Mostrar mensagens com a etiqueta Vazia. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Vazia. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, 29 de abril de 2016

Mergulhar em mim



É tempo de mergulhar em mim. De me descobrir, de saber quem verdadeiramente sou, de me destapar dos estigmas que me são impostos.
É o momento de parar a vida, de a suspender, de abrandar o ritmo do passar dos dias em que a rotina impera.
É a altura certa de perceber o que fui e o que não cheguei a ser, o que sou e o que não quero ser, o que em mim mudarei ou simplesmente manterei.
Um balanço de vida? Não. Sim. Talvez. Mas sem dúvida um balanço de mim, do que cresci e aprendi e, sobretudo, do ganho de consciência do que ainda preciso crescer. Dos medos que ainda preciso enfrentar, dos defeitos e falhas que ainda tenho de colmatar.
É tempo de me abraçar, de me aceitar, de me melhorar.




29.Abr.2016

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Podia dar-te o Mundo



Podia dar-te o mundo. O meu mundo. Com tudo o que o preenche e tudo o que eu sou, com tudo o que por ti faria, com tudo o que por ti sentia.
E sabes, não era assim tão pouco. Era tudo.
Aquele tudo que só quem ama incondicionalmente pode dar.
Aquele tudo que só se recebe uma vez na vida, que só se dá uma vez na vida.
Um tudo em que deixamos de ser um, de ser eu, para sermos dois, para sermos nós. E assim viver, alimentando-nos de e um ao outro. Esse tudo seria mais que suficiente, seria o grande amor que nos enche de vida, que tudo para sermos felizes nos daria.
Podia dar-te o mundo, um mundo meu para ti.
Mas os caminhos descruzaram-se algures no caminhar da vida.
Agora, espero que tudo, este imenso tudo, passe, aqui, no meu mundo. Sozinha.




27.Abr.2016

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Desistir



Às vezes apetece desistir.
Baixar os braços, deixar de lutar, resignar-me às evidências e ficar.
Apenas ficar.
Parada. Imóvel. Inactiva. Desligada.
Não fazer parte da acção, só reagir. Automaticamente.
O essencial para não morrer. E assim, não me desiludir, não me entristecer, não me aborrecer, não me nada.
Não pensar, não desejar, não sonhar, não almejar, não nada.
Não pedir, não suplicar, não falar, não gritar, nada.
E eu grito sem que me ouças a voz.
Um grito surdo que me sai da garganta potente e forte e se esvai, propagando-se no espaço como nada. Como o silêncio. E a vida, apesar do grito, segue, impávida e serena.
E o que cá ficou dentro por gritar, é um nó impossível de desembaraçar, um emaranhado de pensares que nunca de
viam ter existido, nunca deviam ter tentado sair, nunca deviam ter-se permitido tentar fazer ouvir...


10.Fev.2016

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

(In)Felicidade



Vazia. Oca. Uma casca de noz sem miolo. Não, uma casca com miolo, podre, intragável.
Agora transporta essa imagem para um humano. Uma humana, eu.
Um corpo que definha a cada ano. Um corpo que denuncia as variações do passar dos dias.
Um rosto marcado por rugas de quem riu e também chorou.
Um rosto endurecido pelas vivência de quem foi... (In)Feliz.
E um recheio pior ainda. Cravado do cheiro putrefacto de quem tem nada. Nada de bom por dentro.
Recheio crivado de espinhos feitos por mágoas, dores, despeito, amargura.
Um ser que se fechou e em si guardou e alimentou com o próprio ser, com a própria alma sentimentos de nada mais do que dor.
A impossibilidade de se libertar de tudo o que construiu à sua volta.
A impossibilidade de algum dia acordar deste tormento que é viver e descobrir que deixou de respirar.
Uma queda vertiginosa num abismo sem retorno mas que nos tenta.
Ser infeliz é uma escolha... Muito mais fácil do que a de perseguir a felicidade.


28.Jan.2016

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Pequenez


Dou por mim a pensar no que sou. No que me move. No que me alimenta os dias. No que me acalma o corpo e, sobretudo, a alma.
A verdade é que sou nada.
Olho e ao meu redor há tantas pessoas de valor. Há tanto quem lute e consiga levar os sonhos a bom porto.
A verdade é que sou pequena. Muito pequena, como a minha vida. Como os meus dias.
Sou feliz? Tem dias que não. Mas na verdade, sou. Quase plenamente feliz. Tenho mais do que a maioria das pessoas.
Se poderia ter mais? Não.
O que tenho é-me para lá de suficiente. Não, não falo de bens materiais. Do ter, possuir e acumular em expositores ou de chegar a parecer uma montra ou uma página de catálogo.
Falo de tudo que não é palpável. De tudo que é conceito abstrato.
Falo de amor: incondicional aos que me são próximos. Aos que de mim dependem.
Falo de amizade: em que o dar é sem esperar algo de volta, sem expectativas. É sempre gratificante.
Falo de beleza: da possibilidade de ver, de sentir, de apreciar, de poder cheirar paisagens, flores, cores. De poder calcorrear locais longínquos e eternizados há séculos. Das pessoas na transparência da sua alma e da inocência que ainda se encontra.
Falo de liberdade: de escolha. De pensar. De expressão. Pessoal.
Falo de respeito e falo de viver. Sim, eu vivo feliz.
E na pequenez do que me traz felicidade há uma gigante imensidão de pequenas mas valiosíssimas coisas.


27.Jan.2016

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

A menos

A menos. Tudo me sabe a menos.
Nada me é suficiente.
Nada me chega.
Nada me alegra. Quase nada.
Apenas tu.
Apenas o teu sorriso.
Somente o teu abraço.
Somente o teu amor.
E ainda assim é menos.
É pouco.
É escasso.
É pequeno demais para preencher o vazio que me inunda a alma.
Uma falta que não há forma de se acabar.
Uma vontade de desistir de lutar.
Esgotada.
Cansada.
Sem objectivo concreto numa vida em que tudo é fugaz. Emergente e passageiro. Quase tudo.
Apenas tu és quem me faz abrir os olhos e ver algo que vale a pena.
Apenas tu me fazes acreditar que os dias podem ser plenos de vida.
Apenas tu e o teu me amar. E o meu te amar.
E ainda assim, eu quero mais. Muito mais.
Ser e sentir-me açambarcada por tamanho sentir. Por tamanho amor, desejo, compreensão e aceitação.
E só tu me és suficiente. Me completas. Me preenches.
Mas às vezes não me chega. E a culpa não é tua. É da minha mente instável, insana e imperfeita...


25.Jan.2016

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Distância




Distância, falo de distância.
Uma palavra que traz um fardo demasiado pesado quando pronunciada.
Sei que não gostas que a mencione, mas a cada dia que passa, está sempre, sempre mais presente.
Talvez por culpa da vida carregada de rotinas demasiado ordenadas em horários escrupulosamente cumpridos.
Talvez por culpa nossa. Minha e tua.
Não, os carinhos que me fazes não são suficientes. São feitos de forma automática, mecânica, gestos repetidos sem o calor humano. Sem o carinho e amor que já foram habituais.
Distância, a isto chama-se distância.
Um estar, não estando.
Uma presença imperceptível, vaga, sem partilhas.
As conversas são mais triviais que as partilhadas num qualquer chat de internet. Menos aliciantes, mais frívolas. Menos entusiasmadas, mais desengraçadas.
Menos, simplesmente menos.
E como custa ser o "lado menos" numa relação.
E num ápice, tudo fica sem interesse. Está-se por estar. Fica-se por ficar. Por hábito, mas muito, muito mais, por não querer admitir que a distância ganhou terreno e, ao contrário do que significa, está mais perto, mais presente, mais viva que é em nós.
E é está a distância que mais dói. Que mais destrói. Que mais quero evitar...



14.Jan.2016

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

No silêncio de mim


É aqui, no silêncio de mim,
Que tudo faz sentido,
Que os ruídos desaparecem
No escuro da solidão.

Entro em mim,
De forma profunda,
Numa análise introspectiva
Como quem pára de viver.

Suspendo-me a respiração,
Sufocando lágrimas de,
Quase, aflição,
Num corpo onde
Já não há
Lugar para um coração.

Olho-me,
De fora para dentro,
Dos olhos do rosto,
Para os olhos da alma.

E que vejo?

Uma simples mulher,
Perfeitamente (im)perfeita:
Receios (in)fundados
De não (te) conseguir ser feliz.

Não me vejo sozinha,
Que ninguém nasce para ficar só.
Vejo-te em cada cena,
Em cada sonho,
Em cada fantasia,
Desta minha vida pequenina.

Vejo-me como parte de ti.
Vejo-te como parte de mim.

Sou de ti indivisível,
Inseparável
Enquanto me queiras...
Mas amar-te-ei,
Porque não há outra maneira,
Até ao fim dos meus dias,
O resto da minha vida inteira!



11.Jan.2016

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Definhar

Definhar.
Palavra estranha,
Que na pele se entranha
E dela não sai,
Criando marcas profundas
De um tempo que passa
Numa vida aparente.

Deixar-se absorver pela inércia,
Em que o pensar e o efectivar
São assíncronos.
Querer e não conseguir.
Perder a vontade de avançar,
De recuar,
Apenas deixar-se estar
Quieta,
Imóvel,
Submisso a um esvair
Da vida.
Presa numa rede invisível
Que impede
O grito de sair da garganta,
O sangue de correr nas veias,
O sorriso de se libertar por entre os lábios,
As lágrimas de escorrer pela face
E, assim, morrer lenta e dolorosamente.
Desiludida com os dias que passam,
Incapaz de alterar esse invadir
Das marés de um mar revolto
Pelas águas de um calmo rio adentro.
E receber sem contestar,
Resignar-se a este simples e mero respirar
E (sobre)viver.


04.Jan.2016

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Ciclos






É no nascer do dia que a noite morre. Deixa de se sentir. Permite-se deixar de existir.
E suspensa fica, intermitente num respirar que é quase ausente.
Os olhos deixam de a ver e mantém-se, ao passar dos outros e dos seus olhares, indiferente. Distante. Não-vivente.
As horas deixam-se escorrer por entre os ponteiros de relógios de gentes apressadas na rotina dos dias.
Até que chega o momento de renascer. De voltar a viver. De voltar a sentir.
Tal como eu à espera de ti. Dia após noite. Cíclicos. Repetidos num movimento sempre igual e constante.
Ciclos a que já me habituei...


01.Dez.2015

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Odeio-te





Odeio-te.
Às vezes odeio-te ao ponto de querer bater-te. De querer trincar-te todo. De raiva,de um ódio que me sobe das entranhas. Que me enche por completo.
Às vezes odeio-te tanto que só me apetece mandar-te embora. Desistir de tudo. Viver só mas tranquila, sem este sentir que me mata e definha. Deixar de me sentir inútil e pequenina. Deixar de me sentir culpada sem ter culpa alguma.
Odeio-te.
Às vezes odeio-te ao ponto de odiar a mim mesma. Esta imperfeição de ser gente que odeia e ama e sente.
E por isso pareço demente, neste limbo de sentimento. De não te querer e desejar ter-te sempre presente.
Odeio-te.
Às vezes odeio-te. Quase tanto quanto te amo...





22.Nov.2015

Ridícula


Ridícula. Não há pessoa tão ridícula como eu.
Choro com pena de mim. Ridículo!
Choro com a ausência de ti. Ridículo!
Sofro por ser assim. Ridículo!
Sofro por depender de ti. Ridículo!
E há a culpa quando nem disso se trata. Ridículo!
E há o desespero de querer mudar. Ridículo!
E eu a querer ser perfeita. Ridículo!
E a aumentar a imperfeição. E a insegurança. E o não gostar de mim. Ridículo!
E a dúvida de não ser o melhor que sei.
E a certeza de ser o melhor que sou.
E o ciclo completou: choro com pena de mim.
Ridícula. Não há pessoa tão ridícula como eu.


22.Nov.2015

Não há viver sem ti




Não há viver sem ti...
Há uma estranha forma
De os dias passarem,
Envoltos nessa norma
De todos iguais serem.

Há sim, um passar de horas
Perdido em cenas de um filme
Igual, compassado e sem demoras,
E tudo é inerte, incólume.

As pessoas são meros transeuntes
Num passeio de rua, para mim vazia,
Meros passageiros, por mim passantes,
Num dia de sol parecendo chuva fria.

E eu preciso-te,
Do perigo que me és,
Na alegria no meu olhar-te,
Do me sentir voar, mesmo com a terra aos pés.

Não, não há viver sem ti.




18.Nov.2015

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Calar. Silenciar


Calar. Silenciar.
Não proferir qualquer palavra. Qualquer som. Quaisquer frases que possam, deliberadamente, transmitir opiniões.
Sobre o que quer que seja. Sobre tudo e qualquer coisa. Sobretudo sobre o estado das pessoas. Sobre os sentimentos.
Calar. Silenciar.
Porque são poucos os que se importam.
Porque são cada vez menos os que (realmente) prestam atenção.
Porque os que se preocupam, os que nos compreendem de verdade, sabem ler no olhar, nos lábios que se cerram e nos sons que não se propagam pelo ar.
Calar. Silenciar.
E só mostrar quem realmente somos, o que verdadeiramente pensamos, a quem nos sente sem necessitar de perguntar...


06.Outubro.2015

Dias assim...




Há dias assim.

Em que os dias lhe parecem passar ao lado. Do outro lado da vida, do outro lado do que é.
Como se nada se passasse, nada vivesse, o tempo parasse.
Suspensa num respirar autónomo, num bater de coração sistemático, num não pensar.

Num não viver.
E tudo é igual.
E tudo não deixa de ser o mesmo de um ontem idêntico ao amanhã.

Rotinas previsíveis de horas constantemente similares.
Cheias de um vazio que contrai, aperta e esmaga o peito. O peito não, a alma.

E sente-se pequena. Demasiado pequena.
E sente-se inútil, demasiado substituível, demasiadamente invisível.

E a vida não pode ser vivida assim: numa solidão que a torna vulgar. Igual a tantas outras pessoas que vivem sem sonhos, sem esperança, sem a vontade de mudar.

E ela não é isto.
E ela é tanto mais que isto. Tanto mais para dar... Para ser e para viver.

Basta que o coração vença a inércia da tristeza que a vai invadindo.
Basta que o sorriso volte aos seus lábios e os olhos brilhem de emoção perante quem ama. Perante quem A ama.

E os dias mudam. Deixam de ser assim...



18.Setembro.2015

Procuro palavras




Procuro palavras
Perfeitas,
Que possam definir
O que há dentro do meu ser.


Procuro palavras
Cheias de todo este sentir
Que me invade sem que eu saiba,
Sem eu querer.


Procuro palavras
Demonstrativas,
Exemplificativas,
Deste sentimento
Que me preenche
E me esvazia.

Procuro palavras
Que possa assumir como minhas,
Apenas por mim escritas,
Apenas por mim sussurradas
E espalhadas ao vento,
Numa tentativa de me (fazer) perceber,
E me (fazer) compreender.

Procuro palavras
Que não sejam banais,
Que possam ser um sim e um não,
Que possam ser uma certeza incerta
E uma certa incerteza.
Contraditórias e lógicas.
Emotivas e firmes.
Carregadas de amor e de acreditar,
De incredulidade e fé,
De pesar e solidão,
De alegrias salpicadas de lágrimas de sal.

Procuro palavras
Que me definam
Nesta bipolaridade de sentires
Que me invadem sem precedentes,
Nesta dualidade de pensamentos
Que fazem de mim única,
Imperfeita,
E sobretudo,

Humana.


19.Setembro.2015

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

O que custa é o vazio


O que custa é o vazio.

Não é o passar das horas, longas, demoradas, imensas.
Não é o recordar dos sorrisos, das palavras, dos abraços trocados.
Não é a memória que se recheou de cheiros, beijos, brisas no cabelo.

O que custa é o vazio.

Que inunda todo o corpo. De dentro para fora, de baixo para cima.
Que envolve sem piedade a Alma. Como um novelo que se enrola, enrola, enrola e nunca se desfia.
Que aperta num sufoco que a garganta não liberta.

O que custa é o vazio.

Do tempo que quase pára.
Da ausência da cor dos teus olhos.
Da falta do toque que me alimenta.

O que custa é o vazio.

O vazio de te ter e não parar de querer.
O vazio de me faltares mesmo quando me abraças.

O que custa é o vazio do medo de te perder...


23.Jul.2015

Estúpida



Estúpida, sinto-me estúpida.
Mas muito estúpida mesmo. Assim no nível mais alto da estupidez humana, tipo mestre da estupidez. É isso, é assim que me sinto.
Estúpida porque tento,uma e outra e outra e outra vez. Sempre, mesmo quando não há retorno.
Estúpida porque falo, primeiro o que sinto, depois o que não sinto - e é neste momento que alcanço o topo da estupidez. Falo o que não sinto para magoar, para atingir, para obter algum tipo de reacção, para te sentir vivo e não amorfo, fechado nos teus pensamentos que não conheço.
Estúpida porque exagero, no que é bom, mas extrapolo no menos bom.
Estúpida porque me arrependo de perder o norte.
Estúpida porque peço desculpa por ser tão estúpida e sinto-me estúpida por não ter qualquer retorno.
 
Estúpido ou não.
Estúpida porque mesmo com razão cedo sempre na tentativa da reconciliação. Cedo sempre ao sentir que em mim habita por ti. Cedo à vontade de sentir o teu abraço, o teu corpo a acalmar o meu, o teu me amar a unir-se ao meu.
Estúpida porque sofro mais do que devia. Porque me preocupo mais do que devia. Porque ninguém é perfeito e eu, eu tenho a estúpida da mania que tenho de o ser.
Estúpida porque ninguém consegue ser.
Estúpida porque tento,uma e outra e outra e outra vez. Sempre, mesmo quando não há retorno.
Talvez não seja estúpida o que me sinto... Talvez seja só frustrada. E cansada. E desanimada. E perdida. E estúpida por não ver que tudo isto vale, o equivalente, a nada...



09.Jul.2015

(In)Viver



A tarde vai fluindo ao sabor de um morno Verão, acariciado por uma brisa doce e leve.
O rio faz-lhe companhia com o seu correr lânguido e quase parado não fossem os barcos carregados de sorrisos e de palavras que soam a felicidade, espanto e encanto.
Palavras que têm falhado nos meus dias. Palavras que tenho sentido ausência. Palavras que se cobrem de vazio. De pesar. De lágrimas secas, que não rolam pelo rosto mas inundam o coração, a alma.
 
Palavras de saudade. Imensa. Que não se explica, que não se pode obrigar a deixar de sentir porque está cá, mora em mim, habita-me o ser. Cada vez mais, cada vez mais forte, mais vincada e presente.
 
Ao ponto de não me deixar (quase) viver...
 
Ao ponto de até as palavras não serem suficientes...
 
De serem, completa e efectivamente, inúteis.
 
E o silêncio domina, mente e pensamento. E a inércia é senhora do corpo e da vontade.
 
E os dias não passam de momentos em que a vida (quase) não é sentida.
 
 
 
03.Jul.2015

Pedir-te

Pedir-te,
Vou pedir-te que saias.
Que saias dos meus minutos mais ínfimos,
Das minhas horas mais longas,
Da minha vida.

Vou pedir-te que saias,
Dos momentos em que só tu me alentas,
Das memórias que só tu alimentas,
Das minhas recordações.

Vou pedir-te que saias,
De cada instante que vivo,
De cada sorriso que crio,
De cada lágrima salgada que verto.

Vou pedir-te que saias,
Que deixes de comigo construir a felicidade,
Dos sonhos concretizarmos,
De viver a vida desejada.

Vou pedir-te que saias,
Que contigo leves as esperanças
E que comigo deixes as amarguras,
As incertezas e inconstâncias.

Vou pedir-te que saias,
Que me leves as lembranças
Do teu corpo no meu,
Da tua boca na minha,
Das promessas felizes.
Deixa-me com o coração carregado
Deste torpor que é amar-te
Mais que a tudo,
Acima de tudo,
Mais que a mim.

Vou pedir-te,
Vou pedir-te que saias,
Para que possas respirar
Despegado do sufoco
Que te causa o meu amar...
 
 
 
20.Jun.2015