sábado, 21 de julho de 2012

Perdida IV



E ando à deriva sempre que não me fazes companhia, perdida numa amálgama de sensações sem sentido, desprovidas de nexo.
Como uma folha em dia de Inverno, acabada de cair no calor do vazio carregado de odores a nadas que a prendem ao vento fugidio.
Rumos que não sendo caminhos são repletos de dias que não se acomodam nas horas que ficam gravadas nas memóias e jamais se tornarão lembranças do que vivi.
São dias passados num tempo que não existiu, um futuro com saudades do que jamais sentirá.
Sim, sem ti não sinto, não vivo, não aprendo tudo o que deve fazer e ser sentido.
Não percebes? É por ti, através de ti que respiro, que me corre o sangue no corpo, que reconheço e retomo o meu caminho.
Só contigo junto comigo.

20/07/2012

Espero-te no tempo perdido...



Espero-te no tempo perdido da longa noite de não te ter.
Nos sonhos contidos de não te sentir.
No vazio que preenche de ar pesado e frio o meu viver.
Espero-te como se espera o abrir de uma flor ao doce e suave primeiro raio de sol, timidamente.
Como se sente o cair de uma gota que desce do céu para viciar a sede desse humedecer.
Como o sabor a sal de mar em ondas acabadas de morrer na pele do corpo que as almeja receber.
Espero-te sem qualquer receio do teu querer, do teu pedir, do teu egoísmo de te saciar.
Sem rodeios no meu entregar, no meu te dar, no meu te pertencer.
Sou tua. Sempre fui tua e sempre, sempre te vou esperar.


20/07/2012