quinta-feira, 6 de maio de 2021

Caminhos a fazer


 



Há caminhos a fazer.
Há muito para aprender, crescer e ser.
Há, em cada experiência, um evoluir, muitas vezes regredir, mas é assim, com estes passos, ora para a frente, ora para trás, que nos fazem.
E não, não há passos que possam ser desfeitos.
Há, é sempre a possibilidade de não os voltar a percorrer.
E quando me olho, no espelho da verdade, vejo que carrego muita bagagem.
Muitas dores, tristezas e lágrimas, culpa.
Carrego o que devia deixar no passado.
Prendem-se, sugam-me e sufocam tudo que há em mim.
Não sou perfeita.
Há que o aceitar.
E há que perceber que, ao longo dos anos, vamos sendo muitos "eus". Os que realmente somos e os que nos impõem.
No espelho da verdade vou ver-me na realidade, no fundo do meu ser, do meu peito, do meu coração... Da minha Alma. E sei que qualquer erro que cometi, foi sem maldade.
Há que me perdoar e aceitar.
E vou, a partir daí, viver livre, leve e segura de que o futuro só pode ser melhor!


Cat.
2021.01.22

Meu peito


Há chuva e frio
Neste dia que quase
Acaba.
O vento, vadio,
Faz barulho, passa
E traz um turbilhão
De palavras que
São sensação
Da tua presença,
No odor que me abraça
E relembra que
O amor não passa.
Fica na memória,
Marcada como lembrança,
Que traz de volta a
Esperança,
Envolta em novo desejo,
Dos teus lábios na minha
Boca, o teu corpo no
Meu peito.


Cat.
2021.01.21

quarta-feira, 5 de maio de 2021

O Vento


 

O vento, portador
De odores e contador
De histórias banais,
Sem felicidade ou dor,
Traz-me nada.
Não há notícias de ti,
Não há palavras ou cheiros,
Só um remoinho
Sem nexo ou sentido,
Virando e revirando
Tudo que não me importa.
Não me importa saber
Dos outros, são
Vidas que me são nada,
Pois não as vivo e
Não as sinto.
Mas neste correr de
Tempo (quase) morto,
Há uma esperança em
Mim que me dá
Alento, e desta forma não
Rebento, não expludo de tanto
Sentimento.
Solto eu o que há
Em mim, bem cá
Dentro, deste amor
Imenso que é viver-te no
Peito, com a tua memória
Presente, como o sabor do teu
Beijo.
Leva, ó vento, o meu amor
Contigo, fá-lo chegar ao
Destino, para que eu não passe de um
Momento...


Cat.
2021.01.21

Perdida nos dias






Perdida nos dias,
Sem rumo,
Sem alento,
Horas perdidas como fumo,
Levado pelo vento.

Há na noite
Uma esperança,
Vã, quase imperceptível,
Que avança
E, às vezes, quase visível.

Não sei o que me move,
É uma força indescritível,
De acreditar que há
Mais para além da vida.

Um sentimento de falta,
Um sentimento de impotência,
Ao mesmo tempo esperança,
Como que uma crença.

Dúbias palavras,
Contraditórias até,
Mas assim é minh'Alma,
Que não sabe quem é.

Procuro cá dentro,
Em mim,
Procuro cá fora,
Em tudo e no mar sem fim.

Espero caminhar,
Nas horas dos dias que passam,
Com alguém a iluminar,
Cada meu passo dado,
Com amor infinito.


Cat.
2021.01.19