sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Sinto teus dedos...

Sinto teus dedos,
Deslizando-me o corpo,
Acariciando-me as formas,
Desejando-me as curvas.
Sinto teus dedos
Levantarem-me a pele,
Estremecendo-me,
Arrepiando-me.
Sinto teus dedos,
Lendo-me os desejos,
Desfiando-me os quereres,
Desvendando-me as vontades.
Sinto teus dedos,
Suaves, lentos
Entranharem-se em mim,
Penetrando-me o corpo,
Esventrando-me o ventre!
Sinto teus dedos loucos,
Insanos, vai-e-vem demente!
Fogo que me queima,
Que me devora,
Que se intensifica,
Que me descontrola,
Que me faz ser tua...



16/12/2011

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Jogo este da vida...

Jogo este da vida,
Em que peças são lançadas,
Cruzadas, algumas ganhas,
Outras perdidas.
Jogo este da vida
Que nos faz sorrir,
Chorar e amar.
Que nos faz querer,
Dar e ficar.
Que nos faz avançar,
Recuar e estagnar.
Jogo este da vida,
Que jogamos dia a dia,
Que lançamos num tabuleiro
Sem saber se é ganha ou perdida.
Jogo este que nos preenche
Quando nos sacia,
Ou nos esvazia
Quando nos decepciona.
Peças que jogamos
Aos outros,
Com os outros,
A que damos nomes de Alegria,
Amizade, Amor e verdade.
Jogo este da vida,
Às vezes louco, intenso e frenético,
Outras,
Lento, isolado e melancólico.
Jogo este da vida,
Que se mede sem medida,
Que se sente sem sentido,
Que se enche e está sempre vazio...

15/12/2011

Olhar sonhado

Olhar que me encontra,
Que me perscruta,
Que me lê.
Olhar que me procura,
Que me controla,
Que me devora.
Olhar que em mim colocas,
Que me exulta os sentidos,
Que me provoca arrepios.
Olhar que me lanças,
Com que me despes,
Com que te perdes,
Sonhas e anseias.
Olhar esse teu
Que não controlas,
Que de mim não deslocas,
Qual feitiço que te lanço.
Olhar esse teu,
Que não resiste a ficar longe,
Que aproximas passo a passo,
Que não recuso e até avanço.
Olhos nos olhos falando
Palavras que só os olhos ditam,
Desejo de bocas coladas,
Loucas, imensas, tocadas...
Olhar que me encontra,
Segundos apenas sonhados,
Olhar que se desvia,
Sonhos acabados...

15/12/2011

Como posso te dizer?

Como posso te dizer,
Que este sentimento
Nunca deveria ser sofrer?

Como posso te dizer,
Que não há nada que sinta
Como este meu querer?

Como posso te dizer,
Que não te quero,
Nunca perder?

Como posso? Como posso te dizer?
Se não te sinto igual,
Se não te queres dar,
Se não te queres a mim prender,
Por mim esperar,

Como posso te dizer?
Se continuas a te largar,
Aos ventos vazios do mar,
Quentes de sonhos,
Mas frios de completar,

Como posso te dizer?
Se és folha solta ao vento,
Que não tem rumo certo,
Que vai e volta,
Se nunca estás perto,

Como posso te dizer?
Como posso te mostrar
Que a ti me quero dar,
Que a ti quero pertencer,
Que em ti me quero entregar,
Dar e perder?
Se a cada passo és levado,
Por ilusões invadido,
Por outras sonhado, desejado,
E vais, caminhando, perdido.

Diz-me, como posso te dizer?

15/12/2011