quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Grãos de areia...


Na ampulheta, o tempo nao para, os graos de areia caiem, escorrem por entre si e vao desaparecendo ate nada mais restar senao, aquele vazio imenso. Um vazio de ausencia.
E eu sinto-te escorrer-me das maos, por entre os dedos, como se desses finos graos de areia se tratrasse e que tento, a todo o custo, manter comigo.
Vejo-te cair de mim e criar uma nova montanha e sinto-me tentada a apanhar-te e a juntar-te de novo num punhado de duas maos, so meu. Mas ao mesmo tempo, o receio de perder um unico grao de areia nesse processo de recuperacao e mais doloroso que todos os que ja se escorreram de mim.
Entendes o que te digo? Consegues perceber que, os que ainda estao nas minhas maos, sao os que vais querendo manter comigo. E esses sao infinitamente mais importantes que os outros: nao posso perde-los!
Sim, eu sei que vai chegar o dia em que apenas alguns ficarao e que esses, esses serao apenas meras sombras de ti. Memorias impressas na palma da mao, como as linhas que alguns dizem decifrar.
Mas quem decifra o amor?
Mas quem sabe ler os contornos de uma paixao, de um amor para alem da compreensao?
Mas quem consegue contar os graos de areia na ampulheta e saber ao certo quanto tempo falta?
E de um momento para o outro, nao ha areia.
Tal como tu em mim...

28/02/2012

Despedidas...


E existem alturas na vida em que temos de dizer basta, chega. Em que as nossas forcas se esvaiem do corpo, fogem rapidas, velozes e, de um momento para o outro e hora de largar. Hora de deixar ir e de abandonar.
Deixar para tras o que nao nos deixa andar para a frente, o que nos impede de avancar, de evoluir.
Nao importa se ja fez bem, se ja nos completou o vazio, se ja foi tudo.
Que importa se agora e nada? Se agora nao ajuda, se agora so nos puxa para baixo, so nos prende ao chao? Que importa se agora, o que precisamos e de voar?
Se temos de sentir de novo o ar no rosto, o sol no corpo, se o corpo apenas pretende seguir a vontade! E como tenho vontade! Como preciso largar-te, soltar-me de ti, viver por mim!
O tempo ja passou, ja nao diz nada, ja nao ha momento ou historia que o possa recuperar. Passou entendes? Nao soubemos aproveitar. Nao soubemos ler os sinais. Talvez nem houvessem sinais, talvez so eu os sentisse. Mas hoje deixo-te livre. Livre de mim, do que possas ter significado para mim. Afinal, ja nada sei de ti, ja te escondes de mim, ja te fechas no teu mundo em que so alguns, os eleitos, tem acesso.
E eu, eu nao aguento ficar com palavras de compaixao, de mera resposta. Eu queria que me falasses, me contasses, te partilhasses.
Descansa, ja nao luto mais! Nao tenho forcas e as tuas, as tuas sao brutais.
Se nao me queres contar, que faco eu aqui, correndo, atras de ti?
Nao! Nao des desculpas! Nao precisas! A oportunidade passou, ja la vai. Nao importa de quem e a culpa.
Chegou a hora, eu nao aguento mais. Chegou a hora de te dizer adeus...

28/02/2012

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Hoje viajo ao som de...


You've touched these tired eyes of mine
And mapped my face line by line
And some how growing old feels fine
I listen close for I'm not smart
You wrap your thoughts and works of art
And there hanging on the walls of my heart.

I may not have the softest touch
I may not say the words as such
And though I may not look like much
I'm yours.

And though my edge is maybe rough
I never feel I'm quite enough
And it may not seem like very much
But I'm yours.

You healed these scars over time
And braced my soul, you loved my mind
Your the only angel in my life
The day the news came, my best friend died
My knees went weak, and you saw me cry
Say I'm still the soldier in your eyes.

I may not have the softest touch
I may not say the words as such
And though I may not look like much
I'm yours.

And though my edge is maybe rough
I never feel I'm quite enough
And it may not seem like very much
But I'm yours.

I may not have the softest touch
I may not say the words as such
And though I don't fit in that much
But I'm yours.


Recordações...


"Recordar é viver", dizem alguns.
Recordar é morrer. É viver no passado do que foi, do que poderia ter sido.
Recordar é martírio, é dor, é vontade de voltar atrás, vontade de fazer diferente.
E é sentimento que não nos abandona. É um sentir que não nos deixa avançar, seguir e voltar a viver.
É ficar preso em situações boas ou más, não importa... Importa sim, as maus ficam mais tempo que as boas.
Os que nos magoam marcam-nos de forma intensa, imensa como a dor que provocam, como a angústia de ter falhado, de não ter sido suficientemente boa para poder contornar, suficientemente hábil para poder criar uma solução. Algo que, num passe de mágica fizesse tudo fluir sem medos, receios, entraves.
E é isso que magoa: a falha. E quantas vezes se falha, com medo de falhar?
Mas eu, eu não te quero recordar. Não quero que sejas uma lembrança arquivada na minha memória.
Guardado num dos patamares mais ou menos superficiais dos momentos que constituem a minha existência, que fazem parte dos meus dias, que são parte de mim.
E só recordo o que tens de bom. Como me envolves nos sussurros ao ouvido. Como me acalma o teu abraço. Como me seduz o teu sorriso. Como me encanta o teu olhar.
O meu recordar-te é suave como a chuva de Verão na pele. É aroma como a brisa do mar salgado. É o sabor do teu beijo, sendento e molhado. O meu recordar-te é o meu alento.
Claro que sei! Não passaram de meros momentos, não precisas dizer-me. Mas ficaram cravados em mim e ainda hoje os sinto. Tão presentes. Tão tu ao meu lado.
Não! Eu não te quero recordar. Quero viver-te. Hoje como ontem.

28/02/2012

Vazios...

Há vazios que não se conseguem preencher.
Há vazios que não são vazios e que assim, não precisamos de preencher.
Mas os meus vazios são os dificeis de perceber. São buracos negros na alma, sem fundo e sem forma de se taparem, curarem.
São parte de mim, vivem em mim desde sempre, desde que nasceram cá dentro, desde que algo ou alguém os despoletou.
E não se tapam, não se enchem senão dos seus próprios vazios.
Encher um vazio de vazio deveria acabar com ele, mas não: aumenta-o.
E há dias em que me sinto não cheia de tudo, como quando queremos desistir, por saturação, cansaço... Não, não é isso.
É cheia de tanto vazio.
De uma vida de dias iguais.
De não haver um objectivo. Da falta de sonhos. Da inexistência de ti na minha vida.
Esse é o meu maior vazio. Não te ter na minha vida.
Sabes quando tudo deixa de ter valor, quando o sol brilha mas sem calor? O meu vazio de ti é assim.
Um vazio com sol que não aquece, com mar que não me salga a pele.
Um existir por existir, vazio, oco e sem significado.
E tu já me encheste de calor do teu sol e do sal do teu mar. O corpo, a boca, o meu âmago, a alma: tudo cheio de ti, toda preenchida por ti.
Agora, o vazio da ausência, do silêncio, da espera, da decisão.
E eu quero acabar com este meu enorme vazio e preencher-me por completo com o teu ser não vazio.
Entendes-me? Compreendes-me? Esperas-me até que o medo deixe de ocupar o vazio e se transforme no meu desejo? Ajudas-me a tapar o vazio que há cá dentro?
Ensina-me a crescer contigo em mim, ao meu lado, fazendo da minha vida, uma vida não vazia de tudo, mas preenchida de vida.

27/02/2012

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Tempos...

A vida e feita de encontros e desencontros. De horas certas e minutos que se adiantam ou atrasam. Os tempos dos amantes nunca sao os mesmos.
Uns sufocam de ansiedade, de tanto querer, receio que o tempo se esgote, que passe tao rapido como se sente, que o amanha seja hoje. Vontade de viver, de querer partilhar.
Outros, pelo contrario, sao temerarios do tempo que vem, quase sufocam com medo do amanha, vivem desejando que o ontem fosse hoje, pois e mais seguro.
E nos? Como e o nosso tempo?
A nossa historia poderia ser outra, poderiamos ter percebido tanto antes. Mas, tudo tem um tempo.
Se assim nao fosse eu nao seria a mulher que sou hoje e tu, tu o homem que me fascina e completa.
Sim, ja sei: mas porque tudo tem de ser tao complicado? Tao dificil?
Sim, o tempo corre diferente para nos.
Eu sei que o teu urge! Que precisas ser e sentir-te feliz o quanto antes.
Mas o meu tempo, esse anda devagar para ti. E inseguro no amanha, no que ha-de vir.
Receio de falhar, de nao te conseguir fazer feliz, conseguir que todos os teus dias sejam felizes, ou pelo menos a maioria dos dias.
E no entanto, com tanta vontade de dar um passo seguro, acabo por fazer o contrario do meu desejo.
Tempos incertos, errados e desencontrados o dos amantes.

26/02/2012

A não pensar...



O mundo espera-me... Está aos meus pes, à distância de um passo.
Mas sabes o tamanho desse passo?
Já viste como é um passo de gigante? E eu terei "pernas" para o dar? Estarei capaz de conseguir avançar?
Não sei se estou, se sou capaz.
Por vezes o desalento toma conta de mim.
Por vezes a força escorre, esgota-se do meu corpo e não me vejo capaz.
Espera! Quero que ouças, que pelo menos tentes entender. Mesmo que nunca entendas. Mas tenta assimilar, perceber-me as razões, os medos, os receios.
Sei que a espera pode desesperar, mas o passo é demasiado grande, entendes?
E tenho de o fazer, de o dar por mim.
Apenas por mim. E o medo de falhar, o receio de não conseguir às vezes (muitas vezes) apodera-se de mim. Raios, mas porque penso tanto? Porque não sigo as minhas vontades, sem pensar, sem tentar perceber o que virá ou as consequências de um acto como este.
Tenho de aprender a não pensar! Aprender apenas a seguir as vontades, as minhas vontades, os meus sonhos.
Não pensar, tenho de aprender a não pensar...

24/02/2012

Musicado por: Jorge Alinho

Ausente de mim...

Ausente de mim é como te sinto.
Nesse mundo que construiste, onde deixou de haver lugar para mim, longe do que sou, do que penso, do que alguma vez fui para ti.
E fui? Eu já fui algo para ti? Alguma passagem, sentimento, uma pessoa que tivesse algum significado?
Responde-me, caramba!! Preciso saber que já sentiste, que já sonhaste, desejaste...
Eu sei! Não precisas atirar-mo à cara. Ou talvez precises. Mas hoje, não quero pensar nas minhas culpas, nas minhas não acções.
Hoje quero saber de ti! Do porque estás ausente? Do porque me abandonas? Porque me fazes andar à deriva, sem rumo certo?
Porque não me traças o caminho? O certo, o mais curto e recto e que me guie até ti?
Porque me abandonas vezes sem conta?
Não!!! Não me respondas! Quero lá saber das tuas razões. Seria incapaz de as perceber e, o mais certo, seria voltares a desaparecer.
E sabes o que acontece quando me deixas sozinha apenas acompanhada da minha vida vazia. Fico assim, em suspenso, sem chão e sem tecto, totalmente ausente de mim.
Apenas te peço: não te ausentes de mim...

23/02/2012

Musicado por: Jorge Alhinho

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

...

... Atada mas não vencida...

Atada,
Em ti,
Nas tuas mãos
Que são sempre minhas
Quando o meu corpo percorrem,
Na tua boca que me devora,
Que me sente o paladar
E me enche de sabor.
Desse sabor que são os teus lábios
Roçando nos meus,
Sabor que não se sente apenas,
Que se cheira,
Que se entranha em mim
Que me deixa sedenta
De apagar a fome em ti.
Atada,
Presa ao teu corpo que me domina,
Que em mim delira,
Que por mim estremece e endoidece,
Que me deixa largada ao abraço das tuas pernas
Nas minhas enleadas,
Da tua língua frenética na minha amarrada
Sem forma de se ver liberta.
Atada,
Rendida ao sentir de tanto querer,
De tanto desejar,
De tanto intenso e imenso prazer
De te pertencer,
De a ti me entregar,
Louca, desprendida de conceitos
preconceitos e preceitos pré-concebidos...
Atada mas não vencida...

(Obrigada pela inspiração Julius Rimante)

22/02/2012

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Deitada...


Deitada, apenas sob a pele que me cobre,
Despojada da vida mundana,
Inerte sob o sol,
Espero-te.
Anseio que chegues,
Que me me cubras com teu corpo,
Com tuas mãos me seduzas,
Com a tua boca me conquistes.
Palavras sussurradas sem nexo,
De vontade louca, intensa de desejo,
De me pertenceres,
De te ofereceres sem segredo.
Largar-me nas tuas mãos,
Prender-me nas tuas pernas,
Entrelaçar-me na tua língua
Quente, molhada e sedenta do meu sabor,
Do meu mais imenso prazer.
Vontade de te ter,
De te saber de novo o sabor,
De te poder sentir em mim,
No meu ventre que queima,
Que arde de tanto te querer.
Deitada sob a pele,
Sonho e viajo nos despojos do que já fomos...

21/02/2012

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Hoje viajo ao som de...



My oh me, my feet
Don't fail me now
Take me to the finish line
Oh my heart it breaks every step I take
But I'm hoping at the gates,
They'll tell me that you're mine

Walking through the city streets
Is it by mistake or designed
I feel so alone on the Friday nights
Can you make it feel like home, if I tell you you're mine
It's like I told you honey

Don't make me sad, don't make me cry
Sometimes love is not enough when the road gets though
I don't know why
Keep making me laugh
Let's go get high
The road is long, we carry on
So we should have fun in the meantime

Come take a walk on the wild side
Let me kiss you hard in the pouring rain
You like your girls insane
Choose your last words, this is the last time
Cause you and I, we were born to die

Lost but now I am found
I can see but once I was blind
I was so confused as a little child
Tried to take what I could get
Scared that I couldn't find
All the answers honey

Don't make me sad, don't make me cry
Sometimes love is not enough when the road gets though
I don't know why
Keep making me laugh
Let go get high
The road is long, we carry on
So we should have fun in the meantime

Come take a walk on the wild side
Let me kiss you hard in the pouring rain
You like your girls insane
Choose your last words,
This is the last time
Cause you and I
We were born to die [x4]

Come and take a walk on the wild side
Let me kiss you hard in the pouring rain
You like your girls insane

Don't make me sad, don't make me cry
Sometimes love is not enough when the road gets though
I don't know why
Keep making me laugh
Let go get high
The road is long, we carry on
So we should have fun in the meantime

Come take a walk on the wild side
Let me kiss you hard in the pouring rain
You like your girls insane...
Choose your last words,
This is the last time
Cause you and I
We were born to die


sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Ficar só...


Hoje quero ficar só,
Sem medos, receios,
Decisões.
Eu e a minha mente
Que viaja
Sem destino,
Sem vontade,
Sem rumo.
Quero ficar só
No mundo que vou sonhar,
No meu quarto confinado,
Onde viverei momentos sem igual,
Na loucura dos meus pensamentos,
Na realidade das minhas ilusões,
Insensível a todas as sensações,
Onde rir será uma insanidade,
Onde chorar passará a ser verdade.
Mundo meu
Onde não entras por um segundo,
Onde o perceber está confuso
O raciocínio não se entende.
É o meu mundo,
Difuso, Inconstante,
Desconecto do que é certo,
Não se importando com o nexo
Do passar dos dias
E as horas andam ao contrário,
E o tempo ainda assim avança,
Sentindo o meu corpo arrefecer,
Ao vento do passar do meu pensamento.
Apenas o meu ser se entende,
Nesta demente amálgama de sentimentos.
Hoje vou ficar só,
Nesta vontade de me compreender,
De me tentar perceber
Sem me esforçar para perfeita ser.
Imperfeita neste complexo viver,
Que não me satisfaz,
Que não me apraz,
Que jamais me completa,
Onde apenas me apetece morrer...


17/02/2012

Musicado por: Jorge Alinho

Prazer...

Sentir que me invade,
Que me deixa louca,
Em estado de insanidade,
Apenas esta vontade,
Este fogo intenso que em mim arde.
Prazer que contigo reparto,
De dedos que desenham em meu corpo,
Curvas, linhas e descobrem
Recantos que são teus,
Que são nossos nestes momentos,
De entrega sem pensamentos.
Toca-me a pele,
Que se arrepia ao teu deslizar,
Que em cada poro tem teu cheiro,
Teu sabor que em mim espalhas,
Com a língua quente que me molha.
Aperta-me a carne,
Beija-me a língua,
Sente-me o calor no peito,
O ardor deste sentimento,
Aumenta em mim a vontade,
De entrega, de me dar,
De te sentir e receber.
Cheiro de ventre que exalo
Tentação imensa para teu prazer,
Cai em mim,
Mostra-me o frenesim
Desse tanto teu querer
E invade-me,
Invade-me de prazer...


17/02/2012

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

A ti...



Vou largar ao vento,
Este meu sentir,
Deixar que voe,
Que se liberte do peito,
Esperar que chegue até ti.
Que o sintas sussurrar no ouvido,
Que te toque nos lábios
Como um perfeito beijo,
Que te envolva a pele
Como um abraço.
Sente-me esta mescla
De emoções que não entendo,
Que não controlo,
Que me tomam de assalto a mente,
Incapaz de pensar.
Coração que vai batendo,
Incerto no seu compasso
De dúvidas que me assolam,
Que me invadem de perguntas,
Que nunca têm respostas,
Que serão sempre incertezas
Até que o vento, de ti,
Me traga boas novas.
Agarra o meu amor,
Recebe-o, guarda-o aí dentro,
Até ao dia em que seja eu
A chegar a ti,
Levada pela corrente
Deste rio que não tem leito,
Que não tem limites,
Que não tem medo.
Largo no vento
Porque é mais veloz o seu chegar,
O, a ti entregar.
Sente-me e não me percas,
Estou a ti a me entregar,
Nas mãos desse teu mar...

15/02/2012

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Deixo...

Deixo que espreites,
Portas entreabertas
Permitem que vejas,
Que desvendes
A cada passo,
A cada minuto,
O meu mundo,
Os meus segredos,
Desejos, devaneios...
Portas que deixam sussurros
Passar e até ti chegar,
Carregados de vontade,
De desejo de um corpo que se despe,
De um corpo que arde
Num fogo que jamais se extingue,
Que se sente ao longe,
Que se torna viciante.
Espreita-me,
Olha-me as mãos
No meu corpo a passear,
Em mim quase se queimar,
A tua líbido a aumentar,
A luxúria quase a te controlar,
No teu louco querer de me ter,
De me poder tocar,
De me poder provar...
Deixo que espreites,
Nas minhas mãos quero ser tua,
No teu olhar sentir-me tocada,
Tomada, sentida e recebida.

15/02/2012

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Renascer...

Chegou a hora de mudar,
De dizer basta,
Não vou manter-me calada,
Angustiada,
Revoltada,
Subjugada a vontades que
Não me dizem nada.
Chegou a hora de me soltar,
De tudo que me agarra,
Me prende a este lugar
Sem nada para me agradar,
Sem sonhos para me iludir,
Só dias que insistem em não passar.
Chegou a hora de ser feliz.
De voltar a respirar,
Desse ar frio,
Obrigá-lo a percorrer-me o corpo,
E fazer-me a pele arrepiar.
De novo sentir vontade,
Louca e intensa de viver,
O sangue quente a preencher veias secas
Pelo medo de apenas e,
Tão somente, querer ser.
Chegou a hora de me libertar,
Da vida sem nexo,
Com um sentido perdido
Algures nesse tempo
Em que já não sou eu,
Já não me sinto,
Já não me conheço.
Chegou a hora de renascer...


Musicado por: Jorge Alhinho

 
14/02/2012

Que sentir...

Que sentir é este
Que me invade,
Que me faz sonhar,
Sorrir, quase flutuar?
Que sentir é este
Que me sufoca,
Que me faz chorar,
Sofrer, quase morrer?
Que sentir é este
Que quando estás
Quando te sinto presente,
mesmo que não fisicamente,
É uma alegria,
É um respirar,
Um coração a bater?
Que sentir é este
Que quando és ausência
O tempo não passa,
Não anda, jamais corre,
Como o ar em mim
Que não me alimenta o sangue?
Que sentir é este
Que quanto mais te sinto
Mais me faltas,
Quanto mais te tenho,
Mais te partilhas,
Mais te quero,
Te desejo e nunca é suficiente?
Que sentir é este
Que cresce sem parar,
Que me apanhou sem esperar,
Que me conquista a cada falar?
Que sentir é este
Que quero sempre comigo,
Que quero sempre intenso,
Que me dá vida, alento,
Que me enche de calor o peito?
Que sentir me fazes sentir
Que de ti não consigo,
Nem quero partir?

14/02/2012

Beijo...


Sabor único,
Indescritível,
Repleto de emoções,
Turbilhão que cresce em mim,
Que me deixa sem ar,
Sem saber pensar,
Sem acção no coração,
No falar,
Um quase desfalecer,
Nesta imensidão de sensações
Que crescem dentro de mim,
Que alucinam a mente,
Hipnotizam o meu olhar,
Travam-me o pensamento,
Intensifica-me os quereres,
Louca,
Insana,
Demente vontade
Que de rompante me invade,
Me fulmina, quente, todo o corpo,
Me percorre a pele,
Com o toque de língua
Desse teu intenso
Beijo...

14/02/2012

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Sem destino...

Sigo sem destino,
Sem vontade de ficar,
Sem saber onde chegar.
Sigo sem destino,
O vento como companheiro,
O sentimento frio,
Sem cheiro a fogo quente,
Sem sabor, sem qualquer paladar.
Sou qual folha ao vento,
Desprendida do pensamento,
Sem saber do que posso esperar,
Sem querer, sequer sonhar.
Sou livre, sem vontade,
Sem querer, só liberdade,
De voar sem parar
E até onde, o meu vento amigo, me levar.
Não posso ser travada,
Não posso ser guardada,
Mantida dentro dos parâmetros desta vida carregada
De sentimentos batidos,
Iguais, nunca repartidos,
Impartilhados,
Sem sentidos, apenas vividos.
Livre de correr e voar,
De não sentir,
De não me prender,
De não querer assim
Viver,
Existir,
Morrer.
Sigo sem destino,
Até o vento me parar,
Até razão haver para ficar,
Até ao dia em que não queira,
De novo, voo levantar...

Musicado por: Jorge Alinho


13/02/2012

Regressou...

Aquela sensação regressou.
Apoderou-se de mim novamente.
Não sei como me libertar,
Como não a sentir,
Tão-pouco como aprender a vivê-la.
Regressou plena de força,
Incessante em mim,
Sem me dar espaço para sentir
Algo mais ou sequer pensar.
E tenho tanta necessidade de Poder sentir e reflectir.
Regressou tomando conta de mim,
Do meu ser,
Da minha alma.
Sinto-me impotente,
de mãos atadas,
Presas,
Sufocadas num movimento que se repete,
Que vezes sem fim se torna mecânico,
Que é sempre inútil,
Que não liberta nem ajuda,
Que me sangra o peito.
Regressou a impotência
De te salvar do mundo,
Do teu mundo fabricado,
Pensado e imaginado,
Sem futuro,
Sem sol e lua,
Sem esperança de brilhos de estrelas cintilantes,
Sem o vento quente no rosto,
Trazendo novas vontades.
Sinto-me incapacitada,
Estagnada, bloqueada,
Mas ainda assim, tento,
E peço-te,
Deixa-me ajudar-te...

13/02/2012

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Ela...

Suave, leve, deslizante...
A sua presença,
A sua figura,
Tudo nela flutua,
Tudo nela se insinua.
Absorve-me o olhar,
Absorve-me o ser,
Deixa-me sem pensar,
Sem conseguir perceber.
Que poder tem Ela?
Que força me impele,
Que fascínio exerce,
O movimento daquele corpo,
Ondulante, sedutor,
Excitante.
Corpo de formas curvilineas,
Que me enchem os sonhos,
Que me aumentam a vontade,
Que no andar aumenta a intensidade,
A louca luxúria
De tocar, sentir, beijar...
Ter. Possuir. Sentir.
Amar. Dar e receber.
Que poder tem Ela,
Que me faz, desta forma descontrolar,
De apenas a saber aproximar.
Sentir seus lábios doces,
Suaves nos meus,
Tocar-lhe os seios,
Uni-los aos meus num abraço de toques subtis,
Ler-me o desejo e sem pedir,
Passear seus dedos em minhas formas,
Meus recantos por ela descobertos,
E numa fracção de segundo,
Sua língua quente, molhada,
Roçando,
Brincando e entrando em mim,
Fazendo-me entregar,
Soltar, dar e estremecer
De louco e intenso prazer...
Misturar o meu sabor na sua boca,
Senti-la sorver-me por completo,
Nos seus olhos o gozo de me ter,
De lhe pertencer,
De nunca lhe resistir...

07/02/2012

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Quase submersa...

Respiro quase submersa,
Numa imensidão de água,
Morna, suave e doce.
Inunda-me o corpo,
Cobre-me,
Longa, profunda, quase sem fundo.
Entranha-se na alma,
Enche-me desse líquido,
Que me faz falta,
Que me deixa envolta,
Num mundo de sonho,
Num mundo sem mal,
Num mundo que não se vê,
Que apenas se sente,
De olhos fechados,
E apenas com o coração.
Vontade de não voltar,
De neste imenso mundo ficar,
Entregar o corpo,
Perder a alma
Que tanto reclama
Por não sentir,
Por apenas se encher,
Desta água que tanto me quer,
Que me chama,
A toda a hora, a todo o momento.
Sussurro imenso,
Intenso encantamento,
De me deixar levar,
Sem pensar,
Sem lutar...
Respiro quase submersa,
Sem medo do futuro,
Sem receio da vida,
Do que pode vir, ser, acontecer.
Respiro desse ar que me completa,
Que me impede de afundar,
Que me faz levitar
E não me deixa largar,
De ti,
Do teu amor,
Da tua entrega,
Da tua força,
Presa em minhas mãos.
Quase submersa,
A querer acreditar que nunca,
Nunca me vais soltar...

Caída na cama...

Caída na cama,
Me deixei ficar,
Sem vontade de nada,
Apenas de parar.
Pensar de forma forçada,
Sentir sem querer,
Hoje,
Caída na cama,
Vou ser apenas corpo.
Sem vontade,
Sem sentir,
Sem desejo,
Sem fingir,
Sem, cá dentro, morrer.
Vou aqui deitar,
Deixar e largar,
Todas as mágoas,
Todas as dores,
Todos os males,
Todos os cheiros,
Todos os sabores,
Tudo que já soube.
Vou deixar aqui ficar
Tudo que fui até aqui.
Vou abdicar do meu saber,
Vou despojar-me de mim.
Vou renascer
Nova, diferente,
Mudada,
Inocente,
Salva...
Agora, caída na cama,
Já não sou apenas corpo,
Sou vontade,
Vou voltar ao início,
Vou voltar a sentir,
Vou sair e aprender novamente,
Sonhos,
Ilusões,
Ser de novo pessoa que sente,
Voltar a sonhar com paixões...

03/02/2012

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Tempo...

Tenho o tempo na mão,
Fechada,
Aberta,
Controlada.
Vou deixá-lo escorrer
Por entre os dedos
Fazê-lo voar,
Nas horas vazias,
Longas,
Dispersas,
Sufocantes, sem ar...
Essas em que não estás,
Em que não te sinto,
Em que não te vejo,
Em que o tempo demora,
É longo a passar.
Tenho o tempo na mão,
Preso, infindo,
Parável, suspenso,
Nas horas em que penso
Que o tempo é nosso amigo,
Que vai durar eterno,
Seguro por um simples dedo.
E mesmo preso na mão,
O tempo é fugidio,
Espalha-se, perde-se nos minutos,
Rápidos,
Velozes,
Mais do que a fúria dos rios.
Sempre ao invés,
Sempre contradição,
Tenho o tempo na mão,
Mas não mão no tempo...

02/02/2012

Hoje viajo ao som de...


Dial up my number now
Weaving it through the wire

Switch me on
Turn me up
Don't want it Baudelaire
Just glitter lust
Switch me on
Turn me up
I want to touch you
You're just made for love

I need la la la la la la
I need ooh la la la la
I need la la la la la la
I need ooh la la la la...

Coils up and round me
Teasing your poetry
Switch me on
Turn me up
Oh child of Venus
You're just made for love

I need la la la la la la
I need ooh la la la la
I need la la la la la la
I need ooh la la la la...

You know I walk for days
I wanna waste some time
You wanna be so mean
You know I love to watch

I wanna love some more
It'll never be the same
A broken heel like a heart
I'll never walk again

Yeah!

I need la la la la la la
I need ooh la la la la
I need la la la la la la
I need ooh la la la la...

Avanço...

Avanço sem receio,
Do futuro que me espera,
Deixando pelo meio,
Sonhos que se foram, num segundo.
Que larguei de mim,
Perdidos no caminho,
Que outrora fazia sentido,
Agora meras e
Pequenas memórias,
Gravadas no corpo e
Soltas na estrada.
Meras partes de mim,
Caindo,
Morrendo...
Soltando-se assim
Pedaços de um puzzle
Que muda a cada dia,
Que se re-inventa a cada passo,
Apenas alimentado
Pela louca e insana esperança,
De no fim desse trilho,
Te encontrar ligado ao meu destino...

02/02/2012

Só...

Hoje estou só,
No meu mundo,
Sem vento ou calor,
Sem rio ou sem mar.
Eu, apenas eu, no meu mundo.
Mundo de cor cinzento,
Sem sentido,
Sem fundo ou finito,
Só corpo sem alma.
Vazia.
Oca.
Sem pensar.
Sem sentir.
Sem ouvir o silencio das folhas
Que se soltam e voam,
Caindo leves no chão.
Como queria ser folha,
Desprender-me,
Ser livre,
Voar ao sabor do vento,
Sem rumo,
Leve e solta,
Cair a qualquer momento.
Flutuar sem medo do abismo,
Sem medo de avançar,
Dar passos seguros,
Sem medo do futuro,
Sem medo de falhar...

02/02/2012