Sou vento em dia de Outono,
No Verão, centeio cor de mel,
No Inverno, sou acre, sabor a fel,
Na Primavera, renasço, como flor num tronco.
Sou veloz como cada segundo,
Sou um minuto na imensidão do viver
Sou horas e dias de vida feita a correr,
Sou anos, caminhando, neste mundo.
Sou tudo e não sou nada,
Sou também mulher em água parada,
Como que morta, estagnada.
Sou ínfima centelha quase apagada,
Num teatro de gente mascarada,
Que, como eu, depressa estará enterrada.
Cat.
2021.02.22
2021.02.22