terça-feira, 18 de maio de 2021

Adeus (à) Vida XXXIV


 


Sei que não escaparei
Ao dia em que estes
Meus olhos fecharei
E a Alma largará as suas vestes.

De frente não olharei
Para quem me vem buscar,
Sei quem é, conheço o seu passar,
Não precisa que a venham anunciar.

Calma, sem receio, ficarei
Nessa hora que não tem par,
Não desejo cá ficar,
Neste corpo de matéria ímpar.

Deixarei que o coração pare,
Que deixe o sangue de bombear,
Que se acabe o respirar
E os olhos, para sempre, fechar.

Voa, Alma, voa,
Regressa ao teu verdadeiro lar,
Onde o verbo que reina é o amar.


Cat.
2021.03.02

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