quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Falar-te de amor







De que vale falar-te de amor?
Do meu amor,
Quando para ti já não faz sentido,
Já não há nada em mim que me dignifique,
Que te faça olhar-me.
E as saudades que tenho do teu olhar...
Desse da cor do mar
Que me hipnotiza,
Que me faz desejar nele mergulhar
E não ter medo de naufragar.
De que vale falar-te de amor?
Do amor que me invade,
Que não tem meio de acabar,
De me largar,
De me deixar
E parar de magoar.
E como desejo que pare de jorrar
Como se o coração parasse de bombear,
E o peito de respirar,
E suspensa: sem dor e sem sentir,
Sem sofrer e sem viver,
Pudesse o tempo passar,
Tão rápido que não se sentisse,
E o sentimento,
Quando eu acordasse,
Já não existisse.
De que vale falar-te de amor?
Se o teu por mim já morreu,
Se o meu por ti já não entusiasma,
Já não te abala a alma,
Já não o queres teu.
De que vale?



4.Julho.14

Choro




São lágrimas salgadas
Que pelo meu rosto escorrem,
Marcas de um sonho
Que dia-a-dia morre.
Lágrimas que penam
A cada hora
Os momentos vividos
Em nome de um amor.
Gotas que sulcam caminhos
Por entre as rugas do desespero,
Da desilusão de uma morte indesejada.
Choro,
Mas não por ti,n
Não por já não te ter
Ou pertencer.
Choro por mim,
Pelo que acabo de perder,
Por tudo o que me fizeste sentir
E que sei,
Como a maior verdade,
Jamais voltarei a viver.
Choro,
Porque sem ti vou-me deixar morrer,
De que vale respirar,
De que vale o coração bater
Se ao meu lado não vais estar?
Choro,
Porque a vida,
A cada dia
Longe de ti
De mim se esvai,
E não há vontade
De querer senão,
Apenas (sobre)viver.



4.Julho.14

A boca sela-se




E a minha boca sela-se,
Cala-se para sempre.
Não mais se ouvirão palavras
Soltas ao sabor dos sentidos,
Largadas em tua direcção.
Não mais serão ditas
Com o sentir, a emoção
De um amor inigualável,
Como o meu por ti.
Os lábios não se voltarão
A unir e a abrir
Para que som idêntico
Deles possa fugir,
Por entre eles possa fluir.
Guardarei em mim,
Bem no fundo de mim,
No meu mais íntimo ser,
No âmago da minha alma,
As palavras que te dirigi,
As emoções que por ti vivi,
Os sentires que em nós senti.
Serão minhas,

Para sempre minhas,
E de mim jamais sairão
De novo palavras enamoradas,
Palavras por amor conjugadas,
Palavras que definam o que é amar.
Amar é a Ti,
Somente a Ti,
Meu perfeito e único grande Amor.



4.Julho.14

Faz-me tua


Toca-me,
Desliza os teus dedos,
Pelo meu pescoço,
Afastando os cabelos,
Dando espaço para os teus beijos,
Que deixam na pele
Trilhos dessa saliva
Que me vicia os sentires.

Beija-me,
Os seios suavemente desnudados,
Os mamilos delicadamente expostos,
Erectos num misto de arrepio,
De desejo e do contraste
Do quente da tua língua com o ar frio.

Lambe-me,
A pele que me cobre a carne,
Descendo até ao ventre
Que se contorce de ansiedade,
E mãos nas ancas,
Apertando-me as nádegas,
São testemunhas vivas,
Do desejo que me invade.

Abre-me
As pernas e,
Invade-me
O sexo húmido e,
Toma-me
Como tua,
Nesse ritmo que me enlouquece,
Nesse prazer de te sentir,
De tua ser e só a ti,
Pertencer.

Faz-me,
Vibrar de prazer,
Verter, jorrar de tanto te ter,
Faz-me
Escrava do teu querer,
Tua preferida,
Teu único devaneio,
A que te faz perder,
Faz-me tua... Mulher!



2.Julho.14