terça-feira, 22 de novembro de 2011

Hoje sou pó...


Hoje sou pó...
Em pó me transformaste.
Em pó ficou o que sentia, o que sinto,
O que a vir poderia...
Hoje sou pó...
Largada ao vento,
Sem rumo, sem sentido,
Sem nada, nem um pouco de mim.
Levaste tudo.
Hoje sou pó...
Chega de ilusões.
Chega de pensar que é possível,
Que um dia poderiam tornar-se realidade
Os sonhos de tantas emoções.
Chega de sonhos.
Chega de ver o que não existe,
O que querias muito que existisse,
Mas quem mentiu não fui eu,
Mas quem fugiu não fui eu,
Mas quem voltou com subterfúgios não fui eu...
Hoje sou pó...
O pó da desilusão,
Do desencanto...
Hoje sou pó,
Largada num vento
Que não volta...

12/11/2011

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Razões...


Enlouquecer. Quero enlouquecer.
Sim! Enlouquecer.
Não importa porquê.
Importa?
Não! Para se enlouquecer não é preciso um "porquê".
Precisa-se apenas de um "por" ou um "de".
Um "porquê" obrigaria a um pensar mais profundo,
Mais analítico. E os loucos não analisam.
Porquê?
Porque estão loucos! Loucos não pensam,
Não analisam. Não sabias?
Quero enlouquecer.
Sim.
De amor. De prazer.
Por querer sem poder. Por poder e não querer.
Por ti. Por ele(s).
De ti. Dele(s).
De desejo. Por sabores exóticos.
Por ter demais. Por ter de menos.
Vês?
Para enlouquecer basta um "por" ou um "de".
Por viver. De tanto viver!
Quero enlouquecer!


11/11/2011

Confuso?

Confundes-me o pensamento.
Confundes-me o compreender.
Confundes-me o perceber.
Confundes-me o que julgo saber e o que sei deixa de ser o que pensava saber.
E passo a julgar que não sei nada.
Confundes-me. Baralhas-me as ideias.
E com as ideias baralhadas, confundidas,
Confundes-me o sentir.
E o que julgo sentir deixa de ser o que sinto e que pensava sentir.
Confundi-te?
Quando chegas e não dizes nada, confundes-me.
Quando falas com os demais e a mim ignoras, confundes-me.
Quando me falas e nada dizes, confundes-me.
Quando surges com novos mundos, confundes-me.
Confundes-me o pensamento.
Confundes-me o sentir.
Confundes-me o que penso que sentes.
Confundes-me o que penso que me dizes por entre palavras incertas,
Vazias, cheias de nada.
Confundes-me com esta incerteza em que me deixas.
Confundes-me com o não saber como agir.
Confundes-me com o não saber que te dizer.
E eu tenho tanto para te dizer!
E eu tenho tanto para te falar!
E eu quero tanto sentir esta vontade de me dar-te!
E nisto, não consegues confundir-me.
Mas às vezes... Muitas vezes,
Confundes-me!

11/11/2011