quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Nome no ar...




Ouço o meu nome...
És tu que estás a chamar!
Ouço-o ao longe,
Como um sussurro do mar.
Como um longo e intenso mumrmurar.
Ouço o meu nome,
Nas ondas que se quebram na areia,
E dispersam gotas de líquido de sal,
Espalhas, largadas a brisa do ar.
É assim que me chamas,
Que te ouço: dispersa no ar,
Longínquo o teu chamar,
Letras balbuciadas a cada onda do teu mar.
Ouço o meu nome,
És tu que estas a chamar.
Sigo louca, desenfreada,
Sigo o teu doce e desejado chamar,
Mas as ondas deste mar,
Não é a mim que estão a chamar...
Morre um novo dia assim,
Com este despertar,
Mas continuo a ouvir o meu nome no ar.
És tu que continuas a me chamar?

23/11/2011

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Na mão do Poeta...

Sou pena, sou folha, na mão do poeta
Sou tudo, sou nada.
Sou amor e verdade,
Sou mentira e vaidade.
Sou tua loucura, insanidade.
Sou tua crua e dura complexidade.
Sou pena, sou folha, na mão do poeta
Sou tudo, sou nada.
Cada dia um desejo, um sentir.
Cada dia um anseio, um querer, um desistir.
Sou chegada, sou partida,
Sou Deusa, Musa encantada,
Sou Víbora morta e acabada.
Sou pena, sou folha, na mão do poeta
Sou tudo, sou nada.
Sou mãe, sou meretriz,
Choro hoje, amanhã feliz.
Sou tristeza imensurável,
Sou algria impensável.
Sou palavras de carinho,
Sou o amor de mãe por um filho.
Sou ódio descabido,
Sou castigada sem motivo.
Sou serva dos teus inúmeros quereres,
Sou repartida por mil seres.
Sou pena, sou folha, na mão do poeta
Sou tudo, sou nada.
Mas escreve-me, fala-me,
Dá-me vida, sentimentos,
Ilusões e desalentos.
És poeta meu criador,
Apenas por ti vivo.
Por ti respiro e suporto esta dor
De não ser nada, ser ninguém,
Vazia de tudo e de nada.
Sou tua poeta,
Sou a tua palavra.

16/11/2011

Descobre-me!

Descobre-me.
As formas sob a roupa,
O significado do meu olhar,
O que te diz o movimento do meu corpo.
Cobre-me.
De palavras doces e suaves,
De murmúrios de ondas esbatidas em mim,
De sonhos e ilusões.
Descobre-me.
As músicas, os gostos,
Os sons e os sabores,
O meu mais querer.
Cobre-me.
De ti. Do teu gosto.
Do teu sabor.
Do teu corpo. Do teu odor.
Descobre-me.
Os desejos mais profundos.
Os meus loucos sentidos.
Cobre-me.
De prazer e de Beijos,
De toques suaves e deslizar de dedos.
Descobre-me.
Das roupas e sente-me a pele.
Sente-me o respirar.
Sente-me o ardor de te desejar.
Cobre-me.
O corpo com o teu.
Sente-me gemer,
Sente-me o prazer.
Sente-me o tanto te querer.
Descobre-me
O tanto te querer pertencer...

18/11/2011

Vou desenhar-me...


Vou desenhar-me para ti.
Contornos doces e suaves,
Linhas de carvão em folha branca,
Pelos teus dedos guiadas
Esbatidas, indefinas, não vincadas, leves.
Vou pintar-me para ti.
De cores nunca pintadas,
De cores nunca imaginadas, combinadas.
Uma paleta vibrante na ponta de teus dedos
Tapando meu corpo de véus flutuantes,
Transparentes, esvoaçantes.
Vou dar-me vida para ti.
Sair do papel desenhado,
Tornar-me real e com sentimento,
Vou dar-me movimento.
Vou ser corpo que tocas,
Que despes com o pensamento,
Que aqueces com teu corpo junto ao meu.
Vou ser Deusa no teu mundo,
Adorada e venerada,
Desejada e amada.
Vou ser serva no meu mundo,
Venerar-te, pertencer-te,
Oferecer-me e dar-te,
Vou ser néctar da tua sede,
Vou ser sabor que te acalma a vontade.
Vou ser teu sonho tornado verdade...

16/11/2011