sábado, 1 de maio de 2021

Adeus (à) Vida VI





Voei.
O corpo abandonei
E voei.

Fechei.
Os olhos não mais abrirei
Porque os fechei.

A dor
Que na alma sentia
Já não queima, já não há por.

O amor,
Que era o bater o Coração fazia,
Já não arde, já não há fulgor.

O ar,
Que era o que viver me fazia,
Fica cá fora, do corpo, já não há como entrar.

Voei.
De corpo e alma vazia morri,
Deitada,
No leito de amargura vivida
E olhando para o que fui, sorri:
Sou, agora, livre de tudo e por aí voei!


Cat.

2020.12.08

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