sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Sabes



Sabes,
O teu cheiro permanece em mim,
Fazendo-te parte do meu,
Fazendo-te constante,
Permanente, aqui,
Tão perto que te sinto.
Os teus dedos ainda deslizam,
No meu rosto,
Nos meus lábios que entreabrem
Mostrando-te o desejo
De aos teus se colarem.
O teu gosto ainda se sente
Nesta boca que te provou,
Nesta língua que
A tua pele molhou,
Salivou e secou de todas essas gotas
De desejo e de prazer.
Sabes,
Ainda te sinto percorrer-me
O pescoço,
Os seios,
O ventre,
E as mãos que me puxam
Em direcção ao teu corpo
Que no meu anseia penetrar,
Se afundar,
E a mim se entregar
Em ritmos que consentidos
São nossos,
Únicos,
E todos os desejos são permitidos,
Partilhados,
Cumpridos.
Sabes,
Ainda te sinto e já desejo de novo
Ver-me perdida entre todos os teus beijos...


06/12/2012

Caminho



Às vezes tenho a certeza de que o caminho que escolherei é o certo, pois é o que me leva até ti, até ao aconchego do teu peito, à segurança do teu abraço.
E nessas alturas, em que me abraças, em que o meu coração bate ao mesmo ritmo que o teu, eu sei que é o certo, que é aqui, aí, em ti que pertenço.
E a cada dia to digo, te demonstro, te asseguro que é a ti que eu quero.
E num ápice, tudo se desmorona. Tudo cai como um castelo de areia, tudo desaparece, cai por terra.
Por vezes sinto que falo e que nada te digo.
Que apenas jogo palavras ao vento, que apanharás se te for conveniente.
O meu caminho não depende apenas de mim, mas de me mostrares que o queres, realmente, percorrer comigo.

05/12/2012

Podia não haver amanhã



Podia não haver amanhã.
Apenas o hoje, aqui, agora.
Apenas este momento suspenso no tempo que partilhamos em comum.
Estes minutos que se estendem por algumas horas e fazê-los durar enquanto nos apetecesse. Enquanto não nos fartássemos de estar nos braços um do outro.
De estar deitada eu no teu peito e tu a deslizar as pontas dos dedos no meu ombro que despiste antes deste momento.
E poderíamos repetir cada movimento de roupa que cai, escorrega, desliza pelo corpo que se deseja nu.
E eu voltaria a provar-te o sabor do sal do corpo que me entregas num acto de pura entrega à habilidade dos meus lábios, da minha língua e boca gulosas de ti.
E tu voltarias a fazer-me sentir o poder e a força da tua masculinidade, tomando-me no centro das pernas, domando-me os quadris e penetrando-me o corpo fazendo-me a mulher mais feliz.
E voltaríamos a ser um: tu em mim e eu em ti, tu por mim e eu por ti, gemendo e gritando palavras num dialecto que apenas os verdadeiros amantes reconhecem.
E pode, deve haver amanhã, se a cada novo dia, me continuares a desejar e a amar como neste momento...

04/12/2012

Despes-me o corpo



Despes-me o corpo
Sem me tocar,
Sem a blusa desapertar,
Sem a saia levantar.
Arrepias-me a pele
Apenas com o teu olhar
Que me adivinha os contornos,
Que anseia pelos dedos em mim a deslizar.
Aqueces-me o corpo,
Aumentas-me a desejo,
Suprimes-me o pensar
E já não quero outra verdade
Que não passe pelos lábios
Ao meu ouvido a sussurrar-me
Palavras doces ou lascivas,
Que falem de amor ou apenas desta vontade, 
Da tua boca na minha se entregar, 
De te receber o paladar, 
De te sentir o gosto na língua!
Pára de me torturar,
Apenas com o teu feiticeiro olhar,
Deixa-me me entregar,
O corpo nessa luxúria
Que são as tuas mãos por mim a passear,
A tua molhada língua a me saborear,
A tua pele salgada na minha a gotejar,
Que é teu corpo no meu a penetrar,
E à loucura me guiar.
Não páres de me olhar,
Deixa-me para ti despir,
Para que em mim possas
Todas as fantasias realizar...

03/12/2012