O dia nasce quente, aquele quente de final de Primavera, em que o hibiscos ja enfeitam os jardins e nos sussuram que o Verão não tarda a chegar.
As andorinhas fazem voos rasantes, bebericando no riacho de águas límpidas e pouco profundas.
E eu deitada, neste calor que não é meu, que é do dia que corre lá fora, e que foi o teu na noite que agora acorda.
Calor de corpos, dois, o meu e o teu, que se unem, formando um só, entrelaçados.
Encaixados tu em mim, amarrados eu em ti.
E ondulamos, como ondas num rio sereno, que se precipitam em direcção ao mar, em rítmos que aumentam, que num ápice são corrente de gotas de mar salgado em peles que se beijam.
E eu beberico dessa tua água que não me mata a sede, que me vicia numa dependência desse teu sabor, desse teu calor...
2012/05/24