terça-feira, 13 de abril de 2021

Instintiva


 

Há dias que passam a correr, lestos e fugazes como o vento.

Hoje não foi um desses dias.

Hoje houve tempo para me ouvir. Ou melhor, para digerir tudo o que tenho ouvido.

Sim, é pessoal. Sim, são decisões minhas.

Mas não é só a minha vida que conta.

Há a vida de outros. Que me acompanham. Que me sabem muitas vezes mais que eu. Que me amam como só eles.

Sempre demorei para tomar decisões, daquelas que nos reviram a vida e nos deixam de cabeça para baixo. Sempre demorei, sempre.

Há quem diga que é falta de coragem.

Há quem chame de indecisa.

Há quem não perceba que tenho o meu próprio sistema e, acima de tudo, o meu instinto. Sempre. Sempre foi este que me guiou. Sempre foi o que esteve sempre presente. E, na verdade, nunca falhou.

Eu não sei de onde vem o instinto, acho que do coração. Há quem diga que é a mente que processa de tal forma rápida toda a informação que a resposta é quase imediata. Instintiva.

Eu sou assim, instintiva. E nunca me falhou nas escolhas. Aliás, diziam-me outro dia que tudo sempre veio ter comigo: as pessoas certas, os empregos, as decisões, tudo no tempo certo.

Por que haveria eu de mudar a minha forma de sentir e pensar a vida?

Sei e considero sempre a opinião de quem tem interesse para mim, de quem me importa.

Mas no fundo, sou eu que estou a viver as situações, sou eu que as sinto na pele e na alma e quem melhor tem a percepção do seu todo.

Por vezes é preciso passar por momentos difíceis, por situações que magoam, mas no fundo e para mim, será um aprendizado. Na pior das hipóteses. Por muito que custe a quem está ao nosso lado.

Mas amar é isto: é aconselhar mas respeitar a decisão do outro. E depois é acompanhar, sem culpabilizar, o caminho escolhido.


Cat.
2020.06.16

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