segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Calar. Silenciar


Calar. Silenciar.
Não proferir qualquer palavra. Qualquer som. Quaisquer frases que possam, deliberadamente, transmitir opiniões.
Sobre o que quer que seja. Sobre tudo e qualquer coisa. Sobretudo sobre o estado das pessoas. Sobre os sentimentos.
Calar. Silenciar.
Porque são poucos os que se importam.
Porque são cada vez menos os que (realmente) prestam atenção.
Porque os que se preocupam, os que nos compreendem de verdade, sabem ler no olhar, nos lábios que se cerram e nos sons que não se propagam pelo ar.
Calar. Silenciar.
E só mostrar quem realmente somos, o que verdadeiramente pensamos, a quem nos sente sem necessitar de perguntar...


06.Outubro.2015

Pensamento voa

E o pensamento voa,
Incontrolado,
Pelas memórias do corpo,
Por ti tocado.
E a vontade renasce,
Renovada,
De um desejo incontido
De me sentir amada.
E a pele pede,
Num grito sussurrado,
Por ti ser provada
Pela tua língua molhada.
E a carne anseia
Pelo teu corpo
Ser tomada,
Pelo teu vai-e-vem imposto,
Ser sempre assim, domada.
E o pensamento não voa mais,
É o corpo quente
E o desejo insano e presente
Que agora,
Vibrando,
Compulsivamente
Comanda.


06.Outubro.2015

Sim, eu amo-te



E o dia vai passando. Devagar e contrastando com a ansiedade de te poder sentir. De te poder beijar. Abraçar e amar.

E como te amo... Mesmo sem os corpos se tocarem. Apenas com o cruzar de um olhar cúmplice e do sorriso franco e que me conquista sempre.

Sim, eu amo-te. Para além da pele, para além do corpo, para além da luxúria da entrega a que me (de)voto. Para além do compreensível e do passível de ser explicado.

Sim, eu amo-te. Para além de mim. Daqui do meu peito até aí, onde quer que estejas. E a distância não se faz sentir porque vives em mim.

E ainda assim, o dia passa demasiado devagar para tanta saudade de ti que tenho de aniquilar.



01.Outubro.2015

Despiu-se



Despiu-se.
A roupa do dia sufocava. A blusa apesar de fina e quase transparente aquecia-lhe a pele demasiadamente. Queimava de forma invisível e sem marcas capazes de comprovar o quão quente o corpo se encontrava.
A saia justa e de cor preta escorregava pelas pernas de forma lânguida, sem vontade de se descolar daquele corpo.
Os sapatos ficam.
Os saltos agulha fazem-na sentir no topo do mundo,bela e segura nos passos que dá.
Despiu-se.
Deixou os preconceitos caírem com a roupagem. Desfilou e admirou o corpo (im)perfeito de quem já não tem 20 anos mas que sabe e admite do que gosta.
Sem julgamentos. Sem condenações. Sem receios de olhares alheios e de outras opiniões.
Despiu-se...
E nua se entrega ao prazer de (saber) ser Mulher!


30.Setembro.2015