terça-feira, 19 de março de 2013

Imagino(te)

Imagino(te)
O olhar devorando-me as formas,
O contorno do corpo que desejas
Despir de vestes.
Imagino(te)
O aproximar lento e ansioso
De sentir o calor que de mim emana,
O sabor do beijo que te chama.
Imagino(te)
A mão que desliza,
O roçar na pele minha que se arrepia,
O corpo que se move de encontro ao teu.
Imagino(te)
A vontade de me sentir,
Tua,
Entregue aos teus caprichos,
Entregue aos teus mais
Loucos,
Insanos,
Profanos,
Desejos.
Imagino(te)
Fazendo-me contorcer o corpo
Em delírios de imenso prazer.
Imagino(te)...

4.Mar.13

Sussurrar(te)


Preciso sussurrar-te ao ouvido palavras que tenho guardadas em mim e que são apenas tuas.
Para ti. De mim.
Do mais íntimo de mim.
Palavras que de mim vão sair como sons de beijos doces e suaves, que te mostrarão o que sou e o que sinto, o que penso e o que desejo.
Palavras que usarei para me despir por inteiro para ti, para te ver receber-me com essa expectativa carregada de ansiedade como se do meu corpo se tratasse, no vislumbrar de uma pele alva e quente.
Preciso que me deixes entrar em ti sem rodeios, que me recebas sem medos, sem preconceitos.
Preciso que ouças os segredos meus, que me olhes nos olhos e saibas tanto como eu.
Preciso que te entregues da mesma forma que eu a ti.
E eu pertencer-te-ei para sempre.
E eu... Amar-te-ei eternamente.

27.Fev.13

segunda-feira, 18 de março de 2013

Tanto, mas tanto...


Há dias em que as palavras são fugidias, em que são vazias, em que nada acrescentam ao passar das horas.
Há dias em que o corpo podia não despertar e manter-se nessa inércia de sonos mais ou menos profundos, ainda que sem sonhos. Num marasmo em que a letargia me deixaria manter impune ao que pode não ser dito, ao que pode ficar calado e ao silêncio da ausência dos teus sons.
E nesses dias eu ficaria feliz na ignorância de não ter de sentir a tua ausência, as tuas palavras silenciosas.
E de não saber como evitar que assim mas dirijas porque te sou sincera, porque te conto e conto contigo para tudo. Porque te sei capaz de estar a meu lado. Porque me sabes melhor que ninguém, porque me sentes como ninguém. Porque sabes o quanto te amo.
E eu amo-te tanto, mas tanto...

24.Fev.13

Sem dúvida

A manhã vai-se anunciando no seu ritmo alucinantemente certo e sem qualquer pudor. O vento é dono do dia e agita os passos já de si apressados de quem se aventura no inicio do dia. Os sons das folhas duras e verde-escuras das japoneiras roçam-se entre si e o burburinho a mar passa despercebido neste novo tenso e inconstante agitar e as flores de pessegueiro vão voando a cada novo suspirar de vento criando uma chuva de pequenas gotas cor-de-rosa.
Aqui dentro apenas o sol nos invade iludindo-me os sentidos com a sua cor forte e deixando-me a desejar que este momento não avance, que se retenha apenas com estes sons que me acalmam o sentir, que me fazem não pensar.
Mas é inevitável que a mente se agite aos caprichos do vento e os pensamentos se deixem levar nesse rumo sem destino, sem respostas, sem a sabedoria das certezas que todos os dias questionamos e desejamos. Por vezes somos impotentes contra o revirar do caminho e deparamo-nos com novos muros que parecem impossíveis de transpor e parámos, quedando-nos num marasmo de aparente incapacidade. Mas nada é imutável: nem o vento para sempre sopra, sem o sol sempre brilha, nem os sentimentos não se transformam, nem os pensamentos têm sempre a mesma rota e até as certezas se tornam dúvidas.
Mas há um pensamento que sempre me domina, um sentir que me controla e alimenta e sobre o qual não há dúvida: que o meu amor por ti aumenta a cada dia que recomeça, a cada hora que passa, a cada minuto que se gasta...

23.Fev.13