quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Pequenez


Dou por mim a pensar no que sou. No que me move. No que me alimenta os dias. No que me acalma o corpo e, sobretudo, a alma.
A verdade é que sou nada.
Olho e ao meu redor há tantas pessoas de valor. Há tanto quem lute e consiga levar os sonhos a bom porto.
A verdade é que sou pequena. Muito pequena, como a minha vida. Como os meus dias.
Sou feliz? Tem dias que não. Mas na verdade, sou. Quase plenamente feliz. Tenho mais do que a maioria das pessoas.
Se poderia ter mais? Não.
O que tenho é-me para lá de suficiente. Não, não falo de bens materiais. Do ter, possuir e acumular em expositores ou de chegar a parecer uma montra ou uma página de catálogo.
Falo de tudo que não é palpável. De tudo que é conceito abstrato.
Falo de amor: incondicional aos que me são próximos. Aos que de mim dependem.
Falo de amizade: em que o dar é sem esperar algo de volta, sem expectativas. É sempre gratificante.
Falo de beleza: da possibilidade de ver, de sentir, de apreciar, de poder cheirar paisagens, flores, cores. De poder calcorrear locais longínquos e eternizados há séculos. Das pessoas na transparência da sua alma e da inocência que ainda se encontra.
Falo de liberdade: de escolha. De pensar. De expressão. Pessoal.
Falo de respeito e falo de viver. Sim, eu vivo feliz.
E na pequenez do que me traz felicidade há uma gigante imensidão de pequenas mas valiosíssimas coisas.


27.Jan.2016

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