sexta-feira, 4 de setembro de 2015

(In)Viver



A tarde vai fluindo ao sabor de um morno Verão, acariciado por uma brisa doce e leve.
O rio faz-lhe companhia com o seu correr lânguido e quase parado não fossem os barcos carregados de sorrisos e de palavras que soam a felicidade, espanto e encanto.
Palavras que têm falhado nos meus dias. Palavras que tenho sentido ausência. Palavras que se cobrem de vazio. De pesar. De lágrimas secas, que não rolam pelo rosto mas inundam o coração, a alma.
 
Palavras de saudade. Imensa. Que não se explica, que não se pode obrigar a deixar de sentir porque está cá, mora em mim, habita-me o ser. Cada vez mais, cada vez mais forte, mais vincada e presente.
 
Ao ponto de não me deixar (quase) viver...
 
Ao ponto de até as palavras não serem suficientes...
 
De serem, completa e efectivamente, inúteis.
 
E o silêncio domina, mente e pensamento. E a inércia é senhora do corpo e da vontade.
 
E os dias não passam de momentos em que a vida (quase) não é sentida.
 
 
 
03.Jul.2015

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