

Esperança


Há uma esperança que nasce
A cada dia, a cada hora volvida
Em minutos que passam despercebidos,
Como relâmpagos na noite,
E fazem renascer o desejo de realizar

Sonhos que me invadem a noite,
Com o cheiro do teu corpo,
O calor do teu sorriso,
O aconchego do teu abraço,
Onde tudo é possível,
Onde me perco sem medos,
Onde só a vontade e o amor
Prevalecem sem entraves.

Há uma esperança que me invade
A cada momento partilhado,
A cada sentido no corpo prolongado
Pelo deslizar dos dedos na pele,
Pelo segurar da mão,
Companheiro de um beijo
Que aquece a alma deste coração
Que se preenche apenas contigo.
Sim, acredita que sou tua
Da mesma forma que és meu,
De corpo e alma unidos,
Partilhados e fundidos,
Num amor que nos ultrapassa,
E que nos dará, essa
Tão desejada força,
Para enfrentar os dias que percorreremos,
Provando que juntos somos perfeitos.
 
31.Ago.13

sábado, 21 de setembro de 2013

Há em mim







Há na minha pele o teu odor,
Invadindo-me de lembranças
De abraços de reencontros
Perdidos em tempos demasiado fugazes. 
 
Há na minha boca o sabor
De beijos trocados em línguas
Sôfregas, desejosas por se tocar.

Há no meu corpo o arrepio do teu toque,
Deslizando por percursos que criaste,
Que descobriste e que,
Como nossos, marcaste.

Há na minha carne o desejo intenso,
De te ter cá dentro,
Possuindo-me por inteiro,
Dispondo-me o corpo ao teu jeito,
Fazendo-me mulher,
A cada novo momento.

Há na minha alma um sentimento
Indubitável e premente
De te ter todas as noites presente,
E de te pertencer,
A cada dia,
Com mais certezas que anteriormente.

28.Ago.13

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Já não me pertenço



É no teu beijo que perco as forças
E deixo de lutar contra o desejo
Intenso, imenso de te provar.
É no teu beijo que molhado
De línguas sedentas, ousadas...
Me entrego ao sabor dos teus dedos
Vagueando na pele que anseia,
Louca, insana nas vontades.
É nos teus lábios,
Juntos dos meus,
Que profiro palavras de entrega,
De certeza de te querer,
De corpo, como de alma me entregar.
É no teu beijo que grito em surdina,
Sou tua, já não me pertenço...

27.Ago.13

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Por vezes

 
 
Por vezes pergunto-me por que existem os sonhos, para quê, com que finalidade.
Por vezes sinto-os reais, concretizáveis, perfeitamente plausíveis e concretamente possíveis.
E o sonho cresce em mim. Plantado com um pensamento, adubado com a esperança, alimentado com o crer.
Por vezes questiono-me porque penso. Questiono-me porque creio e acredito. Questiono-me porque tenho esperança.
Por vezes preferia não ter, não ser, não sentir. 

Apenas (sobre)viver.
Viver no silêncio de não me iludir, de não sentir e desejar.
Viver no passar de horas indiferente aos minutos mais ou menos longos.
Viver na realidade certa e rotineira do passar dos dias em nada diferente, em nada mais ou menos colorido que o anterior.
Confortável e segura na minha jornada diária.
Apenas (sobre)viver sem o medo e a tristeza da desilusão, do fracasso e da saudade ou solidão.
 
31.Jul.13

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Único e perfeito









Somos pele,
Somos carne,
Somos sangue que corre
Vibrante do cerne do corpo.
Somos beijos trocados
Em línguas entrelaçadas,
Por entre lábios molhados,
Por entre palavras balbuciadas,
Falando dos desejos que nos contraem o ventre,
Sentindo os dedos fervilhando
Em toques imensos,
Intensos,
Internos, por entre as pernas
E escorrendo,
Suados após amados.
Somos um coração acelerado,
Por entre olhares que sussurram
Palavras de entrega e de amor,
Que se acalma e no teu peito descansa,
Rendida que estou ao calor e aconchego
Do teu único e perfeito
Abraço.

29.Jul.13

terça-feira, 17 de setembro de 2013

E o rio...


Há dias em que as horas teimam em manterem-se inertes e imóveis, em minutos lentos e demasiado imutáveis acabando por controlar e esvaziar a mente de pensamentos.
Horas em que nada anda, nada funciona, tudo estagna, nada avança, tudo dorme o sono da espera sem desesperar.
Excepto o rio que avança indiferente ao lento girar deste aparentemente fervilhante Mundo de pessoas que não vivem.
E eu olho essas águas que correm mais ou menos lentas, que por vezes enchem o curso do seu leito ou as desnudam criando pequenas escarpas de pedras amontoadas nas suas margens.
E eu olho esse passar sem parar e sem me deter em outro pensar que não seja o de ver a noite chegar e o dia acabar e de voltar ao lugar a que chamo lar, de nos teus braços me aconchegar e no teu peito poder deixar apenas de sobreviver, mas descansar e voltar, de novo, a respirar...
23.Jul.13

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Verdade

Não há maior vontade
Que o querer-me perdida,
Por entre o gosto dos teus beijos,
Por entre o sabor da tua língua.
Não há maior desejo
Que o querer-me a pele arrepiada
Por entre os dedos das tuas mãos
Deslizando e redescobrindo-me a cada novo recanto .
Não há maior devaneio
Que o querer-me entregar sem freio
No teu corpo que me toma,
Agarra,
Aperta,
Penetra,
Controla...
Não há maior felicidade
Que o quereres-me amar
Com todo o teu ser,
Corpo, alma e sangue
E ser esta a nossa única e mais certa,
Verdade.

18.Jul.13

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Espero-te


Espero-te.
Sem que te anuncies
Por palavras ou gestos
Espero-te,
Aqui no desassossego
De um leito feito nosso,
Ansiando que o teu cheiro
Me invada os sentidos
Espero-te,
Com a relutância à porta
Incapaz de se impor,
Com a firme certeza que te quero pertencer
Espero-te,
Num corpo que se prepara
Para sem freios ou medos
Te fazer perceber
Que apenas quero,
Louca e intensamente,
Voraz ou docemente,
Dentro de mim
Te receber.
 
11.Jul.13

Quando?

Quando me dirás que o fim chegou?
Quando deixarás de me manter nesta expectativa de que é possível, de que ainda há uma réstia de esperança que cresce e abunda dentro deste peito que te vive a cada minuto?
Quando chegará a hora de um adeus há muito anunciado, há tantos dias fomentado pelo silêncio de quem (não) se quer despedir e quebrar esse cordão que nos une de forma indelével e no entanto tão facilmente quebrável?
É o quê? Falta de amor? Deixaste de amar-me? Deixaste de me sonhar os beijos trocados ao sabor de uma noite quente de Inverno? Deixaste de me desejar o sorriso ao acordar após uma noite em que o amor transbordou para lá do que é corpo?
Quando deixarei de olhar o teu lado da cama cheio da tua ausência, carregado da ilusão de voltar a sentir-te o respirar doce do teu sono?
Quando serei capaz de olhar no espelho e enfrentar(me) o facto de que nos perdemos neste imenso silêncio que é mais que um adeus?
Um dia, teremos de o fazer e eu sei que morrerei ainda mais do que morro agora, a cada minuto desta vã inglória espera...

8.Jul.13

domingo, 14 de julho de 2013

Já vivido


Há noites que duram mais que as horas lentas em que a Lua vai reinando. Noites em que as estrelas não brilham e não nos alimentam os sonhos de desejos quase inconcretizáveis.
E a noite prolonga-se muito para lá dos minutos em que a escuridão se manifesta.
Muito para lá das luzes dentro das casas de quem não dorme com o calor que abafa os corpos.
Muito além do fechar dos olhos e viajar para Mundos únicos onde as cores são criadas ao sabor de contrastes doces e suaves jamais vistos, onde o cheiro das flores é viciantemente inebriante, onde os frutos nos matam a sede com paladares e texturas jamais provados, onde o nosso sentir se enche de tudo o que nos faz bem à Alma.
Mas eu, aqui, dentro destas paredes que me rodeiam não sonho assim. Aqui a noite é estranhamente prolongada e sem luz, sem sonhos feitos telas de pintura.
A minha noite é feita de ausência e solidão, de tristeza e de lágrimas, de saudades de um amor que já me fez sonhar, como os que vêem as estrelas junto à Lua sempre a brilhar...
8.Jul.13