sexta-feira, 14 de maio de 2021

Adeus (à) Vida XXIX






Num dia de Verão,
Num dia frio de Inverno
Ou quando as folhas cairão
Do céu, em fim de Outono,
Um dia ela virá,
No seu único terno:
Preto, escuro e sombrio,
E com ela me levará.
Deixarei tudo que amo,
Todos os sorrisos e lágrimas,
Todos os momentos que não viverei.
Será salvação da Alma
Em detrimento da matéria
Ou será apenas o fim
Que nada tem de eterna?
O corpo padece de dores,
A Alma sofre tormentas,
Mas nunca piores
Que tudo que o amor alimenta.
O amor pode ser belo
Ou a maior infelicidade,
Pode ser alegria
Ou uma desilusão sem medida.
Corre o sangue no corpo,
Vermelho carmim,
Pode o amor ser morto
E nunca ter um fim?
Quando ela chegar,
Serei corpo no chão,
Terra infértil, onde flores não nascerão
De tão envenenado o meu coração!


Cat.
2021.02.16

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