segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Ele(s) VIII

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Ele

Adeus.

Tenho que dizer adeus. Hoje e para sempre. Não há um futuro amanhã, pelo menos para nós. Não porque o sentimento não esteja cá: está e é muito forte, intenso e vibrante. Como tu na minha vida.

Há muito a mudar. Há demasiado em jogo. Para mim e para ti. Há o receio de não passar de uma paixão. Há o receio de que te tornes igual a todas as outras mulheres, que cercam, que controlam e fazem dramas com os ciúmes. Sabes que não sou teu. Esse era o contrato. Não fora daqui, destas paredes que nos protegem e que nos impedem de ver a vida lá fora. Aqui, tudo é fenomenal. Tu és tudo o que sempre quis. Tu consegues aliar tudo o que há de bom numa mulher: amiga, confidente e amante. Oh! E como és boa amante. Nunca uma mulher se entregou nos meus braços como tu. Nunca uma mulher me recebeu no seu corpo como tu. Nunca. E isso baralha-me: como te entregas desta forma e sem amor? Não há, pelo menos que se tenham cruzado comigo, mulheres que se entreguem de forma tão intensa ao simples prazer de ter prazer. Entendes? Há sempre um sentimento de amor ou paixão e a ilusão de que nos vão conquistar e que seremos delas para sempre. Mas tu não. Pois não? Não mesmo? Não há em ti nada que te faça entregar porque gostas de mim? É apenas pelo prazer que te dou? E não, não me sinto usado, apenas queria acreditar que serias minha para sempre. Não só de corpo, mas de tudo. Entendes, de tudo e para tudo.

E é por isso que tenho que dizer adeus. Porque te quero mais do apenas isto.

Cat.
2019.03.22

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