Há dias que passam a correr, lestos e fugazes como o vento.
Hoje não foi um desses dias.
Hoje houve tempo para me ouvir. Ou melhor, para digerir tudo o que tenho ouvido.
Sim, é pessoal. Sim, são decisões minhas.
Mas não é só a minha vida que conta.
Há a vida de outros. Que me acompanham. Que me sabem muitas vezes mais que eu. Que me amam como só eles.
Sempre demorei para tomar decisões, daquelas que nos reviram a vida e nos deixam de cabeça para baixo. Sempre demorei, sempre.
Há quem diga que é falta de coragem.
Há quem chame de indecisa.
Há quem não perceba que tenho o meu próprio sistema e, acima de tudo, o meu instinto. Sempre. Sempre foi este que me guiou. Sempre foi o que esteve sempre presente. E, na verdade, nunca falhou.
Eu não sei de onde vem o instinto, acho que do coração. Há quem diga que é a mente que processa de tal forma rápida toda a informação que a resposta é quase imediata. Instintiva.
Eu sou assim, instintiva. E nunca me falhou nas escolhas. Aliás, diziam-me outro dia que tudo sempre veio ter comigo: as pessoas certas, os empregos, as decisões, tudo no tempo certo.
Por que haveria eu de mudar a minha forma de sentir e pensar a vida?
Sei e considero sempre a opinião de quem tem interesse para mim, de quem me importa.
Mas no fundo, sou eu que estou a viver as situações, sou eu que as sinto na pele e na alma e quem melhor tem a percepção do seu todo.
Por vezes é preciso passar por momentos difíceis, por situações que magoam, mas no fundo e para mim, será um aprendizado. Na pior das hipóteses. Por muito que custe a quem está ao nosso lado.
Mas amar é isto: é aconselhar mas respeitar a decisão do outro. E depois é acompanhar, sem culpabilizar, o caminho escolhido.
Cat.
2020.06.16