terça-feira, 27 de março de 2012

Presente



E não voltas a entrar na minha vida.
E eu desculpo-te qualquer mal que eventualmente tenhas causado em mim.
Mas o meu coração não esquece nunca.
Mas a minha alma continua a sentir-te a falta.
Sim, jamais voltarás a mim pois nunca partiste definitivamente, por completo.
Eu sei-te! Eu sinto-te!
Apenas e somente porque estás em mim. Porque ainda vives em mim!
Não precisas voltar com o teu mar, o teu sal cravado na pele, o teu cheiro de ventos quentes de outros mundos imaginados apenas nas nossas mentes. Não precisas regressar com as tuas palavras docemente intensas falando do teu sentir, do teu querer e desejar.
Não precisas: tenho-as gravadas na mente.
Vives em mim de forma tão única que te sinto o paladar, que te escuto a voz.
Na memória do meu viver, no mais profundo do meu ser, no meu simples respirar, és em mim algo latente, premente, pulsante, diariamente... Presente.

27/03/2012

segunda-feira, 26 de março de 2012

Urgência de beijo


Urgência de beijo
De sabor, de toque,
De lábios quentes,
Primeiro suaves,
Deslizando a medo,
Bocas que se entreabrem,
Que se vao conhecendo,
Encaixando,
Percebendo.
Urgência de saber
O sabor da molhada saliva
Com a minha misturada,
Mesclada e saboreada.
Toques de língua
Que se entrelaçam devagar,
Mas com vontade de acelerar,
De comprimir, lamber,
Sugar e degustar.
Aumentar o respirar,
O doce e terno procurar,
Substituir por louco e intenso devorar!
Premente luxúria deste nosso beijo,
Urgência em te beijar...


26/03/2012

Nas tuas mãos


Nas tuas mãos vou-me entregar. Por completo. Mais cedo ou mais tarde cederia à tentação, à vontade de sentir a tua mão.
Para que possa ser, ter, aprender e dar.
Quero ser guiada por caminhos de sentidos nunca antes despertados, paladares contrastantes em meu palato degustados, de odores criados em suave fogo ardente de peles e suor mesclados, cores rubras no corpo de beijos salpicados de dedos na carne apertados, comprimidos, espalhados.
Ser um dia deusa venerada, vontades satisfeitas as minhas apenas, provar de ti, testar-te, provocar-te e desafiar-te ate ao limite. Ser no outro amada, de forma intensa e ritmada de corpos entrançados, unidos em sintonia. Ser depois tua, apenas tua de corpo e alma, entrega total em teus devaneios, desejos e loucuras.
Nas tuas mãos quero apenas tudo, nada menos que tudo.
Nas tuas mãos me quero sentir: amada, tocada, molhada, tomada, domada, aprisionada, amarrada, rendida, provada, extasiada, liberta em prazer... Mulher!


23/03/2012

Melhor sorte...

Tento escrever-te todos os dias. Como era hábito fazer. Como quando sabias que eram para os teus olhos lerem, o teu coração saber.
Hoje, não escrevo. E agora jamais para ti.
Partiste, foste embora, não me voltas a saber as palavras que te eram destinadas.
Outra terás que tas escreverá, que te fará sonhar mais além, mais forte e mais sentido.
Mesmo que não tenhas, não é importante.
O que importa é que te foste, que me deixaste neste mundo de letras soltas sem forma de as encaixar umas nas outras. Como fazia. Sem esforço. Sem pensar. Apenas o meu sentir que nas minha mente fluia, que nos meus dedos convergiam e se uniam em intensas palavras e nunca tão imensas como os meus sentires por ti.
Foste minha inspiração. E expiação.
Foste minha tentação. E meu pecado.
Foste tudo que desejei. Agora não peço nada. Não desejo, apenas peço que os dias sejam, cada dia mais pequenos e que passem depressa, velozes, para que este sentir, que me aperta, seja breve e em mim não se demore.
Hoje escrevo sem mote, sem razão para o fazer.
Talvez ainda pense que me lês, que me sentes.
Então sente. Sente em mim a morte.
A morte do meu querer, da minha razão de viver.
Mas sente apenas hoje porque hoje é o que sinto.
Amanhã, amanhã viverei e terei, sem dúvida, melhor sorte.

22/03/2012