terça-feira, 12 de junho de 2012

Toma-me

Toma-me o gosto,
Sabe o meu sabor,
Devora-me com o teu desejo,
Enche-me de amor.
Desse que eu anseio,
... Intenso,
Demorado,
Abraçado,
Tentado de formas e pecado!
Toma-me o gosto,
De todo o meu te dar,
Deste meu te pertencer,
De não te querer largar.
Toma-me em ti,
Em língua louca de frenezim,
De toques longos,
Penetrantes,
Sabedores dos meus semblantes
Que se alteram,
Que gemem, quase gritando!
Toma-me o gosto,
Lambuza-te no meu gozo...
2012/06/08

Arrancar de mim



Vou arrancar de mim tudo que aqui há de ti.
Vou tirar-te do meu gosto. Aquele que fica na minha boca depois do teu beijo. Depois de te provar a pele. Depois de te saber o paladar do teu mel.
Vou tirar-te do meu toque. Da mão na minha mão. Do quente do teu corpo encostado ao meu. Do arrepio que provocas quando me beijas no pescoço, quando a mim te encostas.
Vou tirar-te das minhas horas, dias, minutos, do tempo das conversas sem nexo, sem rumo. Dos quês do dia, da azáfama e da vida cheia ou vazia.
Vou tirar-te do meu pensamento. Esse tonto e louco que te recorda a todo o momento o sorriso nas palavras faladas, o choro nas caladas.
Vou tirar-te do meu coração. Voltar a olhar-te... E de novo, voltar a amar-te!

2012/06/07

Silenciar-me

Vou silenciar-me de todos os sons que possam existir. Todos! Nao quero nenhum na minha vida. Quero os dias em absoluto silencio, vazios, ocos, sem qualquer riudo que me possa lembrar do que e ouvir.
Nao quero ouvir. Apenas o nada do som do vento que fica la fora, para lá das janelas espessas, fechadas, trancadas para sempre e que nao o deixam passar.
Quero este barulho que nao me recorde de ti! Que não me faça viver as ilusões imaginadas. Os sentidos que despertaram todas as sensações que quero adormecer e não páram de me envolver.
De me lembrar do teu ruído.
Sim, do som do teu respirar.
Do som dos teus beijos nos meus lábios.
Do som do roçar dos teus dedos na pele que já foi minha.
Do crepitar do calor dos nossos corpos trocando gotas salgadas de cúmplice e total entrega.
Mas sobretudo, do som dos sonhos que contigo sonhei...

2012/06/07

E a pele?

E a pele?
Que fazer à pele que pede o toque, o arrepio do dedo que desliza suavemente e reconhece cada poro que calcorreia no caminho?
Sim, essa pele alva, fria quando não estás e quante quando és meu.
Pele que te sente a falta como das vestes em dias de frio intensamente gelado de Inverno agreste.
Pele que te sente o afago no abraço que envolve e que a acorda dessa letargia que a prende às horas mortas da tua ausência.
Pele que deseja a tua pele. O teu sabor na pele que molhas em gotas de sal nas ondas loucas com que me amas... A pele! Que me envolve a carne e a alma, o desejo e o sentimento, a vontade e a entrega.
Pele que é tua com todo o meu recheio, com todo o meu sentir, querer e dar.
Pele que se completa, que vive apenas com a tua, junta, unida...

2012/06/05