Doce beijo,
Suave, delicado, certeiro.
No meio da noite, matreiro,
Chegas e já nada vejo.
Levas-me do corpo a vida,
Num voo nunca vivido,
É alívio: já não sofro,
Já nada me faz ferida.
Jazo, à morte rendida,
No leito onde muito sonhei,
Onde houve muita lágrima vertida,
Onde agora, morta, nada mais direi.
Não quero que a falta me sintas,
Pois não a sentirei,
Estarei longe, às tantas,
Em lugares que existirem, nunca pensei.
Parto sem mágoas,
Sem peso e sem dor,
Levo apenas as salgadas lágrimas
Que guardei por amor...
Cat.
2020.12.05
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