Vidas paralelas.
Há vidas paralelas. Há quem seja duas pessoas. Há quem viva duas vidas. Há quem as viva de verdade, com todas as pessoas, em carne e osso; e as que as vivem apenas por mensagens e fotografias que excitam as mentes e despertam a líbido.
Nada contra. Jamais poderia julgar, muito menos condenar. Já vivi assim. Ambas.
Duas vidas. Uma cheia de vida, cor, sexo e, como se fossemos uma lâmpada cheia de luz, borboletas voando à nossa volta.
Mas tudo o resto é noite. É negro. É sem vida. Sem cor. Morto.
Mas há quem viva isto dentro de si.
Dentro do seu corpo. Da sua alma. Do seu coração.
Vidas sem vida. Rotineiras. Demasiado simples. Demasiado desbotadas. Demasiado mortas...
E há, porque há, a necessidade de mostrar que somos mais. Que temos mais. Que fazemos mais. Pessoalmente. Profissionalmente. Perante todos: amigos, família, conhecidos, chefes, e, até, desconhecidos. Mais, mais, mais...
No fundo, aparências.
No fundo falta de essência.
Algures na vida todos passamos por isto, faz parte.
O que é necessário é sair do registo.
Assumir que podemos ter menos cor. Mas, sem dúvida, teremos mais brilho. Um brilho genuíno, que vem de dentro.
Mas somos o que somos e o que escolhemos.
Vidas paralelas.
Sim, há vidas paralelas.
Carregadas de cores cinzas, coloridas de tons desbotados.
Cat.
2020.09.29
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