sexta-feira, 23 de abril de 2021

Palavras, tantas


 

Doces palavras
Sussurradas ao vento.
Onde chegarão?
Não sei.
Importa? Também não.
Tenho-as aqui,
No peito,
A subir pela garganta,
Pelos lábios a sair,
Como quem canta.

Delicadas palavras
Soltas no tempo.
Imortais,
Intemporais,
Impossíveis de desdizer.
Importa? Nada.
Não há sentimento
Mais puro cá dentro,
Agora partilhado e dito.

Minhas palavras,
Sentir que é meu,
Exposto,
Dito sem desdém,
Sem medo,
O meu eu mais profundo,
A minha Alma,
À mostra,
Despida de pudor ou tormento.
Apenas Eu.
Apenas o meu Ser.
Apenas o meu Sentir.
Com virtudes e defeitos.

Palavras de Amor,
Palavras de dor,
Palavras de sentir
Palavras de (quase) inexistir.
Palavras de entrega,
Palavras de perda,
Palavras de vitórias
E palavras de (muitas) histórias.
As minhas.
As que fazem de mim o que sou.
As que me permitem ser o que sou.
Com tudo de bom ou não.
Mas sempre eu.

Palavras soltas
Ao vento ou numa folha branca,
Se a ti chegarem
E as quiseres ler,
Não me julgues,
Nem me me tentes compreender:
Sou apenas uma Alma perdida,
Num corpo de mulher,
A aprender como fazer
Entre o ser e o viver...

Cat.
2020.10.21

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