sábado, 15 de maio de 2021
Não importa
Não importa quanto tempo passa,
Não importam quantos foram os encontros,
Não faz diferença quantas vezes me (te) dei,
E muito menos,
Quanto prazer me deste.
A cada espera o coração dispara,
Bombeia o sangue carmim
De forma que ninguém espera,
Deixando a ansiedade tomar conta de mim.
Antecipo o toque,
O beijo da tua língua provando a minha,
Os dedos das tuas mãos
Despindo-me a pele,
Doce, vagarosamente,
Prolongando o meu desejo,
Torturando-me a vontade.
O sexo, já húmido, só de (te) imaginar.
A tua boca nos seios,
Os teus dedos dão-me a provar o meu sexo,
Ouvir palavras que, entre nós,
São de entrega:
Eu a tua serva, tu o meu dono,
Libertar-me, ser-me e pertencer-te,
Até, de prazer, quase desfalecer.
Não importa quando ou quanto,
Contigo, para mim,
É sempre (como) a primeira vez!
Cat.
2021.02.20
Adeus (à) Vida XXXI
Sei que chegará a hora
De um dia adeus dizer,
De esta vida de agora
Deixar de viver.
Vais chegar de mansinho,
Quase sem eu sentir,
Durante o sono, a dormir,
Para que não sinta dor?
Ou vais fazer-me sofrer,
Ter que olhar-te nos olhos
E nesse momento saber,
Que já não me permites viver?
E como será morrer?
O corpo inerte no leito,
Frio, duro, morto,
A Alma liberta, flutua
Como pássaro no ar planando,
Como folha na água, sem destino?
Não me importa como chegas,
Como me levas ou carregas,
Serei livre do tormento
Da carne que me prende,
Pois serei Alma pairando
No ar, no mar e na terra,
Ou nas águas do meu rio.
Cat.
2021.02.19
sexta-feira, 14 de maio de 2021
Adeus (à) Vida XXX
Sobrevivo,
Numa existência mediana,
Quase sem sentido,
Nas horas que passam perdidas.
Há um abismo
À minha espera,
Como um oceano imenso,
Em que se mergulha sem medo.
Mas ainda não é hora
De submergir por inteiro,
Ainda há obra para ser feita,
E eu, à escolha não tenho direito.
Partirei quando chegares,
Quando decidires,
Quando a cabeça me empurrares
E eu mergulhando, deixarei os meus sentires.
Por agora apenas aguardo,
Que os dias passem rápido,
Não há força no meu espírito
E o corpo já pouco aguenta.
Mantenho-me à tona,
Com água pelo pescoço,
Quase sufoco com a dor que pesa e me puxa,
Mas ainda assim, luto, flutuo e sobrevivo
À tua espera.
Cat.
2021.02.18
Adeus (à) Vida XXIX
Num dia de Verão,
Num dia frio de Inverno
Ou quando as folhas cairão
Do céu, em fim de Outono,
Um dia ela virá,
No seu único terno:
Preto, escuro e sombrio,
E com ela me levará.
Deixarei tudo que amo,
Todos os sorrisos e lágrimas,
Todos os momentos que não viverei.
Será salvação da Alma
Em detrimento da matéria
Ou será apenas o fim
Que nada tem de eterna?
O corpo padece de dores,
A Alma sofre tormentas,
Mas nunca piores
Que tudo que o amor alimenta.
O amor pode ser belo
Ou a maior infelicidade,
Pode ser alegria
Ou uma desilusão sem medida.
Corre o sangue no corpo,
Vermelho carmim,
Pode o amor ser morto
E nunca ter um fim?
Quando ela chegar,
Serei corpo no chão,
Terra infértil, onde flores não nascerão
De tão envenenado o meu coração!
Cat.
2021.02.16
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