terça-feira, 12 de junho de 2012

Mais que prazer


Espero-te sempre, a toda a hora, a todo o momento, que chegues, silencioso ou de rompante, abraçando-me forte, longamente.
Um abraço que me mate a saudade, essa negra mancha na cor dos meus dias, ensombrando-me as alegrias, impedindo-me a felicidade.
Um abraço que se siga de um beijo, esses que me levam por um caminho de entrega, sensações, emoções e sem regresso, sem retorno ao ponto de partida.
Um beijo que preceda a partilha de todo o nosso corpo, de todo o nosso sabor e suor de sal temperado, nas peles que se tocam, beijam, lambem e roçam, misturando-nos os sentidos, deixando-nos descontrolados, entrelaçados, sentidos, amados...
Espero-te sempre, desejosa de te pertencer, numa entrega que é mais, muito mais que apenas prazer.

2012/06/10

Noite VIII




O dia termina de forma tranquila, docemente invadido pela noite escura, rica em orvalhos, típica desta altura do ano. Deixa-se tomar pela penumbra, pela suave brisa que os rostos acaricía e que a lua brilhando deixa com reflexos de prata.

E a noite chega, conquistando a sua hora de reinar, de se fazer mostrar, de os amantes encantar.

Tal como tu em mim. Conquistando-me de forma suave, entranhando-te em mim, sussurrando-me palavras de repletas de ilusões em que acredito e que me invadem de imensas e intensas sensações.

Sinto-te, à noite, mais perto de mim, nas horas dos sonhos que surgem em olhos ainda acordados.

E eu sou ainda mais tua, nas horas em que reina essa aliada dos que amam, a lua...

2012/06/10

Toma-me

Toma-me o gosto,
Sabe o meu sabor,
Devora-me com o teu desejo,
Enche-me de amor.
Desse que eu anseio,
... Intenso,
Demorado,
Abraçado,
Tentado de formas e pecado!
Toma-me o gosto,
De todo o meu te dar,
Deste meu te pertencer,
De não te querer largar.
Toma-me em ti,
Em língua louca de frenezim,
De toques longos,
Penetrantes,
Sabedores dos meus semblantes
Que se alteram,
Que gemem, quase gritando!
Toma-me o gosto,
Lambuza-te no meu gozo...
2012/06/08

Arrancar de mim



Vou arrancar de mim tudo que aqui há de ti.
Vou tirar-te do meu gosto. Aquele que fica na minha boca depois do teu beijo. Depois de te provar a pele. Depois de te saber o paladar do teu mel.
Vou tirar-te do meu toque. Da mão na minha mão. Do quente do teu corpo encostado ao meu. Do arrepio que provocas quando me beijas no pescoço, quando a mim te encostas.
Vou tirar-te das minhas horas, dias, minutos, do tempo das conversas sem nexo, sem rumo. Dos quês do dia, da azáfama e da vida cheia ou vazia.
Vou tirar-te do meu pensamento. Esse tonto e louco que te recorda a todo o momento o sorriso nas palavras faladas, o choro nas caladas.
Vou tirar-te do meu coração. Voltar a olhar-te... E de novo, voltar a amar-te!

2012/06/07