segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Dias assim...




Há dias assim.

Em que os dias lhe parecem passar ao lado. Do outro lado da vida, do outro lado do que é.
Como se nada se passasse, nada vivesse, o tempo parasse.
Suspensa num respirar autónomo, num bater de coração sistemático, num não pensar.

Num não viver.
E tudo é igual.
E tudo não deixa de ser o mesmo de um ontem idêntico ao amanhã.

Rotinas previsíveis de horas constantemente similares.
Cheias de um vazio que contrai, aperta e esmaga o peito. O peito não, a alma.

E sente-se pequena. Demasiado pequena.
E sente-se inútil, demasiado substituível, demasiadamente invisível.

E a vida não pode ser vivida assim: numa solidão que a torna vulgar. Igual a tantas outras pessoas que vivem sem sonhos, sem esperança, sem a vontade de mudar.

E ela não é isto.
E ela é tanto mais que isto. Tanto mais para dar... Para ser e para viver.

Basta que o coração vença a inércia da tristeza que a vai invadindo.
Basta que o sorriso volte aos seus lábios e os olhos brilhem de emoção perante quem ama. Perante quem A ama.

E os dias mudam. Deixam de ser assim...



18.Setembro.2015

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