quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Descobre-me



Descobre-me!
Destapa-me a alma,
Os sonhos guardados,
Escondidos,
No tempo parados.


Descobre-me!
Desamarra-me estes nós
Que me encerram os desejos,
Que me adormecem os sentidos.

Descobre-me!
Desperta o sentir,
O arrepiar da pele
Envolta em mistério,
Num duelo de corpos,
Desejosos de se ter,
Ansiosos por se tocar,
Por se entregar
E descobrir.

Descobre-me,
As linhas do rosto,
Os contornos do corpo,
O caminho do prazer,
Esse,
Que por palavras
Te faz enlouquecer.

Anda,
Vem,
Deixa de (me) sonhar,
Descobre-me!


(Inspiração da responsabilidade das palavras de Antonio Nascimento!)



19.Julho.14

Quente


Quente
A pele sobre a carne
Que deseja momentos de entrega,
De luxúria sem medos,
Sem amarras.
Quente
O sussurrar dos teus lábios
Que anseio junto aos meus
E molhando-me os seios
Aumentas-me o desejo.
Quente
A tua língua de ritmos diversos,

Ora lenta brincando,
Ora veloz excitando,
É mestre no me tocar.
Quente
O líquido que de mim vai vertendo
Sob a agilidade dos teus dedos,
Da tua boca que me sugando
Deixam-me mais que pronta.
Quente
O meu ventre que te recebe,
Que te puxa para dentro,
Todo,
Fundo,
Forte,
Tomando-me sem rédeas,
Apenas vivendo o momento.
Quente
O meu me vir no teu sexo,
Molhado de mim
E que jorra,
No meu corpo suado,
Por ti tomado,
Por ti amado,
Gotas de um prazer sem fim.

8.Julho.14

Falar-te de amor







De que vale falar-te de amor?
Do meu amor,
Quando para ti já não faz sentido,
Já não há nada em mim que me dignifique,
Que te faça olhar-me.
E as saudades que tenho do teu olhar...
Desse da cor do mar
Que me hipnotiza,
Que me faz desejar nele mergulhar
E não ter medo de naufragar.
De que vale falar-te de amor?
Do amor que me invade,
Que não tem meio de acabar,
De me largar,
De me deixar
E parar de magoar.
E como desejo que pare de jorrar
Como se o coração parasse de bombear,
E o peito de respirar,
E suspensa: sem dor e sem sentir,
Sem sofrer e sem viver,
Pudesse o tempo passar,
Tão rápido que não se sentisse,
E o sentimento,
Quando eu acordasse,
Já não existisse.
De que vale falar-te de amor?
Se o teu por mim já morreu,
Se o meu por ti já não entusiasma,
Já não te abala a alma,
Já não o queres teu.
De que vale?



4.Julho.14

Choro




São lágrimas salgadas
Que pelo meu rosto escorrem,
Marcas de um sonho
Que dia-a-dia morre.
Lágrimas que penam
A cada hora
Os momentos vividos
Em nome de um amor.
Gotas que sulcam caminhos
Por entre as rugas do desespero,
Da desilusão de uma morte indesejada.
Choro,
Mas não por ti,n
Não por já não te ter
Ou pertencer.
Choro por mim,
Pelo que acabo de perder,
Por tudo o que me fizeste sentir
E que sei,
Como a maior verdade,
Jamais voltarei a viver.
Choro,
Porque sem ti vou-me deixar morrer,
De que vale respirar,
De que vale o coração bater
Se ao meu lado não vais estar?
Choro,
Porque a vida,
A cada dia
Longe de ti
De mim se esvai,
E não há vontade
De querer senão,
Apenas (sobre)viver.



4.Julho.14