sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Razões...


Enlouquecer. Quero enlouquecer.
Sim! Enlouquecer.
Não importa porquê.
Importa?
Não! Para se enlouquecer não é preciso um "porquê".
Precisa-se apenas de um "por" ou um "de".
Um "porquê" obrigaria a um pensar mais profundo,
Mais analítico. E os loucos não analisam.
Porquê?
Porque estão loucos! Loucos não pensam,
Não analisam. Não sabias?
Quero enlouquecer.
Sim.
De amor. De prazer.
Por querer sem poder. Por poder e não querer.
Por ti. Por ele(s).
De ti. Dele(s).
De desejo. Por sabores exóticos.
Por ter demais. Por ter de menos.
Vês?
Para enlouquecer basta um "por" ou um "de".
Por viver. De tanto viver!
Quero enlouquecer!


11/11/2011

Confuso?

Confundes-me o pensamento.
Confundes-me o compreender.
Confundes-me o perceber.
Confundes-me o que julgo saber e o que sei deixa de ser o que pensava saber.
E passo a julgar que não sei nada.
Confundes-me. Baralhas-me as ideias.
E com as ideias baralhadas, confundidas,
Confundes-me o sentir.
E o que julgo sentir deixa de ser o que sinto e que pensava sentir.
Confundi-te?
Quando chegas e não dizes nada, confundes-me.
Quando falas com os demais e a mim ignoras, confundes-me.
Quando me falas e nada dizes, confundes-me.
Quando surges com novos mundos, confundes-me.
Confundes-me o pensamento.
Confundes-me o sentir.
Confundes-me o que penso que sentes.
Confundes-me o que penso que me dizes por entre palavras incertas,
Vazias, cheias de nada.
Confundes-me com esta incerteza em que me deixas.
Confundes-me com o não saber como agir.
Confundes-me com o não saber que te dizer.
E eu tenho tanto para te dizer!
E eu tenho tanto para te falar!
E eu quero tanto sentir esta vontade de me dar-te!
E nisto, não consegues confundir-me.
Mas às vezes... Muitas vezes,
Confundes-me!

11/11/2011

Rodopio


Vivo num rodopio que não controlo.
Rodopio que não seguro,
E não me importa.
Rodopio de valsas indançaveis,
De tangos incompletos,
De músicas inacabadas.
Rodopio nas palavras das tuas asas
Feito braços com que me abraças.
Feito mãos no rosto e com que me afagas.
Rodopio em bicos de pés,
Levada por teus sonhos,
Como meu amor que és.
Rodopio seguro e querido,
Desejado e amado.
Rodopio sem sentido,
Que em ti me perco,
Nas voltas dos corpos
Que juntos se entrelaçam,
Que juntos são apenas um.
Vivo num rodopio que não controlo.
Rodopio doce e suave,
De beijos feito.
Rodopio quente e estonteante,
Por entregas totais mantido.
Rodopio na vida, vida contigo repartida.

11/11/2011

Suspensa...


Suspensa neste imaginário que me consome,
Que me invade e me atormenta.
Suspensa. Como uma marioneta,
Balançando ao sabor de fios,
Que nunca se unem,
Nunca se juntam e fortalecem.
Fios apenas fios de uma vida em fracções,
Porções. Pequenas.Ínfimas de Ti.
Suspensa nesta minha ilusão,
De Te sentir aqui,
Sempre a meu lado...
E a distância dos dias que passam,
Aumentam o meu fardo,
A minha angústia,
Os meus porquês...
Mas sinto-Te cada vez mais em mim.
Cada vez mais aqui.
Suspenso no mesmo não viver.
Suspenso no mesmo não saber.
Suspensos numa mesma sensação,
Emoção e Devoção...