quarta-feira, 17 de maio de 2017

Ver(me)





Quantas vezes para ti me despi e, com estes olhos, fiz que não vi? 
Que o sentir que me invadia aumentava a cada dia.
Que o meu olhar-te fugiu do que deveria. 
Que deixou de ser apenas o meu corpo a querer-te. 
Quantas vezes, deitada na cama, depois de te pertencer, desejei contigo ir, imaginas? 
Partilhar-me mais que o desejo, mais que o vibrar da tua língua no meu corpo, mais que os insanos orgasmos por ti provocados, mais que o beijo que selava a nossa entrega e a tua partida anunciava. 
Quantas vezes te disse, mesmo calada, mesmo sem palavras, mesmo com o silêncio, que te amava? 
Que os meus dias só se deixavam passar e que só as horas existiam com a tua presença. 
Que o meu corpo só vivia e o meu coração batia no mesmo espaço que contigo. 
Quantas, quantas vezes acreditei no sonho de te ser tanto quanto tu me eras. 
Quantas vezes não quis ver a verdade da nua e dura realidade. 
Hoje, vejo que é a última vez que para ti me dispo, que para ti respiro, que para ti me entrego de corpo e alma. 
Hoje, olho-me e percebo quantas vezes são necessárias para saber o quanto não há mais que (apenas) isto...


201.04.28

Hábito




O silêncio começa a ganhar terreno. A comandar o pensamento. A impor a sua existência.
Quando deres conta da sua presença, não haverá palavra que o vença.


Pergunto-me se ainda me olhas da mesma forma.
Se quando me pensas um sorriso invade o teu rosto, pergunto-me se os teus olhos brilham.
Pergunto-me se anseias regressar aos meus braços, ao meu beijo, ao meu te amar.
Se o dia só tem valor se a mim te entregares, pergunto-me se ainda te faço sonhar.


E por vezes pergunto-me se sentes a minha falta... Se não te falar quantas horas passarão até me sentires a falta... Há uma diferença entre nós: tu faltas-me a cada momento, eu sinto que te falto por obrigação. Por força do hábito.
Um dia chegará em que quando me sentires realmente a falta já não haverá tua que em mim possa morar...




2017.04.05

quinta-feira, 16 de março de 2017

Hoje viajo ao som de...



DUA LIPA - Hotter than hell

He calls me the devil
I make him wanna sin
Every time I knock
He can't help but let me in

Must be homesick for the real
I'm the realest it gets
You probably still adore me
With my hands around your neck

Can you feel the warmth? Yeah
As my kiss goes down you like some sweet alcohol
Where I'm coming from, yeah
It's the darker side of me that makes you feel so numb

'Cause I'm hot like hell
Does it burn when I'm not there?
When you're by yourself
Am I the answer to your prayers?
I'm giving you that pleasure heaven
And I'll give it to you

Hotter than hell
Hotter than hell

You're my manna from heaven
We all gotta get fed
Can let me know I'm wanted
Can let me in your head

I'm not here to make you kneel
But it's praise that I'll get
You ain't gonna walk free, boy
Not finished with you yet, no

Can you feel the warmth? Yeah
As my kiss goes down you like some sweet alcohol
Where I'm coming from, yeah
It's the darker side of me that makes you feel so numb

'Cause I'm hot like hell
Does it burn when I'm not there?
When you're by yourself
Am I the answer to your prayers?
I'm giving you that pleasure heaven
And I'll give it to you

Hotter than hell
Hotter than hell

What you do right there
You make me feel right there
When you lay me down right there
We just make it right there
'Cause you're looking so right there
Baby you should touch me right there
If you take me right there
We can make it

'Cause I'm hot like hell
Does it burn when I'm not there?
When you're by yourself
Am I the answer to your prayers? (hey, hey, hey, hey)
I'm giving you that pleasure heaven
And I'll give it to you

Hotter than hell
Hotter than hell
Hotter than hell (hey, hey, hey, hey)
Hotter than hell
And I'll give it to you
Hotter than hell

Submersa



Submersa.
É assim que me sinto. Hoje e sempre. Enquanto este sentir me invadir. Se fizer sentir.
Submersa.
Como que suspensa, leve, voando sem esforço pelo correr das horas. Dos dias. Do tempo que não me cansa.
Submersa.
Como que mergulhada num imenso oceano. Límpido. Transparente. Envolvida e protegida.
Submersa.
Apenas este amar que não se explica, impossível de retratar, de descrever, de algum dia poder acabar.
É fonte de vida aqui dentro.
Imenso, transborda de mim.
Intenso, sinto-o na pele, em cada poro.
Renasce a cada toque, a cada beijo.
Reforça-se a cada gemido, mas profundamente sentido, aquando do teu amar-me.
Submersa.
Em ti, por ti, em mim, por tudo o que significa a palavra "nós".




15.03.2017