quarta-feira, 7 de março de 2012

Mulher

Sou forca, sou fragil,
Sou doce e agreste,
Sou teu sonho,
Teu desejo,
Tua loucura,
Tua sorte.
Sou lagrimas de alegria,
Sorrisos de sarcasmo,
Sou inteligencia emotiva,
Doce olhar que te conquista.
Sou menina a proteger,
Sou mulher a dar prazer.
Sou destino que te foge,
Sou palavras no ouvido,
Sussurro que te envolve
Sou misterio que seduz,
Que fascina,
Que enlouquece.
Sou corpo que se move,
Sensual, inebriante,
Inesquecivel, desejavel,
Intocavel.
Sou dona de um poder
Que e inexplicavel.
Sou tua imensa vontade,
Sou perdao e sou suplica,
Sou meiga e sou arisca,
Sou teu anjo protector,
Sou teu pecado e tentacao maior!
Sou dor e sou amor,
Sou odio e rancor,
Sou um mundo a descobrir,
Sou um mundo por definir,
Sou tudo o que pode haver,
Sou enfim, MULHER!

terça-feira, 6 de março de 2012

Quando sabemos?




E como sabemos que chegou ao fim? Que o sentimento que une duas pessoas, jã não é igual?
Quanto tempo dura? Quanto tempo demora a acabar? É de um dia para o outro? E sabem-se quais os sinais? Há sinais típicos do acabar de um amor? E é igual para todos? É igual para ti e para mim?
Como sabes que acabou? Acabou mesmo ou está adormecido, impedido de crescer, impedido de desaparecer?
Tens razão: se está num impasse, num "não ata nem desata" que fazemos aqui, amarrados um ao outro, por palavras que nos enchem apenas os sonhos?
E o amor não é sonhar? Os sonhos alimentam o amor enquanto os dias não se podem concretizar. Não achas? Não te chega para continuar a amar?
Não te é suficiente para esperar?
É que o meu não acabou! O meu sentimento não acabou! Continua aqui, cá dentro, intenso, imenso como o primeiro beijo, cravado, gravado em mim.
Sinto, todos os dias sinto o teu beijo, o teu abraço, o teu olhar em mim. E isso é real, não ilusão, não sonho. Sentido, tocado, partilhado: eu em ti e tu em mim.
Digo-te que não acabou! Sei que não acabou! Sabes porque? Porque dói!
Dói esta ausência de palavras que me alimentavam.
Dói este imenso sentir que não quer sair.
Dói este sonhar carregado de desilusão.
Mas a culpa não é tua. E compreendo que chegou a tua hora de avançar. Seja qual for o caminho.
E eu, eu terei de aprender a viver este sentimento, que devia ser a dois, apenas comigo...

05/03/2012

sexta-feira, 2 de março de 2012

Amantes...


O que une os amantes? O amor, a cumplicidade, o perigo desse jogo feito de encontros, mais ou menos ocasionais? A luxuria levada ao extremo pela ansiedade da entrega ao outro? Apenas ao toque ou toda a partilha de momentos fora desse mundo unico? O que une os amantes eu nunca soube!
O que sei e que os dias vazios e iguais de todas as semanas, multiplicados por meses e ate anos, os levam procurar ser feliz.
E o que os faz feliz nos bracos desse alguem que, de um momento para o outro, passa a preencher essa lacuna? E a atencao que da ao outro, que se recebe do outro? E a amizade latente sem segunda intencao, ou talvez sim, com segunda e terceira e quarta intencao. Que importa?
O que une os amantes eu nao sei!
Mas sei o que me une a ti!
A vontade de nos sabermos, a cumplicidade da troca de segredos, que de meus, teus, passaram a nossos. Os dias que so sao dias quando te falo, te ouco, me dizes essas palavras que me dao conforto, que me mostram que te recordas de mim, algures no teu dia. Pequenas conversas, palavras, musicas com muito ou nenhum significado, tocadas ao som dos nossos partilhados momentos.
E depois, depois vem o toque, o som, o cheiro e o coracao a bater forte.
Ontem, perdi-me nesse teu olhar, carregado de suave mar salgado.
Desejei ousar sentir o gosto da tua boca perfeitamente encaixada num beijo sublime! E sabes como eu adoro beijos ternos e doces de carinho, beijos escaldando de vontades de beijos perdidos em tantos outros recantos de corpos suados, do nosso sal temperados!
Ontem, senti o calor que o teu corpo emana perto do meu, qual sol que me aquece, que se entranha, lentamente na pele e me aconchega a alma!
Senti-te as maos no rosto, olhar que e tentacao e revelar que jamais foi apenas seducao.
Ontem fui deusa por ti venerada, adorada e amanha quero ser a tua serva, preencher-te as vontades.
Nao me interrompas... Os amantes sabem todas as duvidas, todas as incognitas, todas as ilusoes e desejos e saudades, vontades e tudo que mais te lembrares!
Eu sei o que nos une! A nos e a esperanca de, um dia, deixarmos de ser amantes!

02/03/2012

quinta-feira, 1 de março de 2012

Silêncio nosso...

Os silêncios são sempre considerados como algo constrangedor, como falta de diálogo, falta de cumplicidade.
Mas eu falo de outros silêncios: os dos amantes, pois esses são outros.
Tão carregados de palavras e sons com significados imperceptíveis a qualquer outra pessoa que não quem entra nesse surdo e imenso diálogo.
Diálogos que falam de um mar de sensações, de sentimentos. Por vezes turbilhão de palavras de amor que rasam no sentir do corpo, da pele, dos lábios, por vezes calmaria suave de brisa de Verão no mais fundo da alma.
Os silêncios de quem ama são um mundo infinito de palavras não proferidas, mas ditas num olhar, num toque, num abraço.
E como falam os abraços dos amantes!
São fortes, intensos e de um constante Olá/Adeus. Um até logo que não se espera, que não se deseja, que não quer sentir e, muito menos, tornar real com o som dos nossos receios.
Mas não é dos silêncios dos abraços que quero falar. É do nosso silêncio.
Sim, esse. O que nos mergulha nesta incerteza de querer e não saber ou de saber e não querer, que nos invade no mais profundo âmago do nosso ser.
Silêncios de certas incertezas, de todas as afirmações proferidas em momentos em que o silêncio é a nossa pele molhada deixando transparecer, numa pauta mágica que só nós conseguimos ler, ouvir, sentir, todo o amor que nos faz aqui estar, juntos neste imenso e vasto amar de silêncios.
Esses que nos ficam gravados na ponta dos dedos, nos lábios sedentos, no corpo esfomeado e que vamos ouvindo nos dias em que os outros, os dos comuns mortais sentem, se apodera de nós.
E vamos revivendo, dia após dia, os silêncios da nossa entrega, até que de novo possamos fazer novos silêncios, silêncios de amantes.
E eu, eu quero me inundes desse teu (nosso) silêncio para sempre.
01/03/2012