sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Podia não haver amanhã



Podia não haver amanhã.
Apenas o hoje, aqui, agora.
Apenas este momento suspenso no tempo que partilhamos em comum.
Estes minutos que se estendem por algumas horas e fazê-los durar enquanto nos apetecesse. Enquanto não nos fartássemos de estar nos braços um do outro.
De estar deitada eu no teu peito e tu a deslizar as pontas dos dedos no meu ombro que despiste antes deste momento.
E poderíamos repetir cada movimento de roupa que cai, escorrega, desliza pelo corpo que se deseja nu.
E eu voltaria a provar-te o sabor do sal do corpo que me entregas num acto de pura entrega à habilidade dos meus lábios, da minha língua e boca gulosas de ti.
E tu voltarias a fazer-me sentir o poder e a força da tua masculinidade, tomando-me no centro das pernas, domando-me os quadris e penetrando-me o corpo fazendo-me a mulher mais feliz.
E voltaríamos a ser um: tu em mim e eu em ti, tu por mim e eu por ti, gemendo e gritando palavras num dialecto que apenas os verdadeiros amantes reconhecem.
E pode, deve haver amanhã, se a cada novo dia, me continuares a desejar e a amar como neste momento...

04/12/2012

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