sábado, 21 de julho de 2012

Despida...


As palavras com que me envolves,
Que me sussurras ao ouvido,
São em mim um delírio,
Um intenso corropio
Que me liberta o ser,
Que me enche de vida,
Que os dias me alenta.
São doces toques
De mãos e de língua
São sentir-te deslizar,
Molhar,
Saborear,
Descobrir,
Arrepiar,
Sorrir,
Provocar,
Excitar,
Entregar e dar.
A pele que me cobre é tua,
E o que sinto em mim vibrar
É o teu corpo que acentua,
Que avança na carne crua
Sem medos ou temores,
Sem preconceitos ou julgares.
É o teu corpo que me toma,
Que me sorve,
Que me prova,
Que me faz dar-te,
Assim, despida e nua...

21/07/2012

Perdida IV



E ando à deriva sempre que não me fazes companhia, perdida numa amálgama de sensações sem sentido, desprovidas de nexo.
Como uma folha em dia de Inverno, acabada de cair no calor do vazio carregado de odores a nadas que a prendem ao vento fugidio.
Rumos que não sendo caminhos são repletos de dias que não se acomodam nas horas que ficam gravadas nas memóias e jamais se tornarão lembranças do que vivi.
São dias passados num tempo que não existiu, um futuro com saudades do que jamais sentirá.
Sim, sem ti não sinto, não vivo, não aprendo tudo o que deve fazer e ser sentido.
Não percebes? É por ti, através de ti que respiro, que me corre o sangue no corpo, que reconheço e retomo o meu caminho.
Só contigo junto comigo.

20/07/2012

Espero-te no tempo perdido...



Espero-te no tempo perdido da longa noite de não te ter.
Nos sonhos contidos de não te sentir.
No vazio que preenche de ar pesado e frio o meu viver.
Espero-te como se espera o abrir de uma flor ao doce e suave primeiro raio de sol, timidamente.
Como se sente o cair de uma gota que desce do céu para viciar a sede desse humedecer.
Como o sabor a sal de mar em ondas acabadas de morrer na pele do corpo que as almeja receber.
Espero-te sem qualquer receio do teu querer, do teu pedir, do teu egoísmo de te saciar.
Sem rodeios no meu entregar, no meu te dar, no meu te pertencer.
Sou tua. Sempre fui tua e sempre, sempre te vou esperar.


20/07/2012

Eu quero



Eu quero!
Palavras que sussurrem sonhos,
Palavras que falem de amor,
De partilha,
Eu quero!
Olhar-te no olhos e mergulhar
Nesse mar imenso que é te amar,
Me entregar e sem medo,
Em ti ficar,
Eu quero!
 O teu abraço intenso,
Longo e quente que me embala,
Acalma e protege,
Eu quero!
Ouvir o teu respirar,
No peito junto ao meu a vibrar,
E sentir-te os desejos e vontades,
Eu quero!
O teu odor entranhado nos meus poros,
Inebriando-me os sentidos,
Eu quero!
O teu sabor alterando-me o gosto,
Cravando-se levemente no meu palato,
Aliciando-me,
Viciando-me,
Eu quero!
Todos os teus sonhos e medos,
Todas as tuas fantasias e segredos,
Eu quero
Assim, por inteiro receber-te,
Eu quero!

17/07/2012