sexta-feira, 11 de maio de 2012

Somos nada...




E de um momento para o outro somos nada... Um farrapo rasgado. Uma parte do que fomos e que jamais voltaremos a ser. Como se nos arrancassem a vida. Como se os os nossos olhos apesar de abertos deixassem de ver o concreto, as formas e os detalhes, como se passassem a ver apenas um rosto reconhecível ou não, uma flor numa jarra sem sequer saber a sua cor, o seu formato de pétalas.
Um viver sem viver, acompanhado apenas de sombras desprovidas de cor. Sombras que se movem demasiado rápido para as acompanharmos. Tudo porque desistimos. Sim, desistimos de viver apesar de vivermos e os dias, esses, passarem devagar e desejamos dormir, os olhos cansados descansar, na vã esperança de nunca acordar e de com este imenso e intenso sofrer acabar.
Mas o corpo vive, e resiste, e vai ganhando essa batalha em que a alma e o pensar ja desistiram de tentar derrotar. E o corpo obriga a ver e a pensar e a existir sem se saber.


2012.05.03

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