Ela.
Até amanhã. Ou depois de amanhã ou na próxima semana. Mas até breve, muito breve.
Sabes que te gosto. Que nos gosto assim, sem a obrigatoriedade de um compromisso, excepto o que temos para com a vontade de estarmos juntos.
E eu gosto de quando estamos juntos.
Gosto de falar sobre tudo, sem qualquer receio de condenação da tua parte, sem que tenha que esconder algum pensamento mais leviano ou o meu (tremendo) humor negro.
Gosto de, ao teu lado, me poder libertar, de Alma e corpo. De ser apenas o que sinto. De me entregar sem disfarces de menina bem comportada ou de uma mulher obrigada a cumprir. Até posso ser tudo isso, mas porque nos apetece dar asas à imaginação e no sexo (quase) não há limites. Pelo menos entre nós. E isso é porque eu não te lavo as meias e as cuecas e de cozinhar todos os dias para ti! Isso seria o compromisso de um relacionamento e, como em todos os relacionamentos o dia-a-dia, a rotina iria acabar com toda esta ligação que temos. Com todo o tesão, com o frenesim dos encontros que podem ser cancelados em cima da hora porque apesar dos milhares de mensagens trocadas, de sabermos do dia de cada um, não há como olhar-te nos olhos e vibrar com as emoções. Da constante expectativa de te sentir as mãos na pele, o sexo dentro de mim, o culminar do êxtase nesta nossa entrega sem filtros. Das nossas conversas, profundas ou banais, antes do banho e de sair do quarto que nos testemunhou.
Se tenho medo de te perder? Tenho. Muito. Mas tenho medo de perder o que temos de tão especial, de perder o que nos faz gostar tanto desta forma de nos entregarmos.
E é sempre com o receio de que seja um adeus que te digo até amanhã, ou depois de amanhã...
Cat.