segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Despiu-se



Despiu-se.
A roupa do dia sufocava. A blusa apesar de fina e quase transparente aquecia-lhe a pele demasiadamente. Queimava de forma invisível e sem marcas capazes de comprovar o quão quente o corpo se encontrava.
A saia justa e de cor preta escorregava pelas pernas de forma lânguida, sem vontade de se descolar daquele corpo.
Os sapatos ficam.
Os saltos agulha fazem-na sentir no topo do mundo,bela e segura nos passos que dá.
Despiu-se.
Deixou os preconceitos caírem com a roupagem. Desfilou e admirou o corpo (im)perfeito de quem já não tem 20 anos mas que sabe e admite do que gosta.
Sem julgamentos. Sem condenações. Sem receios de olhares alheios e de outras opiniões.
Despiu-se...
E nua se entrega ao prazer de (saber) ser Mulher!


30.Setembro.2015

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