segunda-feira, 26 de março de 2012

Urgência de beijo


Urgência de beijo
De sabor, de toque,
De lábios quentes,
Primeiro suaves,
Deslizando a medo,
Bocas que se entreabrem,
Que se vao conhecendo,
Encaixando,
Percebendo.
Urgência de saber
O sabor da molhada saliva
Com a minha misturada,
Mesclada e saboreada.
Toques de língua
Que se entrelaçam devagar,
Mas com vontade de acelerar,
De comprimir, lamber,
Sugar e degustar.
Aumentar o respirar,
O doce e terno procurar,
Substituir por louco e intenso devorar!
Premente luxúria deste nosso beijo,
Urgência em te beijar...


26/03/2012

Nas tuas mãos


Nas tuas mãos vou-me entregar. Por completo. Mais cedo ou mais tarde cederia à tentação, à vontade de sentir a tua mão.
Para que possa ser, ter, aprender e dar.
Quero ser guiada por caminhos de sentidos nunca antes despertados, paladares contrastantes em meu palato degustados, de odores criados em suave fogo ardente de peles e suor mesclados, cores rubras no corpo de beijos salpicados de dedos na carne apertados, comprimidos, espalhados.
Ser um dia deusa venerada, vontades satisfeitas as minhas apenas, provar de ti, testar-te, provocar-te e desafiar-te ate ao limite. Ser no outro amada, de forma intensa e ritmada de corpos entrançados, unidos em sintonia. Ser depois tua, apenas tua de corpo e alma, entrega total em teus devaneios, desejos e loucuras.
Nas tuas mãos quero apenas tudo, nada menos que tudo.
Nas tuas mãos me quero sentir: amada, tocada, molhada, tomada, domada, aprisionada, amarrada, rendida, provada, extasiada, liberta em prazer... Mulher!


23/03/2012

Melhor sorte...

Tento escrever-te todos os dias. Como era hábito fazer. Como quando sabias que eram para os teus olhos lerem, o teu coração saber.
Hoje, não escrevo. E agora jamais para ti.
Partiste, foste embora, não me voltas a saber as palavras que te eram destinadas.
Outra terás que tas escreverá, que te fará sonhar mais além, mais forte e mais sentido.
Mesmo que não tenhas, não é importante.
O que importa é que te foste, que me deixaste neste mundo de letras soltas sem forma de as encaixar umas nas outras. Como fazia. Sem esforço. Sem pensar. Apenas o meu sentir que nas minha mente fluia, que nos meus dedos convergiam e se uniam em intensas palavras e nunca tão imensas como os meus sentires por ti.
Foste minha inspiração. E expiação.
Foste minha tentação. E meu pecado.
Foste tudo que desejei. Agora não peço nada. Não desejo, apenas peço que os dias sejam, cada dia mais pequenos e que passem depressa, velozes, para que este sentir, que me aperta, seja breve e em mim não se demore.
Hoje escrevo sem mote, sem razão para o fazer.
Talvez ainda pense que me lês, que me sentes.
Então sente. Sente em mim a morte.
A morte do meu querer, da minha razão de viver.
Mas sente apenas hoje porque hoje é o que sinto.
Amanhã, amanhã viverei e terei, sem dúvida, melhor sorte.

22/03/2012

Em ti dançar...


Danço ao som do eterno tango
Que nos juntou,
Que nos fez unir,
Sentir,
Partilhar e desejar.
Quente, demente,
Intenso de fervor,
De corpos que se sabem de cor,
Sem nunca se terem tocado,
Sem nunca se terem abraçado,
Sentido,
Espremido ou provado.
Danço ao som do teu mar,
Em que o rio do meu corpo
Insiste em desaguar,
Em se perder e em ti se fundir,
Se misturar.
Continuo a dançar em sonhos
De suave e doce mar,
De gotas de sal na pele,
Que insistem em me temperar,
De todo o teu sabor.
Anseios, loucos devaneios
De em ti, a ti me entregar,
De pela tua boca me deixar beijar,
De pela tua língua quente e húmida
Novos trilhos na pele te deixar criar,
De por tuas mãos te aprender a tocar,
De por minhas mãos me saberes provocar,
De por nossos poros novos cheiros, juntos, possamos criar.
Quero-me em ti a dançar,
Corpo que me possui,
Que me alimenta,
Que me acalma o fogo de mil cores de âmbar.
Quero-te em mim a entrar,
Ventre vertendo de mim,
Néctar que queres saborear,
Que de mim vai escorrendo,
Culpa desse teu domar,
Desse teu tomar e agarrar
Que me enche de prazer.
Vem, sente-me, prova-me,
Faz-me deixar de sonhar e
Ao som deste tango,
Em ti dançar...

22/03/2012