sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

Vivências

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, riscas, closeup e interiores


As vivências.

Cada um com as suas. Cada um com a sua história. Cada um com o seu olhar sobre o mesmo acontecimento.

Depois as divergências.

Porque os sentires não são iguais. Porque a intensidade com que se vive não é idêntica. Porque a uns dói muito mais que a outros.

E por fim as mágoas.

Que ficam de algo que não foi compreendido no nosso âmago. Que nos vão ruminando a alma e a essência até nos doer no corpo. Que muitas vezes são difíceis de superar e de nos deixar recuperar.

Viver no passado não é bom. Reviver na memória eventos que não nos fizeram sorrir não nos permite olhar a vida e contemplar toda a sua beleza.

Viver com essa dor é ainda pior.

E nós, como seres pensantes que somos, agarramo-nos ao nosso próprio sofrimento e temos compaixão e pena de nós próprios.

Porque não é justo. Porque não merecemos. Porque nunca o fizemos a outrem. Porque respeitamos.

Mas nem sempre é propositado. Porque nos relacionamentos, sejam de que tipo forem, há pessoas como nós. Seres imperfeitos. Seres que falham. Mas sobretudo seres, que como nós, também sentem. À sua maneira. E, que como nós, muitas vezes não sabem como o outro sente, como o outro olha as coisas, como o outro vai sentir a nossa acção.

Agir sem errar não é humano. Tal como viver sem chorar e sem sorrir. Tal como crescer e evoluir.

Há que aceitar as falhas nos outros como aceitam as nossas.

Ilude-se quem pensa que nunca foi incorrecto, que nunca magoou, que sempre foi honesto. Algures, no caminho da nossa vida, também deixamos pessoas para trás, também deixamos cair palavras que atingem como pedras. Somos humanos, sim. Somos todos humanos. E nesta nossa humanidade temos que perdoar e encher o coração e alma de sorrisos e de amor.

Perdoar os outros e muitas vezes a nós.
Porque a culpa mata-nos tanto como a mágoa.


Cat.
2019.02.22

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