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quarta-feira, 12 de maio de 2021

Adeus (à) Vida XXIV


 

Não quero que me chores
No dia em que pararei de respirar:
Lembra-te que se foram as dores,
Com que esta vida decidiu me ofertar.
Sabes que não sou só corpo,
Matéria, sangue e osso,
Que depois de morto
Será pó, enfiado num fosso.
Sou Alma aprisionada
Que nesse dia, nessa hora,
Do físico será libertada
E daqui se irá embora.
Sou Alma com muitas vidas
Todas elas por escolha,
Fui avós, pais e filhas,
De tantos que não sei.
Não chores na minha partida:
Regresso a casa
Com a Alma inteira,
Com tudo o que amei e senti
Em todas as vidas que vivi!


Cat.
2021.02.04

terça-feira, 11 de maio de 2021

Adeus (à) Vida XXIII

 



Haverá um dia
Em que este corpo meu,
Deixará de ter vida,
Estará morto, sob um véu.
Deixará de ser matéria,
Sangue e carne viva,
Passará a ser etérea
A essência que não se finda.
Serei pó, grãos de poeira,
Mas nunca te deixarei só:
A minh'Alma te acompanhará pela vida inteira.
Serei fantasma de mim própria,
Rondando a quem amo:
Invisível aos olhos, estarei morta,
Mas Alma estará mais que viva!


Cat.
2021.02.04

Adeus (à) Vida XXII


 

Trago no peito
Todas as dores do Mundo:
Não há dia em que me deite,
Sem chorar e secar o poço das lágrimas, até ao fundo.
É a imensidão de um mar,
Que me inunda o ser,
De uma água putrefacta no cheirar,
Suja, onde não há forma de ver.
Lavo, com lágrimas de sal,
Todo esse nojo que sinto,
Que não sendo meu, me faz mal,
Como se fosse por mim cumprido.
Sulco no rosto
A dor dos outros vivida,
Sinto o medo, a revolta, a tacanhez,
De forma tão veemente, que me suga a vida.
Tento, de alguma forma,
O limpar da podridão,
De todos os que são gente,
De modo a obter perdão.
Água podre e parada,
De lamentos e pecados cheia,
Peço que dela não sobre nada,
Depois do meu tormento,
Que não seja, que venha uma nova hora,
Para percebermos
Que a todos tocamos,
Que não somos, mas podemos,
A cada dia, ser mais perfeitos.


Cat.
2021.02.02

Adeus (à) Vida XXI


 

Quando eu me for,
Será porque chegou a hora,
Não será apenas por
Capricho dessa, Morte, senhora.
Serei uma Alma livre,
Que em mim sou eu quem manda,
Andarei por aí fora,
A olhar por quem ainda me ama.
Não gastes lágrimas comigo,
Vê-me antes de outra forma:
Sou pássaro que voa sem rumo,
Sou flor numa jarra.
Não penses que estarei morta,
Estarei sempre viva:
Nos cheiros da Primavera
E na chuva, de Inverno, fria,
Viverei em cada pormenor
De cada coisa viva!


Cat.
2021.02.02

segunda-feira, 10 de maio de 2021

Adeus (à) Vida XX

 


Prometo que te vou amar
Por toda a eternidade,
Jamais me vou deixar
De relembrar esta verdade.
És vida que me enche o peito,
O sangue vermelho vivo,
És saudade quando me deito,
És ar que respiro.
Não haverá momento
Em que o teu cheiro,
O teu sabor, na boca
Não o sentirei:
És parte do que sinto,
Do meu corpo e Alma
E sem ti, de novo, morrerei.
Lembra-te apenas:
A eternidade pode ser efémera,
Durar o tempo de um beijo,
Um momento de pura entrega
E não uma vida inteira.
Mas nunca me perderás,
Jamais te esquecerei,
Permiti que em mim vivesses
E, durante os meus dias,
Aí permanecerás.


Cat.
2021.01.30

Adeus (à) Vida XIX


 

Na hora do meu adeus,
Não quero lágrimas
Salgando rostos,
Morrendo nos lábios.
Quando fechar os olhos,
Azuis, cor de mar,
Lembra-te do meu sorrir
E do quanto fui capaz de amar.
Na hora do meu adeus,
Quero partir sossegada,
Fechar estes olhos meus
Depois de tudo perdoar.
Olha para essa partida
Como uma breve passagem,
Como o correr das estações
Em que a Primavera
Antecede sempre os Verões:
Logo passará o tempo,
A ausência e a saudade
E o cheiro das frésias e de outras flores,
Me trarão à tua memória,
Como que vivendo eternamente de verdade!


Cat.
2021.01.30

sábado, 8 de maio de 2021

Adeus (à) Vida XVIII


 

Deixar-me ir
No baloiço doce
E suave dessa água
Que me deixa deserta.
Não há nada
Além do silêncio,
Absoluto e mágico
Num tempo que,
Como eu, flutua
Ao sabor das ondas
Desse rio.
A calmaria toma-me
Por completo
E a mente
Consegue, finalmente,
Deixar de pensar,
De imaginar,
E a Alma de sofrer
E de dor, quase sangrar.
É assim, nessa água,
Que me perco de mim
E me liberto de ti...


Cat.
2021.01.30

Adeus (à) Vida XVII


Corpo dormente,
Inerte,
Não mente:
É a quase morte.

Deixar o corpo
No leito,
Assim, morto,
Sem o bater do peito.

Largar a Alma,
Deixá-la ir,
Com toda a calma
Porque é hora de partir.

Vê-la desaparecer,
Num céu de cor incerta,
Atrás de uma nuvem qualquer
Mas sem a dor que aperta.

É levada pelo vento,
Arrastada sem destino:
É certo que é chegado o momento,
De para casa, refazer o caminho.


Cat.
2021.01.28

sexta-feira, 7 de maio de 2021

Adeus (à) Vida XVI


 

À média luz partirei.
Dir-te-ei um adeus trémulo
Como a hora em que irei:
Frágil, quase apagada,
Numa chama já sem brilho.
A voz quase inaudível,
Como se a partida já fosse,
Como se, de um fantasma,
Se tratasse.
Um adeus cheio de sentir:
Carregado de alívio por partir,
Pelo facto de deixar, para trás a dor,
E ter a certeza que o corpo frio,
Não sofre mais, seja pelo que for.
Não sofrerei,
Será um regresso a casa,
Onde a Alma se acalma
E vive no seu esplendor.
Dar-te-ei um beijo,
Como quem jamais diz adeus
E deixar-te-ei o meu odor:
A fresca, acabada de colher,
Rosa flor.


Cat.
2021.01.25

quinta-feira, 6 de maio de 2021

Adeus (à) Vida XV


Fecharei os olhos
E nada mais verei.
Levarei os teus, cor de mar,
E a lembrança do teu abraço,
Das tuas mãos entrelaçadas
Nas minhas,
Outrora carregadas de vida,
Agora frias, geladas.
Fecharei os olhos
E nada mais sentirei.
Levarei comigo risos,
Abraços e beijos;
Deixarei, junto com o corpo,
Despojado de vida,
Todas as dores,
Todas as tormentas
E a vida não vivida.
Fecharei os olhos
Mas não morrerei.
Sei que algo mais me espera
E enquanto a carne descansa na terra,
Sei que, esta Alma minha,
Viverá de forma etérea,
Na tua memória
E na outra vida, na eterna.
Os olhos fecharei,
Um dia,
Mas até lá, o melhor que souber,
Esta vida viverei.

Cat.
2021.01.25

quarta-feira, 5 de maio de 2021

Adeus (à) Vida XIV


Espero sem medo,
Que o tempo passe,
Perdida no enredo
Das horas quase paradas.
De hora a hora,
De dia em dia,
O meu tempo já não demora,
Chegará a meu guia.
Não te percas comigo,
Na ausência da minha presença,
Na falta do meu riso,
Agarra-te à minha lembrança
E continua,
Pois assim é a vida.
Eu,
Eu estarei noutra via,
Numa realidade paralela,
Cuidando e guiando-te
A cada dia.
Jamais te abandonarei,
Mas vive com paixão,
Jamais te deixarei,
Viverei,
Com as tuas vitórias,
Com o teu crescimento,
Até chegar a hora de
Te transformares, no meu,
Mesmo elemento.


Cat.
2021.01.19

terça-feira, 4 de maio de 2021

Adeus (à) Vida XIII


 

O cansaço
Acabará por vencer.
O corpo, sem esforço,
Acabará por ceder.
A Alma, solta do peso,
Voará com todo o seu saber.
Liberta das dores
Com todas as lágrimas já caídas,
Salgando, tantas vezes, as faces,
Está certa de que tem fechadas as feridas.
Não me sintam a falta,
Não irei para longe,
Olharei por todos,
Pois a vida, não morre,
Passa a ser, apenas, de outra forma vivida.
Amarei de igual forma,
Talvez mais ainda:
O Amor tornará,
Da minh'Alma,
Da minha outra vida,
A minha rotina.
Não partirei,
Estarei sempre a teu lado,
E em todos os momentos
Guiarei os teus passos.


Cat.
2021.01.13

Adeus (à) Vida XII


O dia há-de chegar,
Devagar,
E nada há a lamentar:
Será a tormenta a terminar.
As minhas culpas,
Nas dores durante
A vida sentidas,
Acabarei de expiar.
Não quero que me chorem,
Não há razão para tal:
A Alma estará pronta,
Limpa e sem mágoa,
Liberta do peso da carne d'uma mortal.
Voarei,
Com a habitual pressa
De quem deseja,
Chegar a casa depressa.
Não quero que me chorem:
Há luz na minha Alma,
Porque há coisas que não morrem,
Que não desaparecem,
Desvanecem deste mundo,
Docemente, com calma.


Cat.

2021.01.12

Adeus (à) Vida XI

 


Ao partir
Quero ver-me nos
Teus olhos cor de
Mar.
Como um veleiro,
Ao sabor do vento,
Do tempo e sem
Receio.
Quero cerrar os olhos,
Lentamente,
Como se não houvesse tempo,
Hora para partir.
E quando o veleiro
Levar a minha Alma,
Sei que me vou libertar,
Como o sal na tua lágrima.
Mas não me chores demais,
Não quero lágrimas em ondas:
Não quero que seques o mar
Desses olhos teus,
Onde me verei,
Para sempre,
A navegar.


Cat.
2021.01.12

segunda-feira, 3 de maio de 2021

Adeus (à) Vida X

 


Nada tem fim,
Pois tudo se transforma.
Basta olhar para mim
E ver como sou agora.

Há um início,
Tudo o resto é recomeço
Um mero indício
De que tudo é esforço.

Prender o ar e não respirar um dia
Ou outra qualquer forma para ficar sem vida,
Mas apenas o corpo morreria
E de nada valeria a minha partida.

Estoica, feita heroína,
Ficarei e aprenderei
Com vivências nesta inda e vinda,
De fins e recomeços viverei.

Mas quando chegar o dia
Em que o corpo, cansado,
Perder a vida,
Será a liberdade para esta Alma sofrida...


Cat.
2020.12.16

Adeus (à) Vida IX


 

Voar,
Sair, a pairar pelo céu
Negro da noite, cor de breu
Sem saber onde parar.

Ir,
Deixar o corpo inerte,
Com as lágrimas que já não verte,
Por acabar o sentir.

Deixar dançar
Ao sabor do vento
A Alma que ainda sinto
Como poeira no ar.

Subir,
Partir e ao mesmo tempo ficar,
Num estado que não sei explicar,
O corpo morto, sem ar
Ou sangue do coração a correr,
E a Alma, presente, a ver,
Toda a dor, como pó, a desvanecer,
No ar a diluir...



Cat.
2020.12.15

sábado, 1 de maio de 2021

Adeus (à) Vida VIII


 

A névoa chegou,
Num compasso lento
Como quem tem tempo,
E ali ficou.

Ali se demorou,
Olhando-me o corpo quente,
Olhando-me de frente,
Como quem sempre esperou.

Percebi que a hora se aproximou
E num de repente,
Sem medo e bem perto, mesmo rente,
Chorei e o corpo parou.

Caída no frio chão,
Sem corpo para viver,
A névoa a minh' Alma levou.


Cat.
2020.12.12

Adeus (à) Vida VII


 

Um dia virá
Em que os olhos não abrirei,
Para ti a olhar não voltarei,
Mas será um até já.

Breve passagem por cá,
Em que feridas abri e fechei,
Muitas na Alma guardei,
Mas não as levarei, comigo, para lá.

Do outro lado do céu
Voo sem medo ou receio:
O que vem é bem melhor
De tudo o que já veio.

Não me chores a partida,
À tua espera estarei
Acima deste mundo e desta vida,
Se é que o merecerei...


Cat.
2020.12.10

Adeus (à) Vida VI





Voei.
O corpo abandonei
E voei.

Fechei.
Os olhos não mais abrirei
Porque os fechei.

A dor
Que na alma sentia
Já não queima, já não há por.

O amor,
Que era o bater o Coração fazia,
Já não arde, já não há fulgor.

O ar,
Que era o que viver me fazia,
Fica cá fora, do corpo, já não há como entrar.

Voei.
De corpo e alma vazia morri,
Deitada,
No leito de amargura vivida
E olhando para o que fui, sorri:
Sou, agora, livre de tudo e por aí voei!


Cat.

2020.12.08

sexta-feira, 30 de abril de 2021

Adeus (à) Vida V


 

Doce beijo,
Suave, delicado, certeiro.
No meio da noite, matreiro,
Chegas e já nada vejo.

Levas-me do corpo a vida,
Num voo nunca vivido,
É alívio: já não sofro,
Já nada me faz ferida.

Jazo, à morte rendida,
No leito onde muito sonhei,
Onde houve muita lágrima vertida,
Onde agora, morta, nada mais direi.

Não quero que a falta me sintas,
Pois não a sentirei,
Estarei longe, às tantas,
Em lugares que existirem, nunca pensei.

Parto sem mágoas,
Sem peso e sem dor,
Levo apenas as salgadas lágrimas
Que guardei por amor...


Cat.
2020.12.05