As palavras ficam presas, agarradas à garganta, num nó que não se desfaz.
Como se não valesse a pena.
Como se não houvessem palavras. As palavras certas.
Um vai-e-vem sem (aparente) sentido. Mas aqui, cá dentro. Prontas a serem libertadas.
De forma confusa.
De forma inexplicável.
De forma pura e simplesmente sentida.
Aqui, cá dentro.
Do garganta que engole em seco, pelo nó que se aperta cada vez mais.
Aqui, cá dentro.
Da mente que não se ordena, que não se concisa e parece louca com pensamentos dispersos e (aparentemente) difusos e contrários.
Sim, há palavras.
Aqui, cá dentro.
Também do peito que se enche de um vazio que parece querer explodir de tanto sentir.
Aqui, cá dentro.
Nos olhos que se enchem de lágrimas, felizes e infelizes. De gratidão e revolta. De querer ser feliz e o medo de o ser.
Sim, há palavras.
Que não saem. Porque aqui, cá dentro do que sou, ainda não as compreendi...
Cat.
2020.08.26
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