terça-feira, 22 de novembro de 2011

Hoje é o dia...

Hoje é o dia,
O dia em que a vida fica...
Apenas fica.
Sem nada do que poderia ser,
Sem nada do que sonhei,
Sem nada do que tanto desejei.
Sem nada do que foi,
Sem nada do que vivi,
Sem nada do que senti,
Sem nada do que partilhei.
Apenas fica.
Com o vazio dos sonhos,
Com o nada do que tivemos,
Com a vontade de não existir,
Com o incerto do amanhã.
Com o desejo que o amanhã nunca chegue.
Apenas fica...
Sem vontades,
Sem quereres,
Sem os odores e paladares,
E toques e palavras.
Fica sem os teus silêncios
Carregados de palavras.
Agora são palavras carregadas de silêncios.
Hoje é o dia,
Em que a minha vida
Apenas fica...

12/11/2011

Esgotar-me a vida


O que sinto hoje é um furacão.
Sinto que ardo por dentro,
Sinto que quero explodir,
Levar tudo à minha frente.
Atirar com tudo ao chão,
Ouvir o partir dos vidros,
A água a espalhar-se,
Calcar os estilhaços,
Prendê-los bem, nos pés descalços
E sangrar.
Sangrar até não ter mais uma gota,
Desse líquido que nos faz viver,
Que nos dá a vida...
Quero esgotar-me a vida,
Quero que este coração deixe de bater,
Deixe, sobretudo, de sentir.
Não quero sentir,
Não quero este querer que me mata.
Não quero este tormento de não te saber.
De te saber, mas não comigo,
Não aqui, junto a mim.
Cada vez mais longe,
Cada vez mais afastado...
E eu, cada vez mais louca,
Louca de amor, de sentir e desejar.
Louca por acreditar...
Quero esgotar-me a vida...

12/11/2011

Hoje sou pó...


Hoje sou pó...
Em pó me transformaste.
Em pó ficou o que sentia, o que sinto,
O que a vir poderia...
Hoje sou pó...
Largada ao vento,
Sem rumo, sem sentido,
Sem nada, nem um pouco de mim.
Levaste tudo.
Hoje sou pó...
Chega de ilusões.
Chega de pensar que é possível,
Que um dia poderiam tornar-se realidade
Os sonhos de tantas emoções.
Chega de sonhos.
Chega de ver o que não existe,
O que querias muito que existisse,
Mas quem mentiu não fui eu,
Mas quem fugiu não fui eu,
Mas quem voltou com subterfúgios não fui eu...
Hoje sou pó...
O pó da desilusão,
Do desencanto...
Hoje sou pó,
Largada num vento
Que não volta...

12/11/2011