terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Ele(s) IX

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Ela.

Até amanhã. Ou depois de amanhã ou na próxima semana. Mas até breve, muito breve.

Sabes que te gosto. Que nos gosto assim, sem a obrigatoriedade de um compromisso, excepto o que temos para com a vontade de estarmos juntos.

E eu gosto de quando estamos juntos.

Gosto de falar sobre tudo, sem qualquer receio de condenação da tua parte, sem que tenha que esconder algum pensamento mais leviano ou o meu (tremendo) humor negro.

Gosto de, ao teu lado, me poder libertar, de Alma e corpo. De ser apenas o que sinto. De me entregar sem disfarces de menina bem comportada ou de uma mulher obrigada a cumprir. Até posso ser tudo isso, mas porque nos apetece dar asas à imaginação e no sexo (quase) não há limites. Pelo menos entre nós. E isso é porque eu não te lavo as meias e as cuecas e de cozinhar todos os dias para ti! Isso seria o compromisso de um relacionamento e, como em todos os relacionamentos o dia-a-dia, a rotina iria acabar com toda esta ligação que temos. Com todo o tesão, com o frenesim dos encontros que podem ser cancelados em cima da hora porque apesar dos milhares de mensagens trocadas, de sabermos do dia de cada um, não há como olhar-te nos olhos e vibrar com as emoções. Da constante expectativa de te sentir as mãos na pele, o sexo dentro de mim, o culminar do êxtase nesta nossa entrega sem filtros. Das nossas conversas, profundas ou banais, antes do banho e de sair do quarto que nos testemunhou.

Se tenho medo de te perder? Tenho. Muito. Mas tenho medo de perder o que temos de tão especial, de perder o que nos faz gostar tanto desta forma de nos entregarmos.

E é sempre com o receio de que seja um adeus que te digo até amanhã, ou depois de amanhã...

Cat.
2019.03.23

segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Ele(s) VIII

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Ele

Adeus.

Tenho que dizer adeus. Hoje e para sempre. Não há um futuro amanhã, pelo menos para nós. Não porque o sentimento não esteja cá: está e é muito forte, intenso e vibrante. Como tu na minha vida.

Há muito a mudar. Há demasiado em jogo. Para mim e para ti. Há o receio de não passar de uma paixão. Há o receio de que te tornes igual a todas as outras mulheres, que cercam, que controlam e fazem dramas com os ciúmes. Sabes que não sou teu. Esse era o contrato. Não fora daqui, destas paredes que nos protegem e que nos impedem de ver a vida lá fora. Aqui, tudo é fenomenal. Tu és tudo o que sempre quis. Tu consegues aliar tudo o que há de bom numa mulher: amiga, confidente e amante. Oh! E como és boa amante. Nunca uma mulher se entregou nos meus braços como tu. Nunca uma mulher me recebeu no seu corpo como tu. Nunca. E isso baralha-me: como te entregas desta forma e sem amor? Não há, pelo menos que se tenham cruzado comigo, mulheres que se entreguem de forma tão intensa ao simples prazer de ter prazer. Entendes? Há sempre um sentimento de amor ou paixão e a ilusão de que nos vão conquistar e que seremos delas para sempre. Mas tu não. Pois não? Não mesmo? Não há em ti nada que te faça entregar porque gostas de mim? É apenas pelo prazer que te dou? E não, não me sinto usado, apenas queria acreditar que serias minha para sempre. Não só de corpo, mas de tudo. Entendes, de tudo e para tudo.

E é por isso que tenho que dizer adeus. Porque te quero mais do apenas isto.

Cat.
2019.03.22

sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

Vivências

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As vivências.

Cada um com as suas. Cada um com a sua história. Cada um com o seu olhar sobre o mesmo acontecimento.

Depois as divergências.

Porque os sentires não são iguais. Porque a intensidade com que se vive não é idêntica. Porque a uns dói muito mais que a outros.

E por fim as mágoas.

Que ficam de algo que não foi compreendido no nosso âmago. Que nos vão ruminando a alma e a essência até nos doer no corpo. Que muitas vezes são difíceis de superar e de nos deixar recuperar.

Viver no passado não é bom. Reviver na memória eventos que não nos fizeram sorrir não nos permite olhar a vida e contemplar toda a sua beleza.

Viver com essa dor é ainda pior.

E nós, como seres pensantes que somos, agarramo-nos ao nosso próprio sofrimento e temos compaixão e pena de nós próprios.

Porque não é justo. Porque não merecemos. Porque nunca o fizemos a outrem. Porque respeitamos.

Mas nem sempre é propositado. Porque nos relacionamentos, sejam de que tipo forem, há pessoas como nós. Seres imperfeitos. Seres que falham. Mas sobretudo seres, que como nós, também sentem. À sua maneira. E, que como nós, muitas vezes não sabem como o outro sente, como o outro olha as coisas, como o outro vai sentir a nossa acção.

Agir sem errar não é humano. Tal como viver sem chorar e sem sorrir. Tal como crescer e evoluir.

Há que aceitar as falhas nos outros como aceitam as nossas.

Ilude-se quem pensa que nunca foi incorrecto, que nunca magoou, que sempre foi honesto. Algures, no caminho da nossa vida, também deixamos pessoas para trás, também deixamos cair palavras que atingem como pedras. Somos humanos, sim. Somos todos humanos. E nesta nossa humanidade temos que perdoar e encher o coração e alma de sorrisos e de amor.

Perdoar os outros e muitas vezes a nós.
Porque a culpa mata-nos tanto como a mágoa.


Cat.
2019.02.22

quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

...

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Há dias em que me sinto folha perdida no chão: amarrotada, seca, sem cor, sem rumo, sem prazer ou dor. Apenas folha caída, sem vida para ser vivida...

Cat.
2019.02.19