domingo, 14 de outubro de 2012

Percorre


Percorre
Cada recanto de mim
Com o instinto de quem sabe,
Com a certeza de me descobrir.
Percorre
Todos os meus caminhos,
Desenhados em finos fios,
De pontas de dedos dóceis
E delicados.
Percorre
Trilhos novos sem saber
Calcorreados pela língua
Quente e molhada,
Carregada do teu sabor.
Percorre
Cada ponto que me faz estremecer
Deste corpo que te pertence,
Que apenas deseja de ti se preencher,
Em ti se perder,
A ti se entregar,
Nesse teu imenso saber
Como Mulher me fazer...

12/10/2012

O teu beijo


É do teu beijo que mais sinto a falta,
É nele que sonho,
Que vivo e por que,
A toda a hora, anseio.
Beijo que me envolve inteira,
Num abraço de corpo,
Em intenso e concreto devaneio.
Lábios molhados, carentes,
que se entregam nos meus, sedentos desse teu calor.
Língua a tua audaz
Que os lábios lentamente
Me fazes abrir,
Sentindo-te o quente que há-de vir,
Em gotas de saliva,
Com que me vens cobrir.
E cobre-me de beijos!
E cobre-me desse teu sabor!
Desliza-me a boca no corpo,
Concretiza-me todos os desejos,
De tua boca nos meus outros lábios,
Em corpo que ondula,
Ao sabor do teu me tocar
E faz-me te dar,
Assim na lingua,
Todo o meu prazer.
Vem, nao me facas mais esperar,
Pelo teu longo e desejado beijar...

12/10/2012

Faz-me delirar

Corpo que aquece
No sopro das palavras
Descritas,
Sonhadas,
Quase sentidas.
Corpo que se arrepia
Ao toque da ponta dos dedos,
Deslizantes,
Concretos,
Certos de todos os caminhos
Ainda não descobertos.
Corpo em pele que chora
Gotas de água salgada
Que a tua boca,
Pela língua, devora.
Corpo este
Que estremece
Com corpo esse
Que me enlouquece
Em doces e fundas entradas
Em meu ventre perpetradas,
Intensas suaves estocadas
Em que me devoras,
Sem demoras ou receios,
Concretizando-me todos
Os meu loucos devaneios.
Corpo que é teu,
Que te pertence quando és meu,
Que te anseia a todo o momento,
Toma-me sou tua,
Toma-me outra e outra vez,
Faz-me delirar e perder no tempo...
10/10/2012

Em mim, nunca morrer

E a manhã chega lenta e vagarosa no correr de quem lá fora se apressa para mais um dia cheio de inevitáveis encontros com a incerteza das horas passageiras.
O cheiro que a brisa que vem do mar carrega consigo, acende-me o coração com memórias que o espaço na cama vazia não consegue fazer vibrar.
Lembranças que sempre me te fazem recordar e desejar.
Lembranças de dias passados a sonhar te abraçar.
Lembranças de horas estendidas no tempo da tua companhia que não voltam a passar.
Mas as saudades não são fugazes. São eternas e profundas.
São marcas na carne que a minha Alma não tem mas quase sinto.
E falta-me o teu abraço, o pentear-me do cabelo afastando-o do rosto e os dedos deslizando sem saber caminhos, a belo gosto.
E faltam-me todos os beijos que tive oportunidade de sentir nos meus lábios e não te dei.
E faltam-me todos os entrelaçares de dedos que ficaram à porta do receio por conta do medo de me entregar.
Mas o que mais me falta, são as palavras que nunca tiveste para me dar.

Mas o cheiro do mar, esse, vai-me sempre te fazer lembrar e em mim, assim, nunca morrer...
08/10/2012