terça-feira, 6 de abril de 2021

Arde-me o peito


 

Arde-me o peito, queima.
A dor é mais que muita e o coração (quase) não aguenta.
É uma certeza de que foi o certo.
É uma certeza de que te queria, aqui, de mim perto.
As memórias vou guardá-las para sempre comigo. No melhor lugar do meu mundo, da minha Alma.
Temos tudo pelo certo. Pelo garantido. Pelo sempre do tempo, que achámos é infindo.
E a dada altura, a vida ou Deus ou o destino ou o raio que o parta, muda tudo.
E o tudo passa a nada.
Mentira! Passa a um vazio maior que o nada.
Um fim esperado (nada dura para sempre) mas que quando anunciado é como a morte.
Morte. Fim. Vazio. Ausência.
E arde-me o peito, queima.
Num fogo que não tem nada para queimar. Apenas o que fomos, o que sentimos, o que passamos.
E dói a perda.
E arde-me o peito, queima, da forma mais violenta.


Cat.
2020.04.23

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